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Depois que tive a brilhante ideia de levar sanduíches todos os dias para Barty o garoto não estava mais passando fome. E por mais que reclamasse durante longos minutos sobre estar cansado de comer os benditos sanduíches, ele sempre acabava cedendo e aceitando-os.
Os dias se arrastavam em Hogwarts e o frio chegava tão sutil quanto um pássaro ferido e a única motivação que encontrava para me alegrar era o fato das aulas extras com Barty estarem ido melhor que o esperado. Que além de nos garantir uma notável melhora nas matérias requeridas, também estava rendendo muitas risadas e servindo como forma de distração tanto para mim quando para ele.
Passar um tempo junto do meu melhor amigo era algo que realmente eu fazia questão por gostar dele e por conseguir deixar de lado um pouco os problemas que faziam parte do meu cotidiano quando estava sob o par de olhos curiosamente arrebicado de um azul brilhante que ele possuía.
Naquele ano em especial nós estávamos mais próximos do que nunca. Tendo praticamente as mesmas aulas e ao mesmo tempo, almoçando juntos, dormindo na mesma cama, já que Barty simplesmente se esqueceu que tinha uma própria - não que aquilo fosse problema para mim - e o mais importante de tudo, tínhamos nossas aulas particulares. Que era um momento quase que sagrado do dia e eu, assim como Barty, contava os segundos para finalmente poder entrar no banheiro dos monitores e nos trancar em nossa versão de um mundo completamente particular.
Havíamos acabado de sair da aula de Aparatação que havia se iniciado há alguns dias para os alunos do sexto ano em uma manhã cinzenta de uma quinta-feira e fora a nossa última aula do período matinal. Assim que o sinal indicando o intervalo para o almoço soou, eu procurei Bartemius entre os outros alunos, encontrando-o mais a frente, por ser um dos mais baixos e o mandei um olhar cúmplice que dizia que nos encontraríamos em breve no andar de número cinco.
Precisei usar toda a minha habilidade para desviar de uma enorme porção de alunos de todos os tamanhos e idades que enchiam os corredores e contavam ao mesmo tempo sobre suas vidas pessoais, com as vozes sobressaindo uma da outra e tornando quase que impossível identificar de onde vinha cada uma delas.
Com um zumbido tenebroso nos ouvidos e com a leve impressão de estar sendo vigiado, eu consegui passar por eles e caminhava distraído em direção a Cozinha. Onde um dos elfos que era um conhecido de Monstro - o elfo doméstico de minha família - estivera me ajudando nos últimos dias, fornecendo os sanduíches que estavam alimentando a mim e a Barty. Quando senti uma mão se fechar em torno de meu pulso e meu corpo ser puxado bruscamente para um canto no corredor vazio, onde pegava pouca luz do archote de fogo, logo sendo mais discreto.
"O que-" Eu tentei dizer assim que encarei os olhos castanhos de James que sorria abertamente para mim, estando realmente próximo naquele momento.
Okay, aquilo definitivamente era estranho.
O outro garoto que era alguns centímetros mais alto que eu posicionou seu indicador sobre os lábios, pedindo que eu fizesse silêncio. Instantaneamente, franzi as sobrancelhas e fechei a expressão na direção dele, sem entender ainda o motivo do Grifano ter me procurado em um momento como aquele.
"Achei que nunca o encontraria sozinho... Onde está a sua sombra de olhos azuis?" James fingiu olhar para os lados em busca de alguém.
Ele estava falando de Barty. Eu sabia que estava.
E que conversa estranha era aquela? Por que ele queria me ver sozinho??
"Por que quer saber dele?" Senti meu tom de voz se tornar mais alto e firme no mesmo momento, enquanto eu fechava ainda mais a feição em uma ordem silenciosa para que ele se afastasse.
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𝗲𝘃𝗲𝗻 𝘁𝗵𝗲 𝘀𝘁𝗮𝗿𝘀 𝗳𝗮𝗹𝗹𝘀 {bartylus}
Fanfiction"Nada de fazer justiça com as próprias mãos, 'kay?" Regulus não respondeu e eu busquei a sua mão livre, a que não estava em minha cintura acariciando-a calmamente, é claro, e então beijei seus dedos enfeitados com alguns anéis, repetidas vezes, arra...