Capítulo 1 - O Começo

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Timothée Narrando.

Olá a todos. O meu nome é Timothée Chalamet, sou um jovem de 17 anos, de estatura média e a minha família trabalha para a casa real. Desde que me entendo por gente sempre vivemos em Londres, quando saímos de França eu era ainda muito pequeno e por isso esta terra era a minha casa.

Nunca fomos donos de muita coisa, tínhamos o essencial para viver... O nosso lar era o palácio real, mas claro que nos "calabouços" dos criados kkk. Não era assim tão mau, tínhamos o essencial, era um lugar limpo e organizado, acredito que há quem esteja pior do que nós.

Quanto às nossas rotinas... Bem, a minha mãe acorda muito cedo para preparar o banho da rainha e para a vestir, o meu pai acorda ainda mais cedo uma vez que é guarda do palácio e o seu turno é o das 5 da manhã até às 3 da tarde, eu acordo por volta das 8 da manhã, quando possível tomo um banho, 5 vezes por semana (o que aos olhos de muita gente em pleno século XIX pode ser considerado demasiado para uma pessoa do meu estatuto social), visto as minhas roupas, que faço questão de lavar, tomo o café da manhã e lavo os meus dentes com uma criação minha caseira que decidi chamar pasta de dentes.

Um dia estava aborrecido e reparei no quanto os dentes das pessoas eram nojentos (sim, eu tenho um problema com higiene), decidi misturar alguns ingredientes que havia na cozinha (água, umas gotinhas de limão, menta e farinha).

Não me querendo gabar mas em todo este palácio eu devo ser a pessoa mais bem cheirosa, tanto do corpo como da boca.

Algumas coisas já evoluíram, um dia estava a arrumar a cama da rainha enquanto a minha mãe arranjava o seu cabelo, e a minha mãe confessou que eu tinha inventado algo que fazia o hálito das pessoas cheirar bem. A rainha pediu para experimentar e gostou do resultado. Foi assim que comecei a ganhar algum dinheiro, a rainha comprava a minha pasta e por cada vez que lhe enchia a sua caixinha de prata ela me dava uma moeda, o que ocorria 3 vezes por semana.

Há dois anos que venho a juntar esse dinheiro e já consegui uma boa quantia, mas não o suficiente para prosseguir os meus estudos. Queria ser economista, ter um cargo importante na sociedade e acima de tudo desejava deixar os meus pais orgulhosos.

A rainha tinha um total de 9 filhos, 2 deles, Alice e Edward me consideravam um amigo de infância, e algumas vezes eu era convidado para algumas das suas atividades, já os outros, bem, eles consideravam que a família real não devia ser tão íntima com os seus empregados. A rainha nunca viu nada demais sabendo que a minha família sempre foi leal à coroa.

Edward, bem... Ele era um homem fora do vulgar, era inteligente, espontâneo e um espírito livre, ele fazia o que desejava sem pensar no que as outras pessoas iriam pensar, e talvez sempre o tenha invejado por isso. Mas os sentimentos que eu guardava por ele não eram apenas inveja, eram algo do qual eu me devia envergonhar pois um homem nunca poderia amar outro homem como ama uma mulher, ou pelo menos é isso que nos ensinam. Mesmo que isso fosse possível, nunca iria dar certo, ele é o futuro rei de Inglaterra, eu sou apenas um criado que não tem onde cair morto.

Ao acordar fiz toda a minha rotina e segui para os jardins, sem dúvida esta era a melhor parte de trabalhar para a família real, ter acesso aos jardins e a ar puro. Descalcei os meus sapatos, sentei me junto a uma árvore e desenhei a paisagem que estava à minha frente.

 Descalcei os meus sapatos, sentei me junto a uma árvore e desenhei a paisagem que estava à minha frente

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- Vejo que o passarinho saiu cedo do ninho.

- Vossa alteza. - falei um pouco assustado. - Assustou-me, não sabia que estava aí.

- Por favor não me chames vossa alteza, já me basta ouvir isso sempre que dou de caras com um funcionário, não preciso disso vindo dos meus amigos.

- Como quiser.

- Ótimo, que estás a fazer?

- Desenhar.

- O meu pai diria que era uma perda de tempo.

- Não concordo... por alguns momentos, é bom não pensar nos problemas ao nosso redor.

- Então apenas desenhas para fugir aos teus problemas?

- É, quando pego no lápis o mundo parece que pára, fica tudo muito sossegado, pelo menos na minha mente. - disse ouvido apenas o som dos pássaros e do vento.

- Percebo, talvez também devesse tentar um dia destes.

- Certamente iria gostar.

- Não tenho tanto a certeza, estar parado muito tempo não me cativa.

- Como assim?

- Gosto de desporto... Montar a cavalo, Tiro ao alvo, caminhadas...

- Isso é algo que não temos em comum.

- Como?

- Nunca montei a cavalo, nunca peguei num arco e flecha e caminhadas... Bem, elas são demasiado lentas.

- Bem, concordo que as caminhadas são lentas, mas um homem tem de aprender a caminhar antes de correr. - falou olhando bem fundo nos meus olhos e indo embora depois de soltar um pequeno sorriso.

O que será que ele quis dizer com aquilo? Talvez deva ser algo sobre o seu futuro, ele deve de estar no processo de aprendizagem para um dia se poder tornar um grande rei.

Quando acabei o meu desenho voltei para o palácio, talvez a minha mãe precisasse da minha ajuda.

- Mãe, estou aborrecido, não tem algo que precise que eu faça?

- Por acaso tenho, por onde tens andado? Há imensa coisa para fazer.

- Peço desculpa, mas me diga o que precisa.

- Preciso que vás à cidade encomendar novos corsets para a rainha, ela também gostaria de uma sombrinha nova de seda branca com flores bordadas, preciso que vás também ao sapateiro pedir que ele se apresente aqui amanhã às 8 horas em ponto e que peças ao senhor Sanders (o novo cozinheiro) que vá falar com a rainha para que ela o informe da comida que deseja colocar no banquete do baile de amanhã.

- Está bem, pode ficar descansada.

- Juízo. - falou e beijou a minha bochecha.

Segui até à cozinha onde se encontrava o senhor Sanders e pedi que ele se apresentasse à rainha, o que ele fez de imediato.

Fui aos meus aposentos, peguei no meu casaco e segui o meu caminho até à cidade. Quando ia a descer as escadas Alice me chamou:

- Timothée, onde vai?

- À cidade sua alteza, preciso de fazer algumas encomendas para a rainha.

- E vai sozinho? - perguntou Edward aparecendo atrás da irmã.

- Sim, não devo demorar muito.

- Talvez nós pudéssemos ir consigo. - sugeriu Alice.

- Eu adoraria mas receio que não seja seguro para vós.

- Que parvoíce, claro que é seguro. - disse Edward. - Podemos levar a nossa carruagem, seria mais rápido.

- Não querendo ofender, mas será que podiam vestir algo mais humilde? Assim seria menos provável serem identificados no meio do povo.

- Ótima ideia. - disse Alice com um sorriso no rosto. - Espere um pouco por nós e peça que preparem a nossa carruagem.

- Claro.

Podiamos até ser "amigos" mas contrariar a família real não era recomendado, podíamos aconselhar ou até mesmo revelar a nossa opinião quando pedida mas contrariar... nunca. 


Oi gente, voltei com nova fic, desta vez algo um pouco diferente do que costumo escrever mas tenho adorado escrever cada capítulo e planear toda a história, se eu demorar a postar os próximos capítulos é porque quero rever toda a história e ter a certeza que tudo se alinha perfeitamente para que a vossa leitura seja mais agradável. Beijos e Abraços.


Ele é meuOnde histórias criam vida. Descubra agora