Capítulo 32

1.5K 153 24
                                    

SEM REVISÃO

"Sinto como se tudo estivesse se repetindo, aqui estou eu novamente, a lua brilhando intensa no céu, estou acorrentada na enorme pedra de mármore.

Minha respiração começa a ficar alterada, assim como meu coração, o medo é maior que o da primeira vez, algo está diferente, minha barriga está enorme, sinto um movimento forte em meu ventre, estou grávida, estou esperando um bebê, meu desespero só aumenta ao me dá conta disso, meu extinto protetor se aflora em mim.

A sombra de Lamia aparece em minha frente, tento me soltar a todo custo, mas não consigo, algo canaliza os meus poderes.

- Dissemos que iamos voltar- ela diz com um sorriso perverso, sinto vontade de chorar- você não nos serve mais Eleanor, mas o que você carrega, com certeza e tão novinho,  tão inocente e puro.- acaricia a minha barriga.

- NÃO OUSE ENCOSTAR NO MEU BEBÊ- grito com todas as minhas forças, uma fúria enorme tomando conta de mim.

- E quem vai me impedir de tocar nele, hum? Você? Porque no momento você está inútil- cospe todas as palavras com escárnio- a adaga- pede e outra mulher aparece com a pequena faca.

Começo a me debater sem parar, tem que ter um jeito de sair, qualquer jeito, tenho que proteger o meu bebê a qualquer custo, mas não conseguia, estava impotente, meus poderes não fluíam, não consigo usá-los.

- Não, por favor, não o mate- imploro com lágrimas nos olhos, em total desespero.

- Poderia ter poupado tudo isso Eleanor, se tivesse se entregado, estaria morta, em paz e não passaria por isso- dá de ombros.

Em um movimento rápido ela corta o pé da minha barriga, solto um grito agudo de dor, é insuportável, sinto-a mexer por dentro, em poucos segundos um choro toma conta do local que estou, uma emoção enorme toma conta de mim, meu bebê nasceu, mas o pânico volta quando penso que a qualquer momento posso perdê-lo.

- Por favor não- ela me ignora totalmente, levando o meu bebê em direção a um círculo, põe ele sobre outro mármore, não consigo vê se é menino ou menina, mas no momento isso não importa, só queria salvar o meu bebê, e me sinto inútil.

Logo as outras bruxas do covem ficam em torno do círculo, começam a conjurar algo, ao mesmo tempo que Lamia desenha algo com sangue de algum animal na testa da criança, em seguida empunha a adaga, quando estava prestes a enfiar no peito do meu bebê, eu grito e acordo sobressaltada."

Os braços de Eloy me rodeiam, ainda gritava e chorava sem parar, meu companheiro me olhava preocupado e tentava me controlar a todo custo, mas não estava tendo muito resultado, ainda estava envolvida no sonho.

- Eii, calma amor, calma, estou aqui- sua voz sussurra em meu ouvido, seus braços me apertam com mais força, começo a sentir paz, aos poucos vou me acalmando, o choro vai se indo aos poucos- quê me contar- nego a cabeça freneticamente.

- Não agora, foi tão assustador Eloy- eu não ia conseguir desabafar com ele agora, estou muito abalada com tudo, ainda está muito vívido, se falar algo agora, só irá piorar o meu estado, aperto mais o seu corpo em busca do máximo de afeto que ele possa me dá- só me abraça Eloy- os braços de Eloy me apertam com mais força, enfio meu rosto em seu pescoço, sentido seu cheiro, sentindo-me em casa.

- Tudo que quiser minha pequena, estou aqui com você, vou lhe proteger- me agarro a essas palavras e confio.

Foi só um pesadelo, não estou grávida como o sonho mostrava, mas tudo pode ser um sinal, um sinal para que eu evite uma gravidez, pois pelo visto, se eu for ter uma criaturinha, ela irá correr risco de vida por causa da droga dos poderes, que pode ser uma benção ou uma maldição e por mais que eu possa protegê-la, não quero viver uma vida a risca, não quero que em algum momento para frente meu filho ou filha cresça sob uma proteção exagerada pois querem matá-lo, não suportaria algo assim.

Destinada A Um AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora