Cap. 30: Pedido de Desculpas

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Jacob

Acordo assustado com o despertador. Desligo-o.

Já são 06:00 da manhã. Hora do trabalho!

Vou para o banheiro e faço minha higiene, logo após visto meu uniforme e calço minhas botas.

Olho o meu celular e há várias mensagens de minha namorada, que surtou quando soube que estive na casa de Emma Furcken à noite. Ela não precisa se preocupar. Emma é a mulher mais linda que já vi na vida! E famosa, rica... Não é pro meu bico. E estou aqui pra ajudar na sua separação, sei muito bem que ela tem um caso de amor com Adam Armstrong. Não vou negar, aquele piloto é foda! E ele é bonitão que nem Emma. Eu sou só um carinha de dezenove que ainda mora com a mãe. Falando em mãe, ela me grita para que eu vá tomar meu café.

Vou para a cozinha e sento na mesa. Tenhos mais três irmãos, umas pestes. Acho que esse dinheiro que vou receber vai me ajudar a sair daqui.

Termino o meu café e pego minha bicicleta. O tal quadro está enfiado debaixo de meus braços, então vou pedalando até o correio, com minha mochila nas costas, onde os papéis de divórcio estão depositados.

Chegando lá, meu chefe repassa as entregas que tenho que fazer e me dá as chaves do caminhão. É sempre assim, dirijo o dia inteiro fazendo entregas e ganho uma merreca.

Escondo a mochila e o quadro no caminhão e vou até Mark. Ele parece muito animado, me dá minha parte do dinheiro e deseja-me boa sorte.

Volto ao caminhão e dou partida. Procuro o endereço da clínica e sigo para lá. Paro o carro um quarteirão antes da clínica, então começo o processo.

Pego a mochila e tiro os papéis de lá, pego uma prancheta e anexo os papéis nela. Em seguida, guardo o dinheiro na mochila. Procuro uma fita adesiva branca nos compartimentos do caminhão, até que acho. Cubro as partes duvidosas do papel, tentando o máximo possível com que a fita não fique visível. Perfeito!

Agora é só ir até lá, entregar o quadro a ele e pedir pra que assine.

Ligo o caminhão novamente e dirijo até lá. Paro em frente, preciso me acalmar e parecer convincente.

Estou suando e tremendo! Desse jeito ele vai suspeitar.

Pego o quadro, a prancheta e a caneta, então ando até lá.

Entro e vou direto na recepção.

- Com licença senhora - digo para uma ruiva que digita num computador - tenho uma entrega para Brad Furcken.

Ela me olha.

- Pode entregar para mim, que entregarei a ele.

- Sinto muito, é uma entrega exclusiva e valiosa. Precisa ser entregue nas mãos do sr. Furcken. - deixo o quadro visível a ela.

Ela me dá um olhar mortal.

- Ok, vou chamá-lo - e anda por um corredor.

Engulo em seco várias vezes. Respira Jacob, respira.

- Olá, queria falar comigo?

Viro-me e dou de cara com um homem todo de branco. Ele é alto e poderia ter sido bem robusto há um tempo atrás, mas agora parecia magro e cansado, com a barba por fazer. Peraí, isso não é uma clínica de reabilitação?!

Seus olhos são de um azul profundo e me olham com severidade.

Me aproximo dele sorrindo.

- Você deve ser Brad Furcken. Muito prazer senhor - o cumprimento - tenho uma entrega muito especial.

- Entrega?

- Sim, de sua mulher. Pediu que entregasse em suas mãos, pois é muito valioso. Ela disse que era um pedido de desculpas - faço cara de confuso.

Os olhos dele se iluminam de repente.

- Onde está?

- Aqui - dou o quadro a ele - acho que é um quadro! Sorrimos.

- Ela realmente me conhece - ele sorri de orelha a orelha.

- Assine aqui por favor.

Ele assina os papéis, sorrindo atoa.

Até me sinto um pouco culpado.

- Bom, até mais senhor. Obrigado!

- Obrigado você.

Aceno pra ele e ando pra fora quase correndo. Entro no caminhão e acelero pra casa de Ian. Meu coração está a mil! Caramba, foi a maior adrenalina da minha vida.

Chego na casa de Ian e estaciono de qualquer jeito. Corro até a porta e bato uma, duas, três vezes... Nada! Onde será que ele se meteu?

Adam

Estou andando pelo parque Yildiz. Tudo aqui me lembra Emm.

Era pra eu estar treinando, mas fui dispensado por Bill.

"Sua cabeça está em outro planeta, quando achá-la, volte a treinar" foi o que ele disse.

Realmente não estou muito bem. Mas não sei o porquê.

Vou andando, até o hipódromo. Compro um sorvete, no mesmo lugar que comprei com Emm há um tempo atrás.

Sento-me num banco ali perto, olho para as pessoas que passam. Parecem tão felizes.

Vejo crianças brincando com pombos ali perto. Não consigo deixar de sorrir.

Tenho muitos sonhos, mas acho que o maior deles ainda não realizei. O de ter filhos. Quero um rapazinho ou princesinha, tanto faz. Vou amar todos os que eu tiver. Para mim, filhos são o nosso maior legado.

Penso em Emma.

Muito em breve, quando tudo isso passar...

Vamos começar nossa vida juntos.

Não quero ser precipitado, mas já consigo imaginá-la sendo a mãe dos meus filhos, sendo minha companheira.

Resolvo andar mais um pouco, até que sinto meu celular tremer em meu bolso.

Olho o visor, é um número que eu não conheço.

- Alô?

- Alô deus grego, aqui é o Michael, amigo da Emm - ele soluça - só queria te avisar, não sei se devo, mas já avisando.

- O que aconteceu?

- É uma longa história, mas resumindo: Uma amante louca de Brad entrou na casa de Emma e atirou nela.

Meu sangue congela.

- O QUÊ? A Emma está bem? Ai meu Deus - me desespero.

- Ela está no hospital, dormindo. Levou um tiro no ombro, mas vou cuidar dela. Em breve, vai sair em todas as manchetes. Mas acho que você deveria saber.

- Obrigada por me avisar. Estou indo pra aí - desligo.

Chamo um táxi e corro para o aeroporto.

Agora eu sei.

Porque eu estava assim.

Meu Deus, quem é essa psicopata?!

Emma não merece isso.

Pelo menos o tiro foi no ombro.

Chego no aeroporto e corro até a área do meu jatinho.

Me surpreendo quando vejo que Victor já está a postos.

- Está em todos os jornais. Sabia que você viria - ele diz.

Então corremos para o jato e decolamos.

Estou decidido.

Nunca mais vou me separar de Emma.

ℭ𝔬𝔪𝔭𝔩𝔢𝔱𝔞𝔪𝔢𝔫𝔱𝔢 𝖘𝖚𝖆 (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora