𝗲𝘃𝗲𝗻 𝘁𝗵𝗲 𝘀𝘁𝗮𝗿𝘀 𝗳𝗮𝗹𝗹𝘀 {bartylus}

14. Vazio

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Eu sentia a garganta fechando a cada passo que eu dava no momento em que deixei meu melhor amigo para trás no banheiro dos Monitores. Levei as mãos até a gravata do uniforme e a afrouxei na tentativa falha de fazer aquela angústia passar. Não passou. E eu então obriguei meus pés a me levarem daquele corredor o mais rápido possível, antes que voltasse lá e dissesse o que eu realmente queria dizer a Regulus. Antes que voltasse e o dissesse como eu realmente me sentia.

Eu teria aula de História da Magia dentro de alguns minutos e alguns alunos que enchiam os corredores passavam por mim, esbarrando em meus ombros esguios e baixos, não se importando muito com a situação que eu me encontrava. Sentindo os olhos ardendo devido as lágrimas que eu prendia com toda a minha concentração e força. Com o intuito de deixá-las rolar somente quando estivesse em meu dormitório, sozinho.

No entanto, antes que pudesse virar o corredor em direção às masmorras, a professora McGonagall apareceu em minha frente como um vulto e me parou com um gesto único com as mãos.

"Senhor Crouch, lamento ter que tirá-lo de sua aula agora... mas tem alguém querendo ver o senhor." A bruxa explicou com sua voz arrastada e pesarosa, eu engoli em seco perante a menção da aula que eu consequentemente visava matar naquele momento.

"Desculpe professora, mas tem alguém querendo me ver...? Quem é?" Minhas sobrancelhas se franzira e eu falei com meu melhor tom baixo e tranquilo.

Por mais que eu estivesse gritando por dentro por estar me afastando do garoto por quem eu estava apaixonado.

"Ahm... melhor descobrir por si só, rapaz. A pessoa está esperando pelo senhor no Salão Principal. Se me der licença, tenho uma aula para dar agora. Boa tarde e boa sorte." A professora meneou com a cabeça como forma de despedida e passou pelo meu corpo, me deixando para trás atordoado e com a mente confusa.

Frustrado. Era como eu me encontrava enquanto caminhava até o Salão Principal para encontrar sabe-se lá quem que estava me esperando. Eu apertava a alça da mochila que caía ao lado de meus quadris e balançava a cada passo rápido que eu dava, fazendo minha mente viajar para alguns dias atrás quando Regulus me ajudou com a pomada para as marcas que felizmente já havia desaparecido por completo e tocou em minha cintura de uma maneira diferente. Eu senti que poderia fazer qualquer coisa somente se o rapaz pedisse enquanto sentia o farmato de seus dedos perfeitamente  deslizando sobre minha pele.

Diferente de quando Rosier tocou que eu senti nojo e medo, muito medo. Regulus me proporcionou, ainda que por poucos segundos, a sensação de estar nas nuvens ou qyase isso. Minhas bochechas se tornaram ruborizadas somente por lembrar dos gemidos que deixei escapar enquanto ainda estava na presença dele.

Então senti uma dor aguda e chatinha se instalar em meu peito por pensar nele, logo naquele momento que eu havia acabado de o afastar de vez...

Mas eu tentava me convencer de que fiz o que acreditava ser o certo para nós dois. Assim ele poderia ter mais tempo com James - quem eu notei estar bastante próximo do mesmo nos últimos tempos - e também para se concentrar em suas próprias coisas um pouco.

Abri a enorme porta do Salão Principal e me coloquei para dentro, virando o rosto em todas as direções em busca de alguém que pudesse estar ali esperando para me ver. Foi quando meus olhos encontraram as costas de um homem alto que usava vestes completamente negras e tinha os cabelos grisalhos perfeitamente cortado e mantinha uma postura impecável.
Senti meus músculos enrijecer quando reconheci meu pai, sentado em uma das grandes mesas que outrora estivera lotada de estudantes da Grifinória.

Ele sempre tivera um certo preconceito com a casa a qual eu fazia parte e eu sabia muito bem o motivo...

Com passos bem mais curtos e hesitantes, eu me direcionei até ele e antes que pudesse dar qualquer indício ou sinal de que estava ali, ele se virou e seus olhos negros caíram sobre mim, acusatórios e frios, como me olhara durante toda a minha vida.