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                             _Isadora_

E meus dias glórias acabaram, acordei no primeiro toque do despertador e levantei para ir tomar meu banho, demorei um tanto, mas logo estava pronta para os dias de luta. Comi só uma maçã de café da manhã e peguei minha bolsa, felizmente o sol não estava torrando por ser de manhãzinha. Cumprimentei o pessoal que encontrei no caminho e fui para o ponto, o ônibus não demorou muito e o caminho foi rápido também. Desci pertinho da doceria e assim que entrei, a Bru estava na recepção, a mesma parecia estar bem distante.

- Bom dia! — beijei sua bochecha e ela apenas soltou um sorrisinho.

- Animada pra voltar? — ela me olhou.

- Só quero pôr a mão na massa! — eu respondi sorrindo e fui para o vestiário, coloquei minhas devidas roupas, higienizei as mãos e entrei para a cozinha, havia uma cara nova por lá, a mesma sorriu me cumprimentando e eu retribui.

- Isadora e Letícia, quero que cuidem de sobremesas hoje. Preciso que dêem o melhor de si, por favor, a cliente quer ser "surpreendida" — O Lucas brotou na cozinha com o papel na mão e no fim, fez aspas com os dedos.

- Pode deixar, senhor! — a Letícia respondeu.

- Já fomos apresentadas né, mas, bem-vinda! — me aproximei dela e ela sorriu.

- Obrigada! É bom ser acolhida neste país.

- Opa! Me explica esse trem, de onde veio?

- Vim de Bolivia, mas vim para ficar. — ela parecia ser um amor, era super simpática e alegre.

- Tem alguma especialidade? — a olhei.

- Em Bolivia nós gostamos muito de fazer torta. — ela respondeu.

- Gostei! Pode ficar com a torta então? Eu posso fazer alguns canudinhos de doce de leite e brownie.

- Mão na massa então!

Eu e Letícia tivemos que adiar o nosso horário de almoço para terminar os doces, mas conseguimos bem antes do tempo, e isso foi uma vitória. Bruna me esperou para almoçarmos e fomos num restaurante do outro lado da rua.

- Então amiga, como você tá? — a olhei e ela olhava a mesa.

- Me passa o número dele. — ela então me olhou sem expressão e eu engasguei com a comida.

- Pera, você quer o número do Loirinho?

- Sim. — ela respondeu curta.

- Tudo bem então, mas qualquer coisa me fala, tá? — eu peguei o celular e enviei o contato para ela.

- Obrigada, Isa. Mas.. vamos comer e mudar o assunto? — eu assenti.

Nós conversamos sobre a doceria, eu falei dos meus planos de abrir um negócio próprio e nesse assunto ficamos. Nosso horário de intervalo logo acabou e precisamos voltar. Pegamos uma encomenda rápida e simples para uma Padaria revender e eu e as meninas focamos nisso.

Quando meu expediente chegou ao fim, a Bruna ficaria mais um pouco e eu fui saindo com a Letícia. Quando desci as escadinhas da doceria havia uma moto do outro lado da rua, ele estava de capacete e estava encostado na moto, pela tatuagem no braço eu sabia bem quem era.

- Letícia, eu vou seguir por esse lado, tudo bem? Tenho que ir num lugar antes de pegar o ônibus. — eu sorri.

- Claro, até amanhã! — nós nos despedimos e eu caminhei até a moto do outro lado.

Ele abriu o visor do capacete quando me viu se aproximar.

- Pode me explicar o que diabos você faz aqui? — cruzei os braços.

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