9. O Pequeno Príncipe

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Quando retornamos ao castelo algumas horas depois, quando o sol já havia se posto e uma fina nevasca caía sobre nossas cabeças deixando nossos cabelos brancos, eu tinha a minha fantasia muito bem comprada e a carregava junto com a do meu melhor amigo em uma sacola, cheguei a conclusão de uma coisa: Alex Lacroix era insuportavelmente implicante.

Não tinha muito a pontuar sobre o seu namorado, Fabian, exceto o fato de que não me agradava muito quando ele ficava muito próximo de Barty ou tocando-o em momentos inoportunos e em lugares que eu costumava tocar - como a ponta de seu nariz e bochechas, por exemplo. Mas como o próprio namorado não pareceu se importar, eu resolvi tentar deixar isso de lado...

Cansados demais do passeio para comparecer no Salão Principal para o jantar daquela noite que já tivera início, Barty e eu nos despedimos do casal na porta de entrada do castelo e partimos em direção as masmorras. O vento frio cortava contra nossos corpos, o que fazia com que andássemos mais próximos automaticamente. Quando chegamos, comecei a me despir ali mesmo e assisti o nervosismo do meu melhor amigo perante a isso, sorrindo bobo para mim mesmo enquanto me enfiava em um moletom cinza e confortável para dormir.

Bartemius avisou que tomaria um banho e demorou um pouco, antes de sair em meio a um vapor quente e pegar o meu suéter de Quadribol - que àquele ponto já devia estar impregnado com seu cheiro doce, o que me fez ansiar pelo momento em que fosse o vestir somente para sentir o seu perfume nele - e por fim arrastou os pés até minha cama, se enfiando embaixo das cobertas, com as costas viradas para mim, o que eu entendi como um pedido silencioso para que eu o abraçasse por trás.

O cheiro gostoso de sabonete do banho recém tomado invadiu meu sistema e eu mordisquei o lábio inferior, encarando a pele branca de seu pescoço e descendo para o início dos ombros, onde o suéter não escondia.

Caralho.

Passei uma das mãos por cima de seus quadris, puxando-o para mim ao mesmo tempo em que fazia um impulso leve para pregar suas costas em meu peito, ele não se assustou ou sequer reclamou, como se já estivesse esperando por aquilo. Respirei em sua nuca e iniciei inconcientemente um carinho na curva de sua cintura, mantendo os olhos fechados.

Pensei tê-lo ouvido arfar, mas não parei com os movimentos que foram reduzindo de velocidade até que eu pegasse no sono.

Acordei no dia seguinte antes de Barty, o que eu agradeci a toda a geração passada de bruxos, porque havia uma enorme ereção no meio de minhas pernas por baixo da calça, olhei quase em pânico para a nuca de meu melhor amigo que respirava tranquilamente, imerso no sono e ainda na mesma posição da noite anterior. Ergui a coberta para encarar minha situação, arregalando um pouco os olhos ao ver literalmente a forma de meu membro sob a calça, exatamente onde a bunda de Barty encostava.

Céus, o que estava acontecendo comigo?

Me esquivei do corpo do menor, tentando não fazer nenhum movimento brusco para não o acordar e ter de passar pela situação completamente vergonhosa que seria caso ele ou qualquer um de nossos colegas me visse naquele estado. Caminhei com as mãos erguidas como em sinal de rendição até o banheiro e fechei a porta atrás de mim, soltando um suspiro aliviado e abaixando a calça antes de tentar resolver aquela situação...

Era sábado e não teríamos aula - graças a Merlin - e mais tarde, quando descemos para o café da manhã eu tentei evitar olhar muito para meu melhor amigo, principalmente para aqueles olhos muito azuis que eu havia usado para fantasiar tantas coisas sujas há algumas horas. Ele comia tranquilamente, um pouco sonolento e eu mordi um sorriso enquanto o admirava, sem daixá-lo perceber, é claro.

𝗲𝘃𝗲𝗻 𝘁𝗵𝗲 𝘀𝘁𝗮𝗿𝘀 𝗳𝗮𝗹𝗹𝘀 {bartylus}Onde histórias criam vida. Descubra agora