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Algumas pessoas dizem que a fase adulta é a parte mais dura da vida de uma pessoa. Eu particularmente discordo desse discurso. Não existe nada pior do que se sentir um completo estranho em meio a adolescentes que compartilham muitas coisas em comum com você. Como as mudanças por quais estão ambos passando, a dificuldade de se aceitar do jeito que é e principalmente as desilusões e corações partidos típicos dessa idade. Contudo, que tendem a se divergir na maior parte das vezes, no modo de pensar e agir em reflexão desses pensamentos.
As vezes tudo o que precisamos nessa época é de alguém para entrar em nossa vida e nos ajudar a colocar tudo em ordem, alguém que nos mantenha na linha para seguir o caminho considerado o certo. É mais fácil para umas pessoas que para outras. Isso é fato. Pessoas como eu que tem essa dificuldade de se relacionar, de se deixar penetrar por sentimentos que julgamos ser errôneos e que nos tornarão vulneráveis, normalmente tem essa dificuldade.
Eu sentia que estava a beira de um precipício durante boa parte da minha vida, aproximando-me constantemente da ponta - cada vez mais próximo, dia após dia - eu sabia que teria de pular em algum momento e não havia ninguém para me puxar e me livrar desse destino cruel, ninguém que ligasse ou que ao menos notasse, ninguém que...
"Regulus Arcturus Black!"
Congelei no meio do corredor, saindo de meus devaneios e me virando para encarar a pessoa que gritava desesperadamente o meu nome atrás de mim, atraindo alguns olhares indesejados das pessoas curiosas que estavam em volta.
Mas eu não podia julgá-las. Não naquela ocasião. Não enquanto tinha Bartemius Crouch Jr. caminhando em direção a mim com uma determinação quase implacável, como se nada houvesse entre nossos corpos, que eram separados por alguns metros significativos - nem tantas outras pessoas, nem seus animais engaiolados, nem nada - quase como se nós dois fôssemos as únicas pessoas na estação de King's Cross naquele momento.
O rapaz sempre teve uma facilidade impressionante para chamar atenção onde quer que ele fosse, ele era a pessoa mais escandalosa que eu conhecia - perdia talvez para o melhor amigo do meu irmão, James - e ele sempre foi assim desde que nos conhecemos e nos tornamos melhores amigos e eu tinha a sensação de que isso não iria mudar, ao menos não tão cedo.
Foi inevitável não abrir um sorriso quase que imediatamente quando meu olhar se encontrou com aquele par de olhos azuis que eram tão familiares para mim, mais até do que eu gostaria e sequer deveria...
Crouch, por sua vez, não parecia se importar nem por um segundo com o fato de que a nossa relação ultrapassava todas as barreiras que definia uma amizade. Naquele ponto da minha vida eu não tinha certeza sobre muitas coisas, mas uma coisa que eu sabia era que, definitivamente, nós não éramos somente amigos.
"Que saudade de você, seu merdinha." O garoto disse próximo o suficiente para se atirar em meus braços em um abraço apertado que me tirou o ar, envolvendo meu pescoço com seus braços um pouco mais fortes agora que passara pela puberdade, me deixando com a vaga impressão de que suas pernas torneadas se fecharam em torno de meus quadris por alguns instantes.
"É bom ver você também, Crouch." Eu disse baixo para que somente o menino escutasse, largando-o seguro no chão e conferindo ao redor com o olhar, percebendo que éramos o centro das atenções de quase todos que estavam no corredor do trem.
"Como foram as férias? Sentiu falta de mim? Seu irmão foi menos babaca? Como vão seus pais-" Ele desatou a perguntar e eu segurei em seu pulso com delicadeza, apenas para atrair a atenção do mesmo, olhando-o com censura antes de o puxar para dentro da cabine mais próxima e fechar a porta atrás de nós.
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𝗲𝘃𝗲𝗻 𝘁𝗵𝗲 𝘀𝘁𝗮𝗿𝘀 𝗳𝗮𝗹𝗹𝘀 {bartylus}
Fanfiction"Nada de fazer justiça com as próprias mãos, 'kay?" Regulus não respondeu e eu busquei a sua mão livre, a que não estava em minha cintura acariciando-a calmamente, é claro, e então beijei seus dedos enfeitados com alguns anéis, repetidas vezes, arra...