23. Sim

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×××

"Barty..." Eu comecei, mordendo o lábio inferior com força, baixando o olhar por um instante para fitar os colares na mão do garoto. "É claro que eu aceito, sim, mil vezes sim." Pude assistir o sorriso lindo brotando no cantinho de seus lábios gradativamente.

Barty então ergueu as mãos, ficando na ponta dos pés para alcançar a altura de meu pescoço e eu, como em um movimento de reflexo, agarrei os lados de sua cintura, e com isso ele colocou um dos colares em mim se afastando minimamente para fitar como havia ficado. O seu sorriso só fazia crescer e aquilo aqueceu meu coração.
Eu peguei o outro colar das mãos do meu mais novo namorado e, com um pouco menos de esforço, eu o coloquei em seu pescoço, mas, diferente do menor, eu não me afastei quando acabei.

Minhas mãos encontraram a cintura do garoto outra vez, como tinha que ser, e ele tocou o lado esquerdo do meu peito com a palma da mão aberta, como se tentasse sentir o meu coração batendo e eu acompanhei aquele gestoc com os olhar, mantendo a cabeça curvada para baixo. O cheiro de morango, que eu não sabia se vinha do colar em meu pescoço ou dos cabelos lisos bem diante de mim, entravam por minhas narinas e me deixavam inebriado.
Como se seus movimentos estivessem em câmera lenta, Barty ergueu a cabeça, com o rosto ficando agora perfeitamente angulado com o meu, com pouquíssimos centímetros entre nossos lábios que pareciam se atrair como uma espécie de magnetismo.

"Me beija, seu bobo." Barty soprou em meio a uma risada analasada e eu selei o espaço entre nós, sorrindo contra sua boca que se encaixava da maneira mais adequada a minha e que me fazia sentir nas nuvens somente ao tocá-la.

E depois disso eu nunca mais parei de sentir o cheiro do garoto. Devido ao colar que ele me presenteou e também pelo fato de sermos namorados agora e estarmos constantemente juntos.
A melhor parte era andar de mãos dadas pelos corredores, sob o olhar de todos, mas sem nos importar com o que pensavam ou diziam sobre nós. Eu e ele era tudo o que importava.
Fabian, o amigo grifano de Barty agarrou nossos pescoços em um abraço apertado quando contamos, em um dia de jogo - Sonserina vs. Grifinória - que estávamos namorando. Alex, que nos parabenizou com um atípico sorriso, usava roupas do time de Quadribol iguais as minhas, mas essas eram da Casa Grifinória, nas cores vermelho e dourado.

"Vai perder hoje hein, Black..." Ele começou, abraçando o namorado por trás e me encarando por uma expressão confiante.

Estávamos aproveitando o descanso pós almoço para nos atualizar nos assuntos.

"Vai sonhando, Lacroix." Eu retruquei usando o mesmo tom de voz que o outro, enquanto transformávamos o ato de nos encarar em uma espécie de disputa, sob os olhares divertidos de nossos namorados.

"Quer apostar?" Alex sugeriu com os olhos semicerrados, ignorando o pedido de Fabian para que ele parasse.

"Fechado..." Eu joguei os ombros para trás e estendi a mão para apertar a de Lacroix, recebendo um olhar do meu namorado que estava no meio das minhas pernas. Ele tinha uma das sobracelhas erguidas no ar e ficava extremamente sexy daquela maneira.

Então ficou apostado que a equipe que perdesse pagaria a conta a noite, momento em que teríamos um passeio à Hogsmeade.
Barty sugeriu que eu passasse uma espécie de tinta nas bochechas em forma de listras para mostrar minha determinação em ganhar aquela partida e a ideia foi tão boa que todos os caras do time vieram pedindo para meu namorado pintar as bochechas deles também. O que me deixou incomodado por um momento, até que os olhos azuis de Barty pararam sobre os meus e eu fui capaz de esquecer de tudo, até mesmo quem eu era por se tratar de um gesto tão intenso.
E com aquilo, eu soube, que eu era único para ele.

"Boa sorte, amor." Barty falou próximo a mim, se inclinado sobre a grade da arquibancada para falar de modo que somente eu escutasse, enquanto eu tinha as duas mãos postas em cada lado de seu rosto.

𝗲𝘃𝗲𝗻 𝘁𝗵𝗲 𝘀𝘁𝗮𝗿𝘀 𝗳𝗮𝗹𝗹𝘀 {bartylus}Onde histórias criam vida. Descubra agora