13. Maninho

466 65 30
                                    

×××

Eu realmente achei que tudo ficaria bem quando me levantei do tapete, somente algumas horas mais tarde. Segurando a mão de Bartemius junto a minha com firmeza quando retornamos ao dormitório.
Ele estivera colado em mim exatamente como antes, mas eu o sentia... distante. Como se algo o incomodasse, como se tivesse alguma coisa errada acontecendo consigo e eu não fazia ideia do que era. Pois meu melhor amigo havia tomado um gosto incomum pelo silêncio. Deixando que o mesmo reinasse quando estávamos juntos quase todo o tempo. E aquilo me aborrecia.

No dia do jogo, no entanto, eu me levantei mais cedo que o normal para me preparar. Deixando Barty na cama para começar a me vestir para descer para o café da manhã que ainda nem devia estar sendo servido e tive a ideia de o acordar e foi então que aconteceu algo...

"Hey, acorda..." Eu dei uma leve chacoalhada no ombro do garoto que grunhiu sonolento e se virou de lado, nem sequer se dando o trabalho de abrir os olhos. "Acorda, pequeno..." Eu sussurrei e comecei a fazer carinho nos cabelos atrás de sua orelha, sorrindo quando o menor se escolheu ao meu toque.

"Que horas são?" Ele soltou com a voz rouca algum tempo depois, abrindo os olhos e deixando que aquela imensidão azul que estava clarinho me inundar.

"Ainda é cedo, mas eu estava um pouco ansioso por conta do jogo. Você vai vir me assistir?" Mordi as extremidades de meus lábios fortemente, esperando que ele se apoiasse nos cotovelos para se sentar na cama.

"Yeah. Mas é claro que vou." Ele abriu um sorriso meio torto e eu sorri, me sentando a sua frente.

"Que bom! Isso me tranquiliza de verdade..." Continuei mordendo os lábios, com os olhos fixos nele. "Está bem frio, use meu suéter. Bom que dá sorte!" Ofereci rapidamente, esperando ele assentir para voltar a sorrir.

"Tudo bem." Barty coçou a parte de trás da cabeça e abaixou o olhar para os lençóis. "Usarei então." Assisti seu nariz se franzindo para o lado e soltei um sorriso analasado, tão bobo quanto feliz.

Eu era um idiota.

Um idiota completo.

"Está atrasado?" Ele continuou e se esticou, ainda na cama, bocejando em seguida.

"Na verdade, não. Precisa de algo?" Eu cocei a nuca e inclinei a cabeça para um dos lados para fitar melhor seu rosto amassado de sono.

Até assim ele consegue ser lindo. Que inferno!

"Pode pegar a pomada sobre a mesa de cabeceira da minha cama, por favor?"

Eu saltei de uma vez e caminhei até lá, apanhando o único frasco que havia sobre a tal mesa e me aproximei com ele entre as mãos.

"O que é isso?" Perguntei curioso, antes de entregar nas mãos pequenas dele que murmurou, agradecendo.

"É... Hum, uma pomada pras marcas... Pra ajudar desaparecer mais rápido." Barty respondeu, mas seu tom de voz me incomodou... ele parecia constrangido.

"Eu posso passar em você?" Eu soltei de repente, arregalando os olhos minimamente para meu próprio atrevimento e ele balançou a cabeça devagar para os lados.

"Não precisa... Eu... Você deveria ir andando, eu posso fazer isso sozinho..." Disse depressa.

"Não tem problema. Por favor, deixa eu fazer?" Eu segurei em seu queixo da forma mais singela e ergui seu olhar até o meu, fazendo um biquinho leve para ele.

Barty bufou exausto e puxou a gola da blusa para os lados. Me dando a visão de seu pescoço e início dos ombros que tinha marcas mais claras do que há uma semana atrás e eu senti o sangue em minhas veias esquentar. Não sei dizer se foi de raiva ou de excitação.

𝗲𝘃𝗲𝗻 𝘁𝗵𝗲 𝘀𝘁𝗮𝗿𝘀 𝗳𝗮𝗹𝗹𝘀 {bartylus}Onde histórias criam vida. Descubra agora