O Duarte estava com um mega fuzil apontado para o Vegas, enquanto ele ameaçava me matar.
- Eu fiz tudo pra tu me subir e tu não me subiu!
- Para de ser invejoso, caralho! Se merecesse que eu subisse tu não tava nessa. Já mandei tu soltar ela.
- Agora tem um ponto fraco, é? Essa gostosinha deve valer muito pra o patrão.
- EU VOU TE METRALHAR TODINHO! — ele ia atirar, mas o Vegas me deu um puta chute e ele parou. - Deixa ela, caralho.
- E eu ganho o quê com isso? Vou continuar de vapor ganhando merreca?
- Vamo conversar, irmão. Solta ela, bora subir pra boca e nós resolve.
O Duarte conseguiu depois de um tempo convencer ele em ir acertar as coisas na boca, ele me largou no chão da minha casa e saiu com o Duarte, eu me arrastei até a porta e quando os dois estavam no meio da rua, tudo o que eu vi foi o chão do Vegas cair no chão depois do barulho de tiro. Quando Duarte apontou o fuzil para ele, ele atirou na própria cabeça.
Meu estômago ainda doía, eu nem queria imaginar o que Duarte ia fazer com ele, se ele resolveu atirar em si mesmo, é porque ele sabe o que faziam com quem "vacila".
Morena ficou sabendo na velocidade que a fofoca percorreu pelo morro e correu pra cá. Ela tentava me apoiar, mas eu sabia o quanto ela tava mal por dentro.
- Tem certeza que a dor parou? Se precisar a gente vai no postinho. — ela perguntou mais uma vez.
- Sim.. relaxa, tá tudo bem já.
Ela ficou mais um tempo comigo até o Duarte chegar e precisou ir fazer um trabalho. Dava pra perceber que ele tava sem jeito e tenso com toda a situação.
- Namoral mermo, não queria te colocar nessa situação. Não imaginar nunca que um irmão ia fazer um bagulho desses.
- Tá tudo bem, já passou. — eu tentei amenizar as coisas, mas só eu sabia como estava me sentindo.
- Aí.. pensou no bagulho que minha mãe falou? Percebi que tu ficou meio pá.
- Ah, é que não penso nisso no momento, sabe? Eu tô conseguindo minhas coisas agora.. prefiro pensar nisso em um outro momento, além do mais, sabe da vida que você leva.
- Tô ligado, eu concordo com você. Queria um moleque meu, pra caralho, mas tu sabe que só tenho dois caminhos. — ele me olhou.
- É, eu sei. Mas, não tem como você sair mesmo?
- Já me pegaram com arma, saca? Sempre fui cuidadoso nesse bagulho pra não ser procurado, os cana não sabe a cara de quem comanda o morro aqui. Tem o bagulho de eu me entregar e cumprir a pena, mas é foda.
- Tudo bem, chega desse assunto! Vamo comer pizza?
- Se eu te comer depois.
- Não para de pensar nisso um segundo não? Eu só quero encher a barriga, credo!
- Vai bancar, patricinha? — ele me puxou para perto dele.
- Agora só pela sua graça você quem vai pagar, e ah, quero um açaí também!
- Tô palhaço mermo, mané.
Pedimos uma pizza na pizzaria aqui do morro mesmo, que inclusive era maravilhosa. Não demorou muito pra chegar junto com o açaí.
- Ele tinha família? — eu o olhei, não conseguia parar de pensar naquilo.
- Não, ele era só.
- Ele era só?
- Era sozinho, pô. — ele esclareceu.
- Ah, entendi..
- Deixa isso pra lá, tô ligado que não é normal pra tu, mas como eu já te falei uma vez, ou é a caça ou é o caçador. — ele afastou a caixa de pizza e me puxou para o seu colo.
- É, eu sei. Mas, como acha que sua mãe sabia da gente? — o olhei.
- Deve ter encontrado tuas calcinhas rasgadas pelo meu quarto, e ela não me fez com o dedo.
- Você é tãao insensível! — eu revirei os olhos.
- E você é mó patricinha.
- Não vão esquecer desse apelido nunca?
- É tua marca aqui no morro.
- Nunca imaginei estar com você, sabia?
- Tu acha que eu imaginei? Mina mó patricinha, cheia de marra..
- Falando nisso. Quantas aqui do morro você já pegou? — eu perguntei e ele começou a gargalhar.
- Vou nem responder que vai ficar de coisa pro meu lado. Mas agora eu sou só teu, você sabe. — ele beijou o meu pescoço e fez uma trilha de beijos até a minha boca. Iniciamos um beijo calmo que rapidinho se tornou num beijo com pressa e ao mesmo tempo vontade.
Em momento nenhum eu relutei, ele tirava a minha roupa como se não houvesse amanhã, via a hora ele rasgar. Na proporção que ele me tocava, eu me controlava o máximo pra não gritar horrores e arranhei as costas dele sem dó nenhuma.
- Anda! — eu revirava o olho sem parar e pedi com uma autoridade que eu nem sei de onde veio.
- Repete.
Eu repeti, e depois dali só nós dois sabíamos o quanto aquele sofá sofreu.
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Recomeçar
Teen FictionEmbarcar numa loucura e ir parar no Rio de Janeiro foi a coisa mais radical que poderia acontecer, tinha tudo para ser mil maravilhas, tudo para sair como o planejado. • Revisada • Este livro é um Spin Off de "Meu Melhor Erro" disponível em meu perf...