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_Isadora_

Estava numa discussão eterna para irmos em uma boate que inaugurou um tanto perto daqui do Vidigal, e eu só queria ficar em casa.

- Vai ficar nessa fossa? Vamo viver, Isa! — a Gi ainda insistia.

- Eu concordo total! Anda, você precisa espairecer irmã..

- Tá, tá, tá! Eu vou nesse trem portanto que não encham meu saco e depois me deixem em paz o resto dos dias. — elas sorriram e fizeram um toque, eu apenas mostrei o dedo do meio.

Nós começamos a nos arrumar, e a surpresa é que Félix também iria com nós duas, as duas me fizeram de boneca para me maquiar, e eu acabei gostando. Acabamos de se arrumar já eram mais ou menos umas sete e meia da noite, fomos para o pé do morro chamar um uber, e pedimos que Félix nos encontrasse lá na frente.

Quando chegamos ao tal lugar, a música rolava solta, as luzes dessa boate deve ser vista por um satélite.

- Se anima, Isadora, anda! — a Morena me deu um leve empurrão.

- SHOT DE TEQUILA MONAMOUR! — o Félix avistou um letreiro do bar e logo nos puxou para o mesmo.

Nós pedimos um trio de shot de tequila e passamos para dentro, parecia que minha garganta estava pegando fogo. Eu estava para baixo, mas não tinha como não se animar ao som de Luiza Sonza.

Nós fomos para o centro da pista e dançávamos como se não houvesse amanhã, pedimos uns drinks e ali ficamos, a Gio logo nos deu um perdido, sabia bem que ela havia se perdido aqui dentro e logo logo iria se deparar com uma cobra, podendo ser uma anaconda.. ou uma minhoquinha.

- Uau.. eu tô no paraíso? — um cara sussurrou perto do meu ouvido e eu virei, dando de cara com um dos meninos que encontramos na praia.

- Eita! Você?! — assim como eu, ele ficou surpreso.

- Acho que o destino quer a gente junto. — ele deu um sorriso pique canalha e cumprimentou a Morena.

Nós acabamos nos enturmando com o pessoal que estavam com ele e pouco tempo depois encontramos a Gi arrumando os cabelos que estavam mega desgrenhados. Subimos para o camarote junto com o pessoal que estavam com passe VIP, pois a pista estava lotada, mega complicado de dançar ou tentar curtir sem alguém se esfregar em você, sendo proposital ou não.

Nós começamos a jogar conversa fora, e o Félix logo se atracou com um dos meninos, o Pablo estava sempre jogando umas, devia estar mega alcoolizado.

- Pô.. tu é gata pra caralho, sabia?

- Sabia sim! Adoro um espelho. — eu ri tentando fugir da sua cantada e bebendo um gole da cerveja.

- Sorte dele, de te apreciar todos os dias. — ele foi se aproximando do meu pescoço e falando cada vez mais perto do meu ouvido.

- Ah é? — eu olhei, dessa vez, nos olhos dele.

Não sei o que diabos eu dei a entender, mas seja lá o que aparentou, ele entendeu. Ele colocou uma mão dentro do meu cabelo, próximo a minha nunca, e a outra desceu a minha coxa, onde apertou levemente. Ele tinha um hálito incrível de hortelã, e estava misturado com algum whisky, o beijo dele era calmo, mas eram instantes para ir causando um fogo e a intensidade ir aumentando, nós paramos quando ouvimos as piadas do pessoal.

- Ih, aqui é um motel e eu não sabia? — nós paramos o beijo após ouvir o Luiz e eu só queria um buraco para enfiar minha cara, eu provavelmente estava da cor de um tomate.

- Tá com inveja, princesa? Vem! — ele zoou o Luiz dando a entender que ia para cima dele.

Curtimos a noite como nunca, descemos novamente para a pista e ficamos até o amanhecer, Félix deu um belo de um pt e tivemos que deixar ele em casa de uber, em seguida logo seguimos para casa.

Ficamos de dormir na casa da Morena, e assim fizemos. Tomamos banho e estávamos completamente sem sono pela quantidade de energético que bebemos, nem fomos tentar dormir e ficamos pela sala.

- Vai virar desapegada? — a Gi perguntou.

- Minha cara foi no chão, juro!

- Não foi nada gente.. eu não tinha a intenção e nem o interesse, mas ele veio, e eu fui, simples! — dei de ombros.

- Quando é outra pessoa, ele nem precisa vir, nesse caso você vai toda cheia de vontade, né? — a Morena me provocou.

- Vem encher meu saco não, oito da manhã e vocês estão nessa. Vou fazer um café! — eu revirei os olhos e fui para a cozinha.

Na real, eu só queria uma desculpa para refletir e viajar nos meus próprios pensamentos. Não era necessário as meninas tocarem no assunto para ele invadir minha mente, eu curti a noite inteira, me diverti, mas eram nos pequenos momentos que o coração apertava. Quando eu ia ao banheiro da balada e olhava no reflexo, eu só conseguia viajar longe, com ele nos meus pensamentos.

E cada vez mais eu aprendo que a vida não tem dó de ninguém. Ela te derruba, sem te estender a mão. Nós caímos, sofremos com o tombo, ficamos machucados, e precisamos nos levantar. Mas nós conseguimos, nós sempre conseguimos, fica uma cicatriz ali.. outra aqui.. mas a gente supera, né?!

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"Eu me pergunto se estou na sua mente tanto quanto você tá na minha."

RecomeçarOnde histórias criam vida. Descubra agora