Nova York.

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POV Charlotte Somers.

Jogava cada peça de roupa dentro da mala, não ficaria nem mais um minuto dentro desta casa. Lucile, mais conhecida como mãe, tentava a todo custo fazer com que eu mudasse de ideia. 

— Charlie, vocês podem conversar e esclarecer todo esse engano no qual você se meteu.

— Não tem engano algum, Luci. Eu peguei meu marido com a minha "suposta" melhor amiga. - fiz aspas com os dedos. Ela me olhava com uma cara nada boa.

— Querida, todo homem em algum momento trai sua parceira. Basta aceitar e perdoa-lo. - disse ainda me olhando. Parei o que estava fazendo para olhar o quão cara de pau era a minha mãe.

— Você está se ouvindo? Ele me traiu bem na nossa cama. Na nossa cama! - faltei gritar para que ela pudesse ouvir e entender que aquilo não tinha perdão.

— Eu estou me ouvindo muito bem, Charlotte. E é por isso que digo que está cometendo um grande erro, você não vai encontrar outro Hugo na vida.

— Sorte a minha, não é mesmo? 

Eu sabia muito bem o outro "Hugo" do qual ela estava falando. Acontece que dona Lucile não importa com o bem estar de ninguém, a não ser o dinheiro. Ela sempre foi desse jeito, se importava mais com o dinheiro do que com os próprios filhos, por isso que Chaz aceitou uma proposta de emprego em Nova York, ficar o mais longe possível da mãe.

— Dinheiro não é tudo nessa vida, Dona Lucile. Estou indo embora dessa casa e espero nunca mais ver Hugo na minha frente. Richard já entrou com o pedido de divórcio, estou dizendo adeus a Londres.

Havia conversado com meu irmão e ele disse que eu podia ficar com ele até arrumar um lugar para morar. Assim que o avião pousou, tratei logo de fazer o meu check out e ir ao encontro do meu irmão que ficou de me esperar no aeroporto. Passei pelos portões a procura de Chaz e o encontrei perto de uma máquina de refrigerante flertando com algumas meninas, apenas revirei os olhos e fui ao seu encontro.

— Olá irmãozinho.- é o que eu digo quando estou perto dele. Chaz vira e me dá um dos seus abraços de urso, solto um riso alto sentindo ele me rodar.

— Quanto tempo, irmãzinha! - diz quando me põe no chão. - Preciso ir meninas, podem me ligar quando quiserem.

— Quando você vai tomar jeito nessa vida?- disse. Ele pegou minhas duas malas me deixando com a mochila nas costas. 

— Quando a mulher perfeita nascer para mim. Por enquanto, eu só me divirto.- respondeu. Eu ri seguindo ele até seu carro.

— O que aconteceu com sua Ferrari?- perguntei sentando no carona do seu mais novo Audi R8.

— A vida em Nova York é cara, irmãzinha. Precisei de um apartamento, nada mais justo que por o carro de luxo no mercado. - disse. Ele deu partida seguindo para seu apartamento.

Durante todo o percurso, eu expliquei para ele o que havia acontecido entre mim e Hugo. Chaz disse que se encontrasse com o traste, daria uma surra no pobre coitado que de coitado não tinha nada. Chaz entrou na garagem do prédio que parecia ser simples mas bem aconchegante. 

— Pelo visto, vender a Ferrari foi um ótimo investimento. - comentei já dentro do elevador com meu irmão se arrumando no espelho. Suspiro entediada e ele me olha.

— Eu comentei que divido o apartamento com um amigo, certo? - pergunta agora me olhando. Eu concordo dando de ombros. — Quero que não surte, tudo bem?

— Por que eu surta… o que esse idiota está fazendo aqui? - eu pergunto assim que Chaz abre a porta do apartamento.

— Olá Charlie Boo. - seu sorriso sacana ainda era o mesmo. Argh! Puxo Chaz para fora do apartamento com toda a força que tenho e dou-lhe uns tapas.

Acordo.Onde histórias criam vida. Descubra agora