In My Dreams

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Narrador's point of view

Ainda com os olhos fechados, a morena passava os braços pela cama a procura de sua amada. Quando não a sentiu, os abriu lentamente, logo os fechando pelo fato de que a luz do sol vinha em sua direção, fazendo seus olhos arderem por não estar acostumada com a claridade. Seus músculos e ossos doíam. Sua cabeça não estava diferente. Um sorriso nasceu em seus lábios ao lembrar do dia de ontem, mas o mesmo morreu quando se deu conta que Addison não estava em seu quarto. Ela se sentia fraca e se não fosse pela falta da loira, ela claramente não se levantaria daquela cama tão cedo.

- Ela deve estar tomando um banho.- Pensa consigo mesma e caminha até o banheiro em passos curtos. Ao entrar no cômodo, viu que o mesmo estava vazio. Franziu o cenho e se retirou de lá enquanto apertava suas têmporas com os dedos indicadores. Aquela dor estava a matando.- Quem sabe a cozinha, ela gosta de café.- A morena tentava se convencer de que a loira ainda estava ali e não havia ido embora.

Ao chegar no corredor e constatar que o apartamento estava em completo silêncio, apressou os passos até a cozinha. O desespero tomou conta de si. A loira não estava mais ali? Ela foi embora? Havia deixado Dixie novamente? Essas perguntas sem respostas passavam pela cabeça da morena enquanto a mesma procurava sua amada por todo o apartamento. A loira está ali com ela ontem. Ela não estava ficando louca estava? Em passos rápidos a morena voltou até seu quarto, olhando para o mesmo e vendo a tremenda bagunça. Copos e garrafas vazias estavam jogados pelo chão, também havia algumas roupas e até mesmo uma calcinha, que ela não tinha certeza se era dela. Ela se lembrava perfeitamente bem de ter o arrumado junto com a loira, por que estava todo desarrumado agora? Ela tentava ao máximo não acreditar que uns dos dias mais felizes da sua vida não passava de uma mera ilusão criada por sua cabeça.

Ela tentou se manter forte durante todo esse tempo que esteve em Nova York, mas agora se sentia ainda mais quebrada. Ela se sentia uma idiota por imaginar que Addison tinha viajado até lá por ela. Seu estômago estava dando voltas e sua cabeça parecia que iria explodir. Seus olhos ardiam como brasa a cada lágrima que ousava escapar deles. Seu peito doía, como nunca antes. Sua respiração ficando cada vez mais descompassada e a vontade de gritar que surgia em sua garganta deixando seus batimentos cada vez mais acelerados.

Quando percebeu, estava na cozinha com um copo de água em suas mãos. Ela tremia e era perceptível, pois o líquido transparente no copo balançava como um mar em dias de tempestade. Ela tentava tomar a água em busca de aliviar aquela vontade de gritar. Mas nada passada aquele incômodo irritante. O tremer de suas mãos acabavam derramando um pouco do que tinha no copo, deixando a morena ainda mais irritada do que já estava. Sem pensar duas vezes, a garota soltou o copo de vidro no chão. Ouvindo o barulho do vidro se quebrando contra a superfície plana. Por pouco os estilhaços não pegaram em seus pés descalços. Dixie gostou daquilo. Ao olhar para o lado, viu que havia alguns pratos em cima do balcão. A ideia de quebrá-los a agradava mais do que deveria. Suspirou pegando o objeto em sua mão. O virou e o analisou bem antes de atirá-lo em direção a parede. Seus olhos agora estavam embaçados, não conseguia enxergar um palmo à sua frente. O barulhos dos pratos atingindo a parede, móveis e chão eram extremamente altos, mas Dixie não se importava nem um pouco. Ela estava cansada disso tudo.

- Por que? - Diz com a voz fraca e quase inaudível assim que seus joelhos tocaram o chão, por cima de todos aqueles pratos quebrados. Ela não se importava mais com a dor física. Ela não se importava com mais nada na verdade. Sua cores foram tiradas e agora suas sensações também. - Eu mereço isso? Pelo visto sim.- Sua voz era carregada de escárnio e mágoa. Mas ela não podia culpar Addison, muito menos se culpar. Ela sabia disso.

Sem pensar duas vezes caminhou até a geladeira. Ao abrir e ver que a mesma se encontrava vazia, abriu as portas do armário, para encontrá-las também vazias. Ela havia esquecido que provavelmente acabou com tudo na noite passada. Então, caminhou até o quarto em busca de um casaco. Deixou seu apartamento completamente desorientada. Não sabia para onde estava indo, ela só queria acabar com aquilo de uma vez. Ela não percebeu que já havia saído da rua de seu prédio, muito menos que havia entrado em um comércio qualquer. Tudo que ela queria era beber até acabar com a consciência que ainda restava em si. Pegou todas as bebidas que viu pela frente e se dirigiu ao caixa.

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