Capítulo 2 - Rystton agitada

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A lanchonete está lotada, tudo uma loucura, pessoas se inscrevendo em atividades escolares, novatos explorando a escola, diretora de vigia nos alunos.

- Vocês souberam da novidade? - Susan se inclina para falar baixo, a tentativa falha.

- Qual das? - Henri come seu sanduíche pouco apetitoso. Fico lhe encarando com uma cara estranha, quem come esse tipo de comida? picles, queijo e carne - o que? tá querendo um pedaço ? la se estiver querendo eu-

- Eu não! Credo! Tira isso de perto de mim - me distancio dele, só o cheiro pode matar uma pessoa.

Henri dá de ombros e volta a comer sua gororoba, ele tem uma ideias bem loucas sobre alimentação.

- Ok, voltando ao assunto - Anne ri e retoma o rumo da nossa conversa - Henri tem razão, não sobre a gororoba, mas pelas novidades sim. Qual das?

- Anne - Henri a chama - não enche.

- Bom, só sabemos a da família fundadora - quando a outra gêmea Susen fala, minha pele se arrepia, sinto um choque correr por todo meu corpo - Cidade pequena, todos sabem das notícias, é só questão de horas - ela aponta o garfo como se estivesse ameaçando cada um de nós.

- Ouvi dizer que eles voltaram. Um menino e uma menina apareceram causando muitos boatos. Irmãos ao que parece, isso é bem coerente. Qual a genética mais forte da família Fundadora? Gêmeos! - diz Anne.

A família Fundadora certamente iria aparecer alguma hora. Uma das tantas histórias que existem aqui é a dessa família. Muitas pessoas dizem que o sobrenome deles tem alguma semelhança com o nome da cidade, já que ninguém conhece o real nome. Eles sumiram a muito tempo deixando a administração da cidade nas mãos de uma família amiga, que por acaso é a família de Chellepi. Sempre foi mantida a história de que eles eram diferentes de todas as famílias. Houve um tempo, eu tinha 5 anos, vieram tantas famílias para cá que foi dito que a família Fundadora veio junto para visitar a cidade. Muitos não disseram seus nomes e o povo ficou como na caça as bruxas. Logo depois todos eles foram embora novamente, e meu pai também foi nessa maré.

- Queremos dizer que, eles podem ser da família Fundadora verdadeira - Susan afasta Susen e se aproxima.

- Eles andam de roupas sociais! devem ser ricos pra caramba! têm cabelos e olhos nativos daqui.

Ela fala dos olhos e cabelos castanhos.

- É fácil ter essas características aqui, vai ver eles são riquinhos que vieram visitar a cidade mais estranha do mundo - Falo comendo minhas batatas sem olhar para eles, mas sei que estão me encarando.

- Você é loira! - Anne fala como se isso fosse algo repugnante - não tem direito de opinar aqui - todos riem e eu demonstro minha falsa indignação.

- Isso é preconceito. Mas falando sério agora, como vocês acham que seriam os Fundadores?

Todos se olham em dúvida, porque realmente não tem como ser eles só por cor de cabelo e olhos.

- Você sabe como são os velhos daqui - Henri sussurra olhando para os lados - obcecados com esse assunto. Os Fundadores seriam reis se estivessem aqui, coroas e tudo mais. Eu não duvido nada.

Não quero nem imaginar o tanto da bagunça que essa cidade faria se eles fossem realmente os fundadores. São uns loucos, solto uma risada da ideia. Todos voltamos para a sala, houve apresentações de professores, poucos alunos novos. Na saída consigo ver as pessoas novas, sempre me pergunto, o que essas pessoas vem fazer aqui? são pessoas bem curiosas ou com certeza forçadas. Não desprezo essa cidade, aqui é um lugar bom, só não entendo isso. Aqui não tem internet, eu não me incomodo, mas penso, como essas meninas se acostumariam?

RYSTTON HERGREELY: O Livro LunarOnde histórias criam vida. Descubra agora