Adentraram um vale, guiados por Akyrius. Andaram mais alguns quilômetros a pé, não percebendo que já estavam na trilha usada pelos elfos. Parecia apenas floresta, mas de fato, um caminho que só Akyrius conhecia os estava conduzindo pelo meio das árvores.
- Elfos realmente fizeram isso? - Cain parecia incrédulo.
" Eles apenas moldaram a floresta para ter esta forma. O caminho já estava aqui".
- Incrível.
- Creio que você nunca viu um elfo, Cain? - A maga perguntou.
- Não. Não. Havia um elfo que vivia na minha aldeia. Era companheiro do meu pai e do meu tio. - Lembrou ele. - Cresci ouvindo inúmeras histórias sobre a sua raça.
Quando a noite chegou, levantaram acampamento próximo á estrada. Akyrius ficou com a primeira vigília.
- Acho que ainda não tive a chance de perguntar como é esse meio-dragão. - Cain disse em volta da fogueira.
- Há boatos que dizem que ele é um humanóide com escamas, semelhante á um réptil. Mas, o mais provável é que seja um humano, com pouco ou nada que lembre o pai dragão.
Levantaram-se cedo na manhã seguinte, acordados por Cain que estava de vigília naquela hora. Fizeram a refeição em volta da fogueira, em seguida jogaram terra sobre ela para apagá-la.
- Bem, vamos continuar.
Menos de uma hora depois depararam-se com uma procissão. Eram cerca de vinte elfos, vestidos em trajes dourados que não lhes tirava a graciosidade. Á frente do grupo, vinha um elfo em posição de destaque. Akyrius avistara a procissão de longe e fizera os outros parar.
- Saudações do povo de Elhyr, viajantes. Não esperava que humanos conhecessem as trilhas dos elfos. Mas agora, vejo que há um do meu povo no meio de vocês. - Meia dúzia de guardas se pôs entre o grupo e o seu líder quando este começou a falar.
- Vossa Majestade foi precipitada em não nós esperar. - Falou um dos guardas.
- Ah, perdão. Eu não me apresentei. Sou o Rei de Elhyr, Albion.
- R-rei..? - Hannah não era a única boquiaberta.
- O que um rei faz em tal lugar...?
- Não responda á estes humanos, majestade.
- Tudo bem, Erwyl. - O suserano tranquilizou o vassalo. - Estamos viajando em direção ao oeste para tratar de alguns assuntos que requerem a nossa atenção imediata.
- Vocês são aventureiros, eu julgo. - Ele continuou. - Espere...ah, é verdade. Lembrei. Vocês foram os três que salvaram uma cidade chamada Darmax.
- Como soube disso?
- As notícias espalham-se rápidas.
Voltou seu olhar ao meio-elfo.
- Qual o seu nome?
- É Akyrius
- Erwyl, traga aquilo.
- M-majestade, tem certeza?
Um olhar sério foi o suficiente para o soldado obedecer as ordens de seu rei. Ele voltou com as mãos estendidas trazendo um pano. Por baixo havia algo. Albion descobriu-o, revelando um arco ricamente entalhado com detalhes que representavam a cultura élfica. O rei estendeu-o ao mestiço.
- Um presente. Para os momentos em que a sua pontaria será o que manterá a morte longe dos seus amigos. É um belo arco, feito pelos melhores ferreiros para os maiores guerreiros de nossa raça. Seu nome é Sekai. Por favor aceite-o.
Akyrius pegou o arco em suas mãos, testou-o e agradeceu a generosidade do rei.
- Despeço-me de vocês aqui, viajantes. Que os deuses nos protejam á todos em nossa
viagem.
Assistiram enquanto a procissão tomava seu rumo.
- Realmente já estamos famosos, Hannah. A próxima vez que encontrarmos um rei, teremos um banquete no seu salão. Hahaha.
- E isso será apenas o começo. Ainda teremos muitas glórias.
Um par de dias haviam se passado quando o grupo finalmente alcançou a Grande Pradaria, que em seu centro abrigavam as ruínas de uma antiga cidade.
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A Canção Dos Mortos
FantasyUm trio de aventureiros sai em uma jornada para recuperar a lendária espada Executora Divina, que outrora pertenceu ao paladino do Deus da Justiça. Paralelamente á isso, os lacaios do Deus da Morte, Hakai, estão comprometidos em trazer a glória para...