Capítulo 15 - Verdade

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Estamos em uma mesa redonda de pedra. Eu e os gêmeos. Uma pequena bandeja com biscoitos e três xícaras com chá, cheiram bem. Amélia quem comanda essa reunião ao que parece, esperamos que ela termine de olhar algumas páginas de um diário velho.

- Ok! Por onde começamos? - Nathan pergunta levando o chá a boca machucada.

- Do começo que tal? - a irmã responde sem paciência. Amélia bufa e me encara de frente - Começaremos com a história e você não vai negar, dizer que é invenção, ou interromper; ou rasgarei sua linda garganta roxa - Nathan se engasga com o chá ficando levemente vermelho. Os chupoes foram tão fortes assim? Droga - Se tiver uma pergunta, levante a mão e eu deixarei perguntar.

Balanço a cabeça dizendo sim.

- Você como uma pessoa muito esperta já deve saber que somos os verdadeiros herdeiros dos fundadores nessa cidade, o que explica a magia. A família Fundadora era bem diferente, a pele pálida por causa do poder, características nativas, magia e os gêmeos por todos os lados. Eu gerarei gêmeos, não importa quem seja o pai. Nathan dará gêmeos não importa se a mulher tem o gene ou não. E nossos filhos darão mais gêmeos.

- Os quadros na parede lhe deram a resposta que esperava, depois do que eu lhe disse naquela vez quando te levei para escola - foi quando ele terminou minha frase sobre os fundadores e outros vários nomes.

- Como disse, nos conhecemos quando você tinha 4 anos, nós tínhamos 5. Como a família mais importante da cidade, não íamos para a escola, estudávamos em casa desde sempre - diz a gêmea revirando os olhos - Essa casa era a que nossa família passava o tempo íntimo, a da cidade onde os Wesnil moram hoje, o Palacete, era onde nossos pais trabalhavam nos assuntos de Rystton. Um dia estava vindo para essa casa e de repente encontrei uma menininha loira dos olhos verdes chorando no chão - Franzo a testa e Amélia sorri - Estava com o joelho ralado e perdida pela longa floresta do Leste.

- Eu e Amélia andávamos colados, mas nesse dia eu tinha tarefas a mais do que minha irmã. Tenho certeza que ela lhe explicou sobre minha magia dourada - Nathan me encara inexpressivo. Ele não conseguia obter a magia da família.

Presto atenção com cuidado. Mas levanto a mão e a gêmea né da espaço para falar.

- Eram...e são...a família mais importante da cidade. Por que andava sozinha com 5 anos de idade em uma floresta perigosa? - os olhos de Amélia ficam escuros como o fundo do inferno esquecido.

- Por que nosso pai era um escroto que nos ensinou magia desde nosso primeiro ano de vida. Então tínhamos que nos virar; andar sem segurança iria dizer se éramos capazes de cuidar de nós mesmos - a voz é tão fria e cheia de magoa que me arrepio.

- Nosso pai era sim um escroto. Mas ele sabia ser um pai nas horas vagas, nossa infância aqui em Rystton Hergreely não foi totalmente ruim. Nós só carregavámos um cargo muito pesado, era normal que nos fosse cobrado tudo a qualquer minuto - Amélia o olha incrédula, sem poder acreditar no que o irmão acaba de dizer.

- Não me diga que defende ele até depois da morte, irmão?!

- Ele não foi a pior pessoa que nos criou, irmã. Se lembre que ele nos deu mais amor do que uma pessoa específica - agora a voz de Nathan sai gélida.

Amélia esconde as mãos trêmulas. Tremem tanto que eu fico nervosa também, pensando que ela terá um ataque de pânico. Os gêmeos então evitam me encarar por alguns segundos, longos segundos. Nathan segura a mão da irmã por debaixo da mesa e ela se tranquiliza depois de alguns minutos em silêncio.

- Chegaremos lá - ela força um sorriso para mim, meu coração de depende dói por ela - Viramos amigas - volta a história - Nos tornamos amigas e até alguns dias depois você não sabia que eu tinha um gêmeo, nem sabia sobre os fundadores. Tinha só 4 anos, e mesmo assim éramos tão diferentes. Eu era mais madura, sabia das coisas, mas continuava sendo uma criança. Todos os dias depois de meus treinos nós duas nos encontrávamos em uma lagoa - cada fio de cabelo meu gela - Era o nosso lugar preferido. E um dia eu levei Nathan comigo - um sorriso para o irmão, talvez lembrando daquele dia.

RYSTTON HERGREELY: O Livro LunarOnde histórias criam vida. Descubra agora