Capítulo 28 - De volta à escola.

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Rever minha mãe com certeza foi a melhor coisa que aconteceu até agora. Não aguentei as lágrimas, Amélia desaprovaria dizendo que estragaria o rímel. Não ligo. Ela me perguntou sobre a viagem e disse apenas que foi emocionante. No meu quarto Anne desfaz as malas e a cada peça de roupa que pega é uma cara " minha nossa isso vale o meu rim, Mer"

- E onde foi parar tuas roupas antigas?

- Como assim? - me levanto indo ao armário. Chocada ao não encontrar nada, só uma marca de rosa e espinhos e do lado Ame.

Droga, Amélia jogou todas minhas roupas?

- Já ai voltar segunda para a escola? - Anne se deita comigo.

- Sim. Hoje é sexta, lá na excursão eu perdia a noção dos dias. Então domingo você pode dormir aqui e vamos juntas.

- Ótima ideia! Você tomou café antes de vim?

Lembro que não. Não tomei café. Seguimos para a cozinha e preparamos pão com achocolatado. Quase sinto falta dos sucos, frutas e bolos que tinham na mesa hoje de manhã na mansão. Comemos e eu só escuto Anne falar da escola. Me engasguei com o pão quando ela me diz que Henri estava se encontrando com Chellepi depois das aulas havia uns dias.

- Chellepi Wesnil? Aquela Chellepi? Você só pode estar brincando?

- Queria eu, amiga. Você tinha que ver! Ele ficou mais que magoado quando tu foi embora e agora tá com a Wesnil - ela bebe o último gole de achocolatado - Henri  disse que queria conversar uma parada séria comigo, adiamos até agora, ele ia me contar hoje depois da escola. No caminho sua mãe me ligou precisando de ajuda então faltei.

- Ah nossa, obrigada por fazer isso. - Anne me olha um pouco esquisito mas não fala nada além de:

- Que nada. Sabe que ela é como se fosse minha mãe também.

Pelo que os gêmeos me disseram, deu a entender que a Wesnil sabe sobre tudo, ela não perdeu as memórias. Se estão andando juntos do nada,  Henri deve saber de mais coisas que imagino. Nathan disse que o encantou também, dependendo do que se trata esse assunto sério, eu conto para os dois sobre os Fundadores, sobre mim e tudo o que sei. Levanto da cadeira, lavo as mãos e subo para o quarto, da escada escuto Anne.

- Amiga, sua louça! Tu nunca deixa assim.

- Lave para mim. - num impulso essas palavras saem da minha boca, mas nem percebo.

No quarto mexo no colar. Joseph. Lembro quando ele super aqueceu, deve ter adquirido poderes incendiários. As células foram modificadas, houve mudança com aqueles que sobreviveram. Os que têm só metade do cabelo loiro, talvez sejam mais fracos. Joseph deve ser mais forte, além do cabelo perfeitamente loiro, um olho é verde. Me lembro quando todo a os outro a morreram, sangues preto. E se eles morrerem depois? Os adultos demoraram cerca de 1 hora até morrer, estavam normais nesse tempo. Joseph... Joseph.... Joseph.

Joseph não. Ele detesta esse nome. Vou pensar em algo bonito que combine com ele.

- Mer, tá me escutando? - me surpreendo pela voz séria de Anne.

- Ah não, o que disse? Estava pensando em um nome de menino.

- Você me mandou lavar a louça! Nem pediu por favor ao menos.

- ah sim, foi isso. Não percebi. Você tem alguma ideia de um nome masculino para um menino loiro com heterocrômia...

- Você tá me ouvindo, Merdith? E pra que um nome de menino loiro? Tá grávida?

- Não, não estou.

- E PORQUE TA FALANDO TÃO CERTINHO? Porra o que aconteceu lá?

Merda. Menos de um mês e já sou quase um espelho de Ame - sem exagero, Mer. Preciso afrouxar um pouco, já me acostumei a falar de forma pior com Amélia.

RYSTTON HERGREELY: O Livro LunarOnde histórias criam vida. Descubra agora