Cap. 9: Respect

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- foi um prazer conhecer você senhora Furcken - disse Eugene, pela milésima vez - esse mês será muito promissor pra todos nós.

- eu realmente espero que seja.

- me desculpe se vou parecer mal educado mas... a senhora está bem, emocionalmente?

- sim, estou. Quer dizer, mais ou menos. Você já deve saber o que aconteceu.

- sim, e eu achei muito corajoso da sua parte colocar o trabalho em primeiro lugar.

- aposto que muitos não devem concordar comigo, mas eu tenho meus motivos.

- exatamente.

- bom, já vou indo. Até mais.

Emma pediu que Elijah a deixasse no hotel. Foi para o seu quarto, decidiu responder a sms.

"Onde você está? - E."

"Estou num circuito treinando aqui perto do hotel. Por quê?"

"Posso ir ai?"

"Mas é claro!"

"Tudo bem então, acho que sei onde é."

Emma pegou sua bolsa e foi para o local. Estava meio frio e tinha muita neblina pelo ar. Depois que sua entrada foi permitida, resolveu ir sentar na arquibancada em que podia se ver a pista de corrida claramente. Emma estava sozinha, no meio da neblina. De repente sentiu a melancolia dominá-la, tinha que explicar a Adam a situação, senão ele não pararia de insistir. Pensou em Brad, resolveu ligar pro número em que ele tinha mandado sms pra ela.

Bip... Bip...

- Alô? - Emma ouviu uma voz feminina.

- com licença, de quem é esse número?

- eu sou Hillary. Você deve ser a Emma. Como está?

- Bem... - disse Emma desconfiada - obrigada por perguntar. Você conhece o meu marido?

- ah, claro! Eu trabalho na empresa dele. Cuidei de algumas coisas enquanto você não estava presente. E ainda estou cuidando.

- uhm... Ele está bem?

- Sim, está. Não para de perguntar por você, mas não permitem que ele telefone pra ninguém, só poderá em 15 dias.

- Você irá visitá-lo?

- Irei com certeza.

- Então diga pra ele que eu estou bem e espero que ele se recupere logo.

- Direi sim Emma.

- Até mais.

- Até, meu bem.

Emma desligou. Hillary... não se lembrava dela, mas não valia a pena ficar com isso na cabeça. Pensou em Brad, se ele realmente mudaria ou se isso tudo era só teatro. Enquanto pensava, o carro vermelho passou tão rápido por onde ela estava, que Emma só viu um vulto. Ele corria bastante, sentiu vontade de estar no lugar dele. Devia ser bastante emocionante. Um tempo passou e Emma continuou sentada, estava se sentindo muito confortável.

- quanta neblina - disse Adam se aproximando e sentando-se do lado de Emma - não gosto muito, mas dá mais emoção numa corrida.

Emma ri. - deve ser muito emocionante mesmo correr risco de vida.

- na verdade até é - Adam mantém os olhos na pista de corrida - as vezes a vida parece bem entediante, mas só quando a gente fica cara a cara com a morte, percebemos o quanto ela é importante.

- você já ficou cara a cara com a morte?

- Já sim, umas três vezes. E nenhuma foi em corridas. A primeira vez foi quando eu tinha 10 anos, meu avô tem várias plantações de uva na Itália, sou italiano sabia? - ele ri, transmitindo uma sensação de paz pra Emma - enfim, eu e meu avô sempre andávamos a cavalo por lá, eu sempre ficava atrás dele. Só que um dia o cavalo se espantou com uma raposa que invadiu a plantação e eu caí do cavalo, ele quase me pisoteou. Foi emocionante, mas depois eu até achei engraçado, já que eu seria esmagado que nem uva, no meio de uvas. - eles riem.

- e qual foi a outra? - Emma pergunta interessada, estava gostando de saber mais sobre ele.

- a outra foi quando eu tinha 16 anos, eu estava no Caribe com uns amigos andando de lancha, meus amigos estavam meio bêbados sabe - ele ri envergonhado.

- e você não estava? - emma o interrompe, com um sorriso sacana.

- não, acredite se quiser mas eu não gosto de bebidas alcoolicas. Enfim, meu amigo Jim que estava conduzindo, viu um tubarão, desviou muito rápido e como eu estava na ponta, acabei caindo. Por pouco a hélice não me picotava. Mas eu sobrevivi. Caribe é lindo, já foi lá?

- não - o sorriso de Emma desaparece - sempre tive vontade de ir lá, de viajar o mundo na verdade - ri sem graça. - mas nunca tive a oportunidade.

- eu pelo contrário estou sempre viajando por aí. Não gosto de esperar, ou inventar desculpas. Você tem cara de que gosta de aventuras, mas como tenta ser certinha, quase nunca passa por elas.

- eu sou certinha - Emma bate no braço dele. - mas você está certo, minha imagem é tudo pra minha carreira.

- entendo, mas você deveria começar a viver o que sempre sonhou.

- talvez... Bom, e a terceira?

- uhm... a terceira foi bem recente, eu estava em Dubai competindo no GP de lá tem alguns meses. Resolvi pular de paraquedas do maior arranha-céu do mundo. É alto pra caramba eu quase morri de medo - ele gargalhou - mas mesmo assim eu pulei, até aí tudo bem, só que quando fui tentar abrir o paraquedas ele não funcionava. Eu fiquei desesperado, mas o instrutor que pulou comigo, de uma forma bem ninja, conseguiu me pegar.

- essa foi a melhor de todas. - Emma diz. - história pra contar pros netos.

Eles riem.

- e você? Já ficou cara a cara com a morte?

- não, ainda. Espero eu - ela ri. - já viajei para alguns países, mas só me dediquei ao trabalho, não me diverti.

- então dessa vez vai ser diferente. - Adam se levanta e estende a mão para Emma - venha.

- onde você vai me levar? - Emma se levanta e pega a mão dele.

- você verá! Já vim a Istambul umas vezes e vou te levar pro lugar que eu mais gostei de visitar.

Adam abriu a porta do carro pra Emma e deu partida, andaram por vários minutos, Emma não tinha ideia pra onde estavam indo.

O carro para e Adam abre a porta para Emma. Ele pega a mão dela e a conduz para o local.

- Uau! - diz Emma maravilhada.

ℭ𝔬𝔪𝔭𝔩𝔢𝔱𝔞𝔪𝔢𝔫𝔱𝔢 𝖘𝖚𝖆 (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora