Mente Criminosa

capítulo 66

Marina ✨

Depois de quase uma semana sem ninguém tentar falar nada, ele veio atrás com a desculpa de querer conversar, mas chegou aqui e só ficou calado o tempo todo, fiquei da mesma forma mas acabei dando risada quando ele fingiu tosse pra chamar minha atenção.

Mari: É tão difícil abrir o bico, cara? - Falei tirando a atenção do meu filho que dormia no outro sofá fazendo bico, e encarei ele que tava nem aí pra nada.

Th: Porque sempre o homem que tem que começar com os bagulho?

Mari: Talvez por que vocês sempre estão errados! - Falei séria, e ele bufou.- se eu tivesse errada teria falado alguma coisa a muito tempo, eu sei reconhecer.

Th: Então reconhece que tu foi errada quando saiu sem nem falar nada.

Mari: Não vou me considerar como errada, fui bem certa no meu ponto de vista, ou tu acha que eu tinha que ficar assistindo toda palhaçada? Eu não tenho sangue de barata, tá nego.

Th: E se tivesse acontecido alguma coisa? Quem ia ser o culpado de tudo? Ficar igual maluco, e pra piorar o Davi no meio, tu sabe que tudo com criança no meio é diferente! Não discorda.

Mari: Só vou assumir isso quando tu aceitar que tá errado! - Falou olhando minhas unhas, que já tava precisando ser feita.- vamos lá amigão, você consegue.

Th: Já aceitei isso a muito tempo quando fui atrás e pedi desculpa. Queria que eu fizesse o que? Quando alguém faz um bagulho errado a única coisa que faz é se desculpar, fiz isso. E tu não aceitou depois não vem me colocar como errado novamente, minha parte eu fiz, num foi?

Mari: A partir do momento que você reconheceu 2% da minha raiva passou.

Th: Quando eu faço coisa errada tu aponta o dedo pra mim. "Ain, tu é escroto e cínico".- Afinou a voz e eu semicerrei os olhos pra ele.- quando eu faço o certo continua com a merma fita, me fala parceira, tu quer o que?

Mari: Vinte mil reais na minha conta.

Th: Faz teu corre fia, rouba um banco que tu arruma muito mais!

Mari: Muita treta.- Murmurei e ele negou com a cabeça.- mas você sentiu minha falta?

Th: Normal, pô.

Mari: Era verdade o que tu falou naquele dia? - Perguntei mesmo sabendo que a resposta não podia ser a que eu esperava.- não me faz falar sobre o que é.

Th: Vai me chamar de mentiroso agora? Sou isso não, Marina. Falei pra tu que tava sendo sincero, não abraçou o papo, em uma semana eu podia ter casado com uma doida e agora tua ia tá chorando demais! - Eu gargalhei.- fica de cu doce demorando pra demonstrar as coisas aí quando perde quer se fazer de coitada.

Mari: Se for vim com papo de amor e no fim não sustentar, nem comece. Viva na putaria, ninguém deve nada pra ninguém, todos podem fazer o que quiser! Só não venha com palavras bonitas pra ter só uma noite, seja direto no quer, fica bem mais bonito.

Th: Quer mais o que? Já mostrei e falei que sou louco pra ficar contigo.

Mari: Se você não me respeitou nem ficando imagina namorando?

Th: Pra mim é dois bagulho totalmente diferente, Marina. Igual tu merma disse, que ficando ninguém deve nada pra ninguém e pode fazer a porra que quiser, é zoeira pô.

Mari: Não sei como mas eu tenho medo de alguma isso afetar o meu filho, acho meio radical do nada colocar um outro homem dentro de casa, sabe? Ele toda noite antes de dormir pergunta se o pai tá com os anjinhos e eu sou obrigada a dizer que sim, André não foi a melhor pessoa pra mim e muito menos pra você, mas ele era um bom pai, e mesmo não prestando eu não quero que o Davi esqueça, foi algo bom em certos momentos pra ele.

Th: É difícil pra todos os lado, pô. Tô nessa também, tu acha que os bico não vão falar que eu peguei a mulher de amigo? Nem é todo mundo que sabe da história, o povo fala mermo, mas eu não ligo, pau no cu desses filho da puta, o teu filho é tua prioridade, tô ligado.

Mari: Você não se incomoda de ir com calma?

Th: Eu gosto de tudo pro momento, mas se é uma parada pro teu bem e do moleque eu faço, nada correndo, tudo no tempo certo. - Acabei sorrindo pela sinceridade no olhar dele.

Mari: Se fizer merda vai sumir da minha vida.

Th: Quem sou eu pra te contrariar? Capaz de me matar, doidona.

Mari: Tô confiando em você! - Falei baixo fazendo carinho na mão dele.- acho que não tenho mais cabeça pra aguentar mentiras.

Th: Vou falar só uma vez pra tu não ficar se achando, mas eu te admiro demais, desde sempre! - Virou o rosto pra mim com um sorriso de canto, e eu fiz bico dando um beijinho rápido nele.

Acabei fechando os olhos quando senti a mão dele fazer carinho no meu cabelo, e abri o maior sorrisão quando ele falou no meu ouvido "já era, tá no meu nome agora neguinha".

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