°•COLORS•°

Only Told the Moon

Narrador's Point of view

        Sabe aquele momento onde você está pensando sobre tantas coisas ao mesmo tempo que no final é como se sua mente estivesse completamente vazia e você apenas sente um vazio enorme dentro de você? No momento, era assim que a D'Amelio mais velha se sentia. A garota não tinha certeza se fugir tinha sido a melhor opção para lidar com tudo o que estava acontecendo. Porém não podemos julgá-la, ela se sentia confusa. Sua cabeça estava uma completa bagunça no qual ela não sabia como arrumar.  Seus olhos fixos no chão, uma de suas mãos dentro dos bolsos do grande moletom que usava, e a outra carregando seu skate, enquanto seus pés continuavam trabalhando inconscientemente demonstravam o quão aérea a garota se encontrava.

Dixie estava tão presa em sua própria cabeça que nem notará que ela estava cravando as unhas na palma da própria mão, aquilo era um hábito que a garota achava que havia perdido com o tempo, porém pelo visto, ela estava errada. Quando Dixie era criança, para conseguir lidar com sua ansiedade, cravava as unhas em sua própria pele, o que as vezes acabava causando alguns ferimentos realmente sérios em algumas partes de seu corpo, como seus braços, mãos, coxas e até pescoço.

A garota continuava sem expressões, porém parou bruscamente ao começar a sentir o cheiro salgado que o mar emanava. Ficando levemente confusa ao olhar em volta e notar aonde estava, sem entender como havia chegado ali.

A brisa fria a fazia arrepiar ao entrar em contato com a pele descoberta de sua nuca. O lugar praticamente deserto devido ao horário estava relativamente frio por conta do sol que ainda não havia nascido por completo. O som das ondas acalmavam seu corpo levemente, porém fazia com que a garota tivesse vontade de ser levada por elas, ela não queria sentir aquilo. Após observar a grande praia por alguns minutos, Dixie decide andar até uma parte onde se encontrava várias rochas onde era possível se sentar e apreciar a vista.

Ao se sentar em uma das rochas, Dixie deixou seu skate ao seu lado e se inclinou para trás afim de encostar as costas na grande rocha que estava logo atrás. O sol que ainda não havia saído por completo iluminava parte do céu que no momento se encontrava em um tom de laranja e amarelo. A morena que ainda observava o céu desceu o olhar para o mar a sua frente.

Inconscientemente, a garota se encolheu e abraçou os próprios joelhos, se arrependendo no mesmo instante ao sentir o cheiro da loira impregnado em seu moletom. Ela poderia ter tirado o moletom naquele instante e continuado a apreciar o mar, porém o que a garota fez foi se encolher ainda mais e esconder seu rosto entre aquela peça de roupa. Ela queria a loira ali, ela queria estar abraçada com a loira em cima daquela rocha. Ela queria ver os olhos de Addison brilharem por conta do brilho do sol. Ela queria escutar a risada que a mais velha soltava quando Dixie contava histórias engraçadas sobre o seu passado.

Porém Dixie teria que aceitar, Addison não era sua.

Não era e nunca seria. Para Dixie, aquilo era algo extremamente impossível de acontecer, ela sabia que nunca teria a loira por completo. Dixie nunca conseguiria ter Addison em seus braços.

Não demorou muito até que lágrimas grossas começassem a escorrer pelo rosto da morena, porém dessa vez ela não se importava em enxuga-las. Dixie apenas se deixou desabar agarrada naquele moletom com o cheiro de sua amada.

Aquilo doía, doía como o inferno. O aperto em seu coração se aumentava a cada minuto e a cada soluço que escapava de seus lábios entreabertos, por conta de sua respiração entrecortada. A D'Amelio não entendia o porque de a loira não poder ser sua. Porque Addison não poderia ser sua sendo que a morena era completamente dela? Ela queria que tudo ficasse bem depois de seu último momento com Addison. Aquela fora a primeira vez, que morena havia sentido que Addison era sua, quando suas mãos entraram em contato com o corpo da loira, ela até chegou a pensar que a garota retribuía seus sentimentos. Logo Dixie já estava cravando suas unhas em suas pernas, implorando a qualquer coisa e a qualquer um para que acabasse com aquela sensação.