Um ano depois...
Meu celular toca incansavelmente, reviro os olhos diante disso, dou mais uma colherada da comida a Uziel, que por um milagre está comendo de bom grado, e levanto-me indo a sala pegar o bendito telefone, atendo sem nem ao menos ver quem é.
- Alô- falo pacientemente.
- Senhora Fertiline?- uma voz feminina a qual não reconheço questiona do outro lado.
- Sim, quem gostaria?- retorno para cozinha e observo meu menino que agora não sabe se come o pedaço da cenoura ou se brinca com ela.
Abro um sorriso, ele está crescendo tão rápido, já está com um ano e três meses, parece que foi ontem que ele era só um pequeno embrulho azul em meus braços, de tão miúdo que era, hoje ele já corre, brinca, faz bagunça e fala ao máximo que consegue, e olha que meu menino é esperto e fala bastante, por mais que não entendamos tudo. Sou suspeita a dizer mais a cada dia que passa meu bebê fica mais lindo, parecido com o pai, até no quesito deixar o cabelo crescer, fica a coisa mais fofa com seus leves cachinhos.
- Aqui é Lavínia Roosevelt, sou a secretária da senhora Torres, a mesma gostaria de convocar vossa presença e a do seu marido ao orfanato Children's Dreams- me informa, imediatamente um nervoso toma conta do meu ser, é assim que ando nos últimos, com a ansiedade ao meu lado. Meu filho segura meu pulso, fazendo com que eu ponha outra colherada de comida em sua boca, me desperto.
- Você poderia me informar do que se trata essa convocação?- torço internamente para que sim, nessa mesma hora Eloy entra pela porta do apartamento e vem em nossa direção, dá um beijo na testa de Uziel que faz a festa ao vê o pai, o mesmo o pega no colo e depois me olha, dou um pequeno sorriso.
- Creio que sim, gostaria de parabeniza-los, Shuri é sua mais nova filha- um alívio toma conta de mim, assim como uma grande felicidade, lágrimas brotam em meus olhos e começam a escorrer pelo meu rosto, Eloy encara-me preocupado, mas dou-lhe um sorriso genuíno, para que ele se acalme, funciona.
- Obrigada, estaremos aí o mais rápido possível.- falo, desligo e no momento seguinte abraço Eloy com força, Uziel resmunga um pouco, mas não me importo, é muita emoção- conseguimos amor, Shuri é nossa, nossa menininha- choro ainda mais de felicidade, apesar de não ter sido um longo tempo de luta, foram nove meses de expectativa, de esperança e enfim conseguimos.
Lembro-me como se fosse ontem, Eloy e eu decidimos acompanhar tia Mere e tio Thomas para Angola a nove meses atrás, quando optaram por adotar uma criança em um orfanato que era dirigido por americanos, fiquei extremamente feliz pela decisão deles e não pensei duas vezes em acompanhar esse momento ao lado dos meus tios, só não esperava que a minha vida ia começar a mudar a partir daquele dia.
Tia Mere estava encantada com todas as crianças, assim como eu, por um segundo me distrair daquele momento e a vi, sentadinha em um tapete de borracha, brincando com peças de encaixe, como um ímã meus pés me direcionaram a ela, quando me dei conta já estava abaixada ao seu lado, admirando-a. Os cabelo negros com leves cachos naturais presos pela metade, os olhos castanhos escuros, a pele chocolate lisinha, as bochechas cheias que dava vontade de apertar, ela estava entre seis ou oito meses, era perfeita.
Tentei conversar com ela, a mesma me olhou um pouco retraída e não pronunciou nada, mesmo assim insistir e a ajudei a montar seja lá o que fosse, aos poucos ela foi se soltando e me entregando as peças. A deixei por alguns segundos e fui falar com Eloy, o mesmo se assustou quando disse que íamos ter uma filha, pensou que eu estava grávida, expliquei a situação e lhe apresentei a pequena, o mesmo, assim como eu, se apaixonou pela menininha isolada, então, juntos tomamos a decisão de adotá-la.
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Destinada A Um Alfa
Lupi mannariLivro 3( NÃO É PRECISO LER OS ANTERIORES PARA ENTENDER ESSE) #VEZDOELOY Eleanor Waterhouse tem uma vida um tanto triste e solitária, desde a morte da sua mãe, quando ela tinha somente 9 anos, seu pai vêm se dedicando somente ao trabalho, deixando de...