Capítulo 13 - Madrugada na mansão

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Um dedo se levanta e o sinto tocar na dobra do meu joelho, a porta se abre revelando um quarto do 3 vezes maior que o meu.

Uma cama gigante fica no centro, três janelas, dois sofás pequenos pretos, televisão gigante e duas prateleiras que vai até o teto alto. Percebo fazer uma cara surpresa, pois Nathan ri.

- N-nao pretendo dormir aqui com...- gelo - Me leve imediatamente para casa, seu porco - me debato mais.

- Não vamos dormir juntos, só quero que se lave para tirar o sangue e troque de roupa. Quanto a sua casa...Não vai voltar, ficará aqui até lhe explicar o que preciso.

Saio de seus braços e o fuzilo com o olhar. Ele sorri. A cena do lago me vem à mente, mas empurro elas depressa para manter a raiva. Raiva por só me olhar sangrar pela irmã doente. "Imagina o que Nathan faria com você"

- Não vou ficar aqui mais um segundo - corro até a porta mas está trancada, puxo com força e nada - Abre isso! Agora!

- Não, acho que não. - ele se aproxima e me encolho com as mais apoiada na porta - Já disse o que vai acontecer, não me faça repetir.

Ele está tão perto que minha raiva se embaralha com a vontade de colocar a mão no seu rosto. Nathan sorri mais, deve saber que penso nisso, ele deve pensar também. Uma mão dele vem na direção da minha perna boa e penso por um segundo que ele vai tocar e se saborear.

- Sabe que não toco em você sem sua permissão. Por mais que essa roupa me deixe a desejar bem mais do que só lhe tocar - com aquele sorriso irritante, o gêmeo some em poeira e névoa.

Minhas pernas tremem com o que ele acabara de dizer, sem medo, apenas nervosismo. Estou sozinha no quarto e não vejo outra alternativa a não ser tomar um banho, os machucados estancaram graças aquele...maldito... então fica bem mais fácil. O que minha mãe pensará quando acordar e não me ver lá? Quanto tempo vou ficar aqui? Calma Merdith, é só hoje. Devem ser 4 horas da madrugada.

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Depois do banho encontro um conjunto na cama, sutiã e calcinha de renda preta, e um bilhete"

" Vista isso, sei que ficará perfeito. Durma no meu quarto, assim minha irmã ficará longe de você, estarei no quarto ao lado. Se precisar de alguma coisa bata duas vezes na parede. Irei escutar. Sua mãe e seus amigos pensam que você está em uma excursão privada, sua mãe acha que deu permissão. De nada. Parece que passará uns dias aqui. Durma bem, Merdith"

Amasso a carta e jogo pelo chão. Visto a lingerie e deito na cama. Canalha. Na cama de Nathan. Ela é tão macia, talvez fosse assim deitar em uma nuvem. Me aninho pelos cobertores e me sinto afogada em tanta coisa macia. O frio é mais forte com apenas calcinha e sutiã. Me levanto impaciente e vasculho o guarda roupa gigante do gêmeo psicopata louco. As roupas não são diversificadas, quase sao todas sociais. Pego uma blusa branca grande o bastante para tocar nas minha coxas. Pego uma calça moletom que fica frouxa. Passar uns dia daqui? Como eu...

Olhando bem o quarto, não é nenhum pouco desorganizado...diferente do meu... Mas uma mesa me perto das prateleiras me chama a atenção. Várias folhas com símbolos diferentes, não reconheço nenhum deles. Quer dizer, eu sinto que sei...acho que já vi em algum livro, mas não lembro. Alguns livros abertos e marcados. Todos têm um símbolo em comum, um quadrado com um espiral.

Irei trancar a porta só para garantir que ninguém vai entrar, e colocar o sofá na frente. Quero ver um deles entrar. O sono me deixa tonta, deixo isso de lado e volto a cama...cheiro de canela com maçã. Apesar de odiar estar aqui forçada depois de ser torturada, me sinto em paz. Com certeza pirei.

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NATHAN

Encaro o teto com detalhes de dourado. Preciso encontrar uma forma de ter o livro comigo. Eu até consigo me controlar em relação a vontade de ver sangue o tempo todo, mas Amélia não. Um dia foram melhores amigas, agora depois de tudo, minha irmã não pensa como antes. Amélia está mais forte que eu por ter o poder de prata, eu tenho um pequeno do de ouro, por isso meus poderes foram embora tão rápido depois que tentamos localizar o livro. - sinto que meu poder foi dividido em três partes, um desapareceu, outro está intacto e o último está sumindo - O livro além de nos restaurar, trará o que mais odiamos, ele dorme em outro mundo...aquele imbecil que nos atormentou. Tem que haver uma forma segura de conseguir esse livro. Não falei para minha irmã, mas talvez eu saiba onde ele está agora mesmo, mas não quero arriscar que Amélia vá atrás dele e faça o pior.

Me viro para a parede que divide meu quarto, onde está Merdith, e esse. Não consigo me odiar por ter gostado de ver suas feições de dor, do sangue escorrendo, talvez seja a cena mais linda que já vi...Mas consigo me odiar por ela ver isso de mim. Não podia interromper, Amélia veria que estou vacilando e isso só pioraria tudo. Além disso ela está mais forte que eu, quando se trata de ciúmes ela não pegaria leve comigo. Estava cheia de ódio, as duas. Minhas duas meninas preferidas.

Esfrego o rosto com as mãos e as passo pelos cabelos. Tenho que relaxar. Que merda. Um arrepio passa pela minha nuca, me sento na cama. Magia branca...O que Amélia está fazendo agora? Saio do quarto calmo fingindo ir no banheiro e encontro minha irmã invocando magia para...tentar abrir a porta?

- Irmão! - ela sorri e continua o que faz.

- O que está fazendo a essa hora, Ame? - esfrego os olhos fingindo não ligar.

- Não consigo entrar. Ela está fazendo alguma coisa lá dentro. Minha magia não funciona na porta - claro que não. Me aproximo dela.

- Acho que você deveria ir dormir - atrás dela passo minha mão pela sua barriga a puxando para mim - está cansada, sei que está - sussurro em seu ouvido. Coloco minha outra mão seu ombro e aponto o dedo para seu pescoço macio e branco  - Deixe Merdith dormir, já brincou demais.

Amélia se arrepia com o pouco de poder que invoco, ela sabe que se por acaso de mover irei lançar uma quantidade que queimará sua pele.

- Não me provoque, irmão. - diz calma.

- Apenas deixe ela aí e vá para o seu quarto - a solto e espero ela ir, nenhum movimento  - Agora, Amélia! - ela mecha a cara, droga, sumindo pelo corredor sem falar algo.

Não vou arriscar mais uma vez que Meredith seja o brinquedo de Ame. Minha irmã não conseguiu entrar pelo meu bloqueio, mas consigo. Movo a mão em um gesto e a porta se abre, empurro ela com força. A loira colocou móveis aqui, acha mesmo que isso ia ajudar; o que vale é o esforço.

Ela está dormindo como o anjo que é. Os cabelos loiros espelhados pelo travesseiro branco, minha camisa larga, está em paz. A encaro mais um pouco, vou ficar aqui, ela me matará quando acordar mas melhor do que encontrar Amélia aqui. A pele bronzeada é suave, a luz do sol que nasce aos poucos a toca com carinho. Me arrasto pela cama devagar, ela nem se move, dorme como uma pedra. Só de estar aqui já é invadir seu espaço demais, não vou ficar debaixo do mesmo lençol que ela. Não até que ela permita. O frio não me incomoda de qualquer forma, me deito de frente para ela, ajeito uma mecha de cabelo no seu rosto. Por que tinha que ser agora, Merdith? Por apareceu logo agora? Na verdade, é claro que você estaria nessa rodada. Vou ter que proteger você.

Chego mais perto. Não consigo evitar estar perto dela, sentir sua pele, seu cheiro, ouvir a risada dela. Sua pele quente  me lembra que está viva e bem. A respiração funda me tranquiliza. Preciso que ela esteja bem, porque...se os loucos atacarem ela por causa do senhor, vou transformar Rystton no submundo antes que o livro o faça.

RYSTTON HERGREELY: O Livro LunarOnde histórias criam vida. Descubra agora