𝗲𝘃𝗲𝗻 𝘁𝗵𝗲 𝘀𝘁𝗮𝗿𝘀 𝗳𝗮𝗹𝗹𝘀 {bartylus}

3. Equilíbrio

×××

Eu não conseguia parar de pensar em Barty enquanto seguia o meu irmão até o jardim interno do castelo para, segundo ele, conversar.

A minha irritação podia ser detectada pela ruga que se formava entre minhas sobrancelhas franzidas, pois eu assisti perfeitamente o momento em que as coisas do meu melhor amigo foram arremessadas ao chão quando os amigos de Sirius se aproximaram e eu nem mesmo pude me certificar se ele estava realmente bem.

Assim que descemos um pequeno lance de escadas que dava acesso ao gramado, somente eu e o meu irmão mais velho agora, eu parei de caminhar e me virei bruscamente para encara-lo, esperando impaciente que começasse a falar. Afinal eu não tinha todo o tempo do mundo.

"O que era tão importante para ir atrás de mim daquele jeito?" Eu soltei enquanto abraçava meu próprio corpo, quando se passou alguns minutos onde tudo o que o outro rapaz fizera foi encarar a mim como se estivesse fazendo algum tipo de avaliação.

Sirius abriu um pequeno sorriso de repente, deixando-me completamente confuso, ainda mais quando ele avançou alguns passou e me envolveu em um abraço firme.

Eu, sem reação, não retribuí o abraço, mas permiti que ele me abraçasse, no fim das contas.

"Eu senti a sua falta"

Então ele se afastou, com aquele sorriso de lado tão característico seu. Eu manti minha expressão facial neutra, sem sorrisos, no caso, já que meu semblante estava completamente franzido por conta dos raios alaranjados do sol que banhava nossos corpos naquele início de fim de tarde.

"Era só isso? Eu tenho aula agora e os professores já estão passando lição de casa e ainda não desfiz meu malão... Primeiros dias, são sempre muito corridos, você sabe." Tentei dar uma desculpa para correr para a aula de Poções e ficar perto do garoto de olhos azuis, mas o bufo alto do meu irmão denunciou que ele não se convenceu nem um pouco.

"Fico feliz em ver que você está bem, Reg. Fiquei preocupado que... deixa pra lá. Como estão as coisas em casa?" Ele balançou a cabeça como se pudesse expulsar os pensamentos de sua mente com apenas aquele gesto, desviando o olhar rapidamente.

"Estava tudo igual quando eu saí. A poeira da sua fuga já baixou, se é isso que quer saber..." Eu finalmente sorri, mas com um ar de indiferença. "Já está pronto para voltar, né? Mamãe vai ficar brava, mas vai recebê-lo de volta-" Eu cantarolava mas ele me cortou, mexendo as mãos em sinal para que eu parasse de falar; o que eu logo o fiz ao perceber.

Não por ele ter alguma autoridade sobre mim, mas sim por educação.

Sirius avaliou meu rosto em silêncio por um instante, antes de se aproximar novamente e tocar minhas bochechas com as duas mãos, obrigando-me a manter os olhos fixos nele, atento ao que iria dizer a seguir:

"Eu não vim pedir para voltar."

Ele disse quase que em um sussurro, com a perfeita voz de veludo e em meio a um sorriso ladino que o deixava com uma expressão inebriante. Como se estivesse com a cabeça à milhas de distância dali...

Meu cenho se franziu instantaneamente em confusão para com a resposta dele.

Por que ele me chamara para conversar então? Se não desejava voltar?

Como se tivesse acesso aos meus pensamentos, Sirius respondeu a pergunta que ia e vinha em meu cérebro naquele momento:

"Quero que você venha se juntar a mim, com os Potter. Eles me aceitaram, Reg. Tenho certeza que aceitarão você também. São boa gente, são como pais-" Ele ia dizendo, falando rápido e próximo demais, ultrapassando minha linha de raciocínio e de espaço pessoal.