CAPÍTULO 9 - Cain x Barktheld

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- Aquele é o meio-dragão? - Cain tomou posição inicial de batalha.

- É ele. - Respondeu Saan.

O oponente pareceu avaliá-los um a um durante um longo tempo. Em seguida falou aos gêmeos.

- Trouxeram um novo grupo para o abate, eu vejo. Dessa vez, nem vocês dois escaparão, agora que conheço os seus truques.

- Cain, posicione-se ao meu lado. Faremos a frente contra ele. - Disse Siel.

O combate começou com o mais novo dos gêmeos investindo contra Barktheld, que desviava com facilidade de todos os ataques. Cain atacou enquanto este estava ocupado com Siel. O seu oponente parecia não ter qualquer dificuldade em evitar seus golpes também.

- Ele é muito rápido. - constatou Cain.

- Sim, por isso que nós dois juntos devemos ser capazes de superá-lo.

Siel foi jogado ao chão, com um soco do meio-dragão, que parecia não estar levando aquilo muito a sério. No mesmo instante, Saan atacou por trás com a sua cimitarra, errando o alvo por um mero centímetro.

- Eu já disse. Eu conheço seus truques.

Zing .Zing. Zing.

Akyrius abaixou seu arco e observou a trajetória das flechas. A primeira acertou o tronco de uma árvore, a seguinte passou próximo à cabeça do alvo, já a terceira teria acertado a perna, mas fincou-se no chão.

- Certo. Não me demorarei aqui. Vou dar um fim a todos vocês.

Ele foi até a caverna. Ninguém ousou pará-lo. Momentos depois saiu de lá com uma espada bastarda nas mãos. Era de um metal reluzente, o cabo ricamente preenchido de adornos dos mais diversos, fazendo sempre referência ao Deus da Justiça.

- Esta é uma arma lendária. Eu a tomei do cadáver de um dos paladinos de

Hykhamyl. Chama-se Executora Divina. Belo nome, não é?

O combate continuou. Cain podia sentir seu novo escudo partindo-se a cada golpe da espada bastarda. Akyrius errou novamente suas flechas no alvo. Então, o mestiço sacou a espada e juntou-se aos demais.

Saan e Siel atacaram com uma dupla estocada, rasgando uma grande tira das roupas que o meio dragão usava. Mas daquele corte não verteu sangue.

Foi então que Cain percebeu.

- Ele está usando uma armadura por baixo!

Barktheld se desfez das vestes rasgadas. E atacou.

Cain, Saan, Akyrius e Siel defendiam-se como podiam, mas os golpes eram

impiedosos. Nenhum deles escapou incólume daquela demonstração de fúria. Mesmo o novo escudo de Cain, dado-lhe de presente em Darmax, não resistiu e se quebrou.

Barktheld riu-se.

- Vocês já estão cansados e arfando? Mas eu nem comecei a lutar direito.

- Quem mandou parar? - Rebateu Cain e atacou. Desferiu golpes diagonais, na

esquerda e direita, com toda a sua fúria.

- Parece que finalmente alguém está levando isso a sério. - Barktheld falou.

E seus próximos ataques responderam aos de Cain numa fúria ainda maior. Saan e Siel vieram rapidamente em auxílio ao companheiro, conseguindo desferir leves golpes no meio-dragão, que rogou-lhes uma praga. Parecia ter sido finalmente provocado ao limite. Barktheld lançou uma onda de fogo de suas mãos na direção do grupo, que foram salvos pela intervenção de Hannah, após esta conjurar uma barreira de força.

Desfeita o feitiço da maga, Saan adiantou-se em direção à Barkfeld e desferiu diversos golpes que foram parados pela espada bastarda. Cain veio logo em seguida, pegando o oponente desprevenido com o outro e atacando pela direita, conseguindo apenas arranhar a armadura. Akyrius e Siel lançaram uma série de ataques sucessivos, visando em algum momento romper a defesa do adversário.

Não adiantou.

O meio-dragão conseguiu ferir Siel gravemente e com um poderoso chute, lançou o mestiço para longe.

- Precisamos quebrar logo a defesa dele. - Anunciou Cain. - Dessa forma, um único ataque bem localizado matá-lo-á.

- Verme, se ficar pensando que isso é assim tão fácil, vai morrer.

Barktheld deu uma estocada em Cain. Apesar de ter defendido o ataque, o rapaz não saiu incólume, apresentando um ferimento no peito. Novamente os quatro ficaram frente a frente com Barktheld. Então, suas espadas seguiram entoando aquela mortífera canção.

Sob o sol do meio-dia, o sangue pingava do rosto de Cain. Os demais estavam caídos, ele não sabia se mortos ou desmaiados, Saan era o único que continuava de pé. Ele viu que Hannah cuidava dos outros dois. Ele direcionou sua mente para focar apenas naquela luta.

Barktheld movimentou-se por entre ele e Saan, golpeando o guerreiro de cimitarra pelas costas.

- Lento demais.

Cain aproveitou aquele momento e preparou a sua defesa, quando o inimigo virou-se

para atacá-lo. Por um momento, eles mediram forças, suas espadas chocando-se. Então, afastaram-se.

Cain, decidido a tomar a ofensiva daquela vez, reuniu o que lhe restava de forças e atacou. Seus golpes eram fortes e precisos, conseguindo desferir com sucesso dois ou três no meio-dragão.

- Se ainda não tiver levado essa luta a sério, é bom que o faça, caso contrário você

morrerá no meu próximo ataque.

- Veja, seus companheiros estão caídos e só resta você e também aquela maga que nada pode me atacar. Acha mesmo que pode ficar me ameaçando?

Cain ignorou-o, atacando-o em seguida. Seus golpes já não tinham a mesma força de antes.

Ele arfava, o cansaço finalmente começando a tomar conta do seu corpo. Aquela era uma luta impossível de ganhar. Ele não enxergava uma maneira clara de vencer.

A Canção Dos MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora