- Helena...? - ouvi uma voz que realmente não gosto e me espantei virando rapidamente para o lado vendo o dono da voz me encarando com um sorriso de escárnio no rosto. - Você por aqui? Qual foi a última vez que te vi fora de casa?
Abaixei a cabeça desviando do olhar do ômega, senti que Hoseok entrelaçou nossos dedos e o fitei vendo que lançava um olhar feio para o idiota que agora estava com os braços cruzados sobre o peito.
- Qual é a sua pra vir se intrometer na conversa dos outros?! - falou o alfa que estava na minha frente depois que percebeu que eu não pretendia elevar minha voz aquela pessoa.
- Qual é a minha? Sinto muito, eu to falando com ela! Não vai cumprimentar seu primo?
- Você não é nada meu. - criei coragem de olhar para ele que apenas forçou uma risada e em seguida ficou sério.
- Que fofa... já tá pegando um alfa? Que bonito... o tio sabe disso? - senti meus olhos ficarem molhados mas as lágrimas não desceram. - Eu mesmo falo pra ele que você desistiu do seu empreguinho por um alfa.
- Eu não desisti do meu emprego! Você não sabe de nada! - me exaltei ficando de pé e só então percebi que várias pessoas estavam nos olhando. Soltei a mão do Hoseok e fui até o caixa pagando normalmente e saí.
Para meu azar o Erick veio atrás de mim e segurou meu braço. - É falta de educação deixar as pessoas sozinhas assim.
- Saí de perto de mim! - quase gritei e comecei a ficar desesperada pois ele não queria me largar. Quando vi, meu acompanhante segurou firme em seu braço fazendo com que ele soltasse.
- Você não ouviu? - ele conseguiu se soltar do alfa e se virou pra mim, fez menção de abrir a boca de novo e eu plantei um soco na cara daquele desgraçado metido.
Hoseok passou um braço pelos meus ombros e foi me guiando pelo caminho sem dizer uma única palavra até que chegamos a uma grande casa que não ficava muito longe do café.
- Não gosto de agressão mas que bom que você bateu nele. - eu sorri e abracei o alfa com força, senti lágrimas silenciosas descerem por minhas bochechas e ele afagou meus cabelos. Depois de um tempo o soltei e ele sorriu me acalmando de certa forma. - Eu moro aqui. Quer entrar pra lavar o rosto? Te levo embora depois...
Acenei positivamente e ele abriu o portão para mim, logo estávamos dentro da propriedade, havia um jardim bonito cheio de grama verdinha e algumas plantas, a casa que dava para ver apenas metade da rua era realmente grande, com uma chave ele abriu a porta e entramos, me mostrou onde era o banheiro e eu lavei meu rosto tirando os resquícios do choro.
- Sua casa é bonita. - falei voltando para a sala.
- Obrigado. Ela tá um pouco bagunçada, mas é por que moram mais seis garotos aqui também. - arregalei os olhos sentando no sofá e ele riu me alcançando um copo de água e uma bolsinha de gelo pra por na mão.
- Como é viver com tanta gente? Na minha casa sempre foi apenas eu e meu pai. Se bem que hoje em dia é apenas eu... - sorri meio triste para ele que se sentou ao meu lado e me abraçou sorrindo bobo.
- É divertido! As vezes irritante... mas somos como uma família. - ficamos em silêncio por alguns segundos e então ele me soltou assustado. - Desculpa! Eu gosto de abraços. Acabei te abraçando sem perceber.
- Tudo bem. Gosto dos seus abraços... - o abracei e ele me apertou em seus braços suspirando com um sorriso nos lábios. - Sobre o que estávamos falando antes...
- Meus amigos?
- Não. Antes do Erick aparecer no café e estragar nosso... encontro? - senti meu rosto esquentar e vi que ele também ficou corado.
- Oh... cio... minha resposta é não. Definitivamente vou te machucar. Não quero isso! - negou com a cabeça fazendo bico e eu o olhei com raiva o empurrando no sofá e sentando sobre seu abdômen, ele me olhou assustado enquanto eu ria segurando suas mãos sobre a cabeça com dificuldade, por ser alfa, e muito forte por sinal, ele poderia se soltar sem fazer esforço.
- Quem disse que você manda alguma coisa? Eu vou marcar você, seu ômega! - falei brincando e ele riu fazendo drama.
- Oh não! A senhorita alfa vai morder meu pescoço! Alguém me ajude, ela é muito forte! - entrou na brincadeira também, coloquei meu rosto entre seu pescoço e seu ombro e ele riu batendo as pernas no sofá por conta das cócegas.
Paramos de rir nos encarando ofegantes e eu fiquei encarando seus lábios de pertinho esperando que ele entendesse o recado mas apenas recebi um beijinho na testa.
- Eu realmente gostei muito de você... - deitei minha cabeça em seu peito e ele voltou a mexer em meus cabelos. - Por isso não quero te machucar...
- Não vai... - ele se virou de lado me fazendo sair de cima de si para ficar deitada de frente para seu peito.
- Quando te vi depois daquilo no beco eu pensei comigo mesmo que queria te pôr em um potinho pro mundo nunca mais te fazer mal... - agarrei sua camiseta escondendo meu rosto ali mas garanto que eu estava com um sorriso maior que minhas bochechas. - A gente se conheceu antes de ontem e já estamos aqui deitados um do lado do outro discutindo sobre cio. Não acha que está indo muito rápido?
- Não... tá na medida certa. - ergui meu rosto para encarar ele e o mesmo abaixou o seu encostando nossos narizes num beijinho de esquimó.
- Eita Hoseok!!! O mais comportado trazendo uma ômega pra casa?! Não acredito nisso! - falou alto um de seus amigos em tom de zombaria e ambos olhamos para a porta onde se encontravam três garotos.
- Da próxima avisa que a gente volta mais tarde. - falou um deles com sua voz grossa passando por nós e indo direto para a cozinha, o que fez o primeiro comentário riu e entrou em um corredor cheio de portas onde penso ser os quartos e o terceiro se aproximou de nós enquanto nos sentavamos de novo.
- Oi... Park Jimin... - me estendeu a mão, esse com certeza é diferente, me parece ômega mas tem um corpo musculoso.
- Ao Helena... prazer em te conhecer... - apertei sua mão sorrindo para ele e senti mãos passarem por minha cintura me abraçando.
- O prazer é meu... espero que nos vejamos mais vezes, você parece ser divertida. - acenou com a mão e foi em direção aos quartos também, me levantei e sorri me virando para o Hoseok.
- Já quer ir embora? Eu te levo. - concordei e antes mesmo que ele pudesse levantar outro garoto adentrou a sala, dessa vez vindo do corredor dos quartos.
- Hope! Preciso de você! Me ajuda com- - travou assim que colocou os olhos em mim. - Quem é?
- Uma amiga... vou levar ela pra casa, não é seguro deixar ela ir sozinha. Te ajudo depois. - nos levantamos e seguimos pelas ruas conversando sobre coisas aleatórias, passamos pelo café e mostrei pra ele onde ficava o galpão onde guardamos mercadorias, andamos mais um pouco e logo eu estava em casa, o convidei pra entrar e ele hesitou um pouco mas entrou quando eu insisti.
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Flores e Baunilha
Ficção AdolescentePor causa de seu instinto de alfa, mesmo quando esta dando autógrafos para as fãs, no fanmeeting, eu devo ficar sentada aos pés dele embaixo da mesa, as garotas não me veem ali e ele se mantém calmo pois sabe que estou a salvo. Isso começou quando...