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Ele sorriu ao perceber que eu estava absolutamente sem respostas, e nem mesmo esperou que eu respondesse. Ele me puxou pela cintura e me beijou, eu senti todo o meu corpo estremecer com o toque dele na minha cintura a mostra pelo cropped. Uma mão dele vagava pelo meu cabelo incentivando mais ainda o beijo no qual eu podia sentir o gosto do cigarro que ele tragava, mas ao mesmo tempo a boca dele tinha um gosto de menta, ele me beijava na maior calma do mundo e apertava cada vez mais minha cintura me puxando para ele, eu estava gostando daquilo e eu não podia, eu sabia que não podia.

Interrompi o nosso beijo e ele me olhou confuso e ao mesmo tempo frustrado.

- Vou pegar uma bebida. — Foi tudo o que eu disse antes de me virar e sair daquela parte escura onde estávamos, eu não queria o deixar plantado ali, mas eu também não queria ficar plantada.

Minhas pernas ainda estavam bambas com a pegada daquele homem, qualquer um podia perceber o quanto eu tava nervosa.

- Qual foi, patricinha, tá suave? — o Loirinho me parou e eu o olhei.

- Tô sim, bebi demais só.

- Certeza? — ele segurou meus ombros e me olhou.

- Tô "suave" Loirinho. — eu sorri e o imitei, ele sorriu de volta e eu fui até o bar.

- Sua piranha! Acha que eu não vi? Fisgou o tubarão. — A Gi me deu um susto e riu.

- Puta que pariu, quem mais viu essa merda? — a olhei assustada.

- Relaxa, só eu, povo aqui fica tão louco que se viu vai pensar que foi coisa da cabeça.

- Por que coisa da cabeça? — a olhei.

- Tão falando do quê, hein? — a Morena brotou. 

- A patricinha fisgou o tubarão. — a Morena me olhou perplexa.

- Não faz show aqui não, vocês são doidas.

- Como não fazer show, Isadora? — a Morena falou como se fosse o óbvio e eu fiquei confusa.

- Quero saber o motivo dessa surpresa de vocês duas.

- A surpresa é que o PD não beija ninguém, isa. — a Gi falou baixo e eu a olhei confusa.

- Uai gente, ele não beija mal não! — Respondi ainda confusa e elas se entreolharam e então reviraram os olhos.

- Ele só come e rala, sua anta! — a Morena quase me estapeou falando.

- Tá, e daí?! Tenho nada a ver com isso, vamos atrás dos sumidos. — elas me olharam com cara de deboche mas não contestaram.

- Lucas tá falando com uns meninos lá embaixo. — a Morena falou e eu e a Gi a olhamos.

- Oi?! Tá informada demais, pelo jeito.

- Vem me encher o saco não, cadê a bruna? — ela desviou do assunto e se fez de sonsa olhando o pessoal todo em busca da Bruna.

- Não faço ideia, ela evaporou. — a Gi respondeu.

- Eu não sei, mas o importante é que eu sei quem sabe. — sorri maliciosa e sai atrás do loirinho.

- Qual foi? — ele me olhou colocando algo no copo e bebendo.

- Quero saber cadê a Bru, viu ela? — tentei olhar o copo dele e ele abaixou o copo me olhando.

- Ela saiu. — ele segurou no ferro do camarote olhando para baixo. - Ali ó, no canto.

- Valeu, loirinho! — beijei sua bochecha rapidamente e arrastei as meninas quando passei por elas, a Pietra a essa hora do campeonato já estava sumida.

- Finalmente! Queria avisar que vou precisar ir mana, te explico depois. — Eu estranhei, mas concordei, ela se despediu, pedimos para o zói ir deixar ela e a Gi foi de quebra junto com ele até o pé do morro.

- Esse fogo da Geovana vai se transformar em outra coisa, escuta o que eu tô te falando. — Eu olhei sorridente eles descerem no carro.

- E a gente fica pra ver de Camarote! — ela gargalhou e rebolamos de comemoração até avistarmos o Lucas e saírmos que nem duas loucas atrás dele e o cutucarmos.

- Mó susto, caralho. — ele virou com uma cara de assustado e nós rimos.

- Sumiu, hein?! Mas e aí, gostou do baile?

- Curti, só preciso ir pelo horário.

- Pô, achei que ia ficar até acabar. — a Morena falou e ele soltou um sorrisinho.

- Tenho que trabalhar amanhã, essa aí tá de férias, mas eu não. — ele deu um abraço demorado na mesma e ela ficou toda sorridente, nos despedimos e ele desceu.

- Acendeu até a chama, né? Safada!

- Esse homem é um pedaço de mau caminho irmã, dá não. — ela bebeu um gole da cerveja.

- De mau caminho eu entendo. — eu olhei para o camarote, e para a minha surpresa, meus olhos se encontraram com os dele, eu desviei rapidamente e virei para a Morena. 

- Que foi? Parece que viu um defunto, eu hein.

- Nada, tô é alterada já. — eu sorri fraco e ela nem contestou, mas ela não era lerda.

- Aí, tô malzona já.

- Vamo? Desanimei. — a olhei e ela concordou.

Descemos o morro e mal tinha pessoas na rua, já que todos estavam no baile, não demorou muito para chegarmos na casa da Morena. Tive a obrigação de dar banho nela que ficou cochilando debaixo do chuveiro e não sai do lado dela até ela dormir, se não resmungava igual um velho.

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