Capítulo 25 - Um futuro brilhante

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Timothée Narrando.

Primeiro dia como primeiro ministro e tudo estava uma confusão, por momentos pensei que não era digno daquele cargo mas em seguida me lembrei que aquilo foi o que eu sempre quis e decidi lutar para fazer tudo entrar nos eixos. Não sou pessoa de desistir, muito menos depois de conseguir aquilo que ambicionei por toda a minha vida.

- O senhor precisa de contratar um secretário. - a minha empregada de casa disse quando me foi levar o chá ao escritório.

- Eu sei, mas não consigo pensar em ninguém que seja o partido perfeito para o cargo.

- Não conheceu ninguém que cumpra os seus requisitos quando estava na faculdade?

- Talvez Eric, mas ele se especializou em direito, não em economia.

- Isso poderia vir a ser uma mais valia, quem melhor para compreender as leis do nosso pais do que um aluno de Direito formado.

- Tem razão, obrigado, irei entrar em contacto com ele assim que possível.

- De nada senhor. Se não se importar eu vou andando para casa, tenho o meu marido e as minhas crianças à espera para jantar.

- Tudo bem, tenha o resto de um bom dia.

- Obrigado senhor, deixei o seu jantar pronto na cozinha, é só aquecer depois no fogão.

- Obrigado Berta, até amanhã.

- Até amanhã senhor.

Berta era a antiga babysitter da familia real, quando as crianças cresceram ela ficou sem emprego então decidi contratá-la para a minha casa, sabia que podia confiar nela e me recusava a colocar um desconhecido debaixo do meu teto.

Passei o resto da tarde a rever documentos sobre os lucros e as despesas do estado, tal como era de esperar haviam pequenos desvios de dinheiro aqui e ali, desvios esses que foram aumentando ao longo do tempo devido a políticos corruptos que ambicionavam ter mais do que aquilo que o seu trabalho lhes proporcionava. Eu iria intervir, eles que me esperassem porque certamente eu não iria tolerar que estas coisas se passassem bem debaixo do meu nariz. Organizei toda a papelada e guardei todo o tipo de provas dentro do meu cofre, precisava de discutir estes assuntos com Edward mais cedo ou mais tarde e não iria correr o risco de deixar as únicas cópias que tenho destes documentos escapar das minhas mãos.

Decidi que estava na hora de jantar, a minha barriga roncava com fome e a minha cabeça estava cansada de ver papéis o dia inteiro. A comida de Berta era de facto maravilhosa e a prova de que tinha tomado a decisão certa ao contratá-la estava no prato bem à minha frente.

Me sentia mais sozinho do que nunca, para que precisava eu de uma casa tão grande se não tinha ninguém para a partilhar comigo? Talvez devesse convidar Eric e Flynn para virem morar comigo pois pelo que sei eles vivem numa casa muito pequena no centro da cidade. O ideal seria ter Edward aqui ao meu lado, ele agora vinha me visitar 3 noites por semana mas eu desejava mais, queria ter o seu corpo na minha cama todas as noites, queria ter a sua presença aqui todos os dias... agora eu compreendo o motivo de ele não se contentar em me amar escondido de todo o mundo.

Edward Narrando

O meu primeiro dia como rei tinha chegado ao fim e eu estava morto de cansaço, passei o dia com os empregados a rever as regras de limpeza do palácio, tal como tinha dito a Timmy que faria, a falar com políticos sobre os mais variados assuntos e a ouvir conselhos e recomendações vindos dos meus pais. Eles tinham mais experiência que eu em como reinar um país e sabiam exatamente o que fazer para evitar um escândalo.

À mesa de jantar estava reunida toda a minha família mas faltava a pessoa mais importante de todas, o meu marido. Certamente ele agora estaria completamente sozinho na sua casa, jantando enquanto ouvia apenas as batidas do relógio de parede, essa era a última imagem que eu queria ver, o meu Timmy completamente sozinho... sem uma família para poder chamar de sua.

A solidão por vezes pode ser o nosso maior inimigo, não ter ninguém com quem falar ao fim do dia, com quem partilhar uma cama... uma vida. Todos merecemos ser felizes, todos merecemos amar alguém e todos merecemos ter alguém para nos apoiar em todos os momentos da nossa vida.

- Gente, continuem o vosso jantar, com licença. - falei me levantando da mesa e indo até ao meu quarto pegar o meu capuz, segui até ao estábulo, peguei no meu cavalo e saí pelo portão dos empregados onde não se encontrava ninguém. Eu não iria deixar Timothée ficar sozinho, ele era meu marido e a minha obrigação era estar ao seu lado.

Ao chegar ao portão da sua casa abri o mesmo, coloquei o meu cavalo no seu estábulo e segui até à porta de entrada. Bati três vezes e logo ela foi aberta por Timothée que estava com uma expressão de surpresa.

- Edward? O que estás a fazer aqui?

Apenas me limitei a empurrar o seu corpo para dentro de casa, fechei a porta e o segurei ao meu colo, o beijando e apertando as suas nádegas com vontade. Seguimos até ao seu quarto onde nos deitámos e fizemos amor a noite toda.

- Não me chegaste a explicar o motivo de estares aqui. - ele falou debruçado sobre o meu corpo.

- Não conseguia parar de pensar em ti. - disse acariciando o seu rosto. - Detesto a ideia de estares aqui sozinho.

- Eu também... - ele disse desviando o olhar para o candeeiro que iluminava o quarto, ele queria dizer algo, simplesmente não tinha coragem, ficámos momentos ouvindo apenas as nossas respirações descompassadas mas logo ele falou. - Por quanto tempo vamos ter de continuar assim?

- Não sei... eu tenho estado a pensar, e se nós começássemos a fazer algo... tipo, agora!

- Algo de que género?

- Precisamos de conquistar a confiança e o carinho do povo se queremos que eles nos aceitem tal como somos, e se déssemos ao povo o que eles tanto querem, o que eles têm lutado por décadas?

- E isso seria?

- O direito ao voto... não só para homens mas para as mulheres também.

- Isso fantáscio, depois de tantos anos eles finalmente iriam ver o seu esforço recompensado.

- E se pensarmos ainda mais longe?

- Como assim?

- Dar às mulheres os mesmos direitos que os homens possuem neste momento, igualdade de salários, igualdade de oportunidades... as mulheres deixariam de ser consideradas seres inferiores. - falei entusiasmado, apesar de o estar a fazer apenas por querer algo em troca não deixava de ser uma coisa boa.

- Pode resultar.

- Não iremos ficar por aí, podíamos abolir o racismo e a escravidão dentro do nosso país... Timmy, igualdade para todos.

- Eventualmente para nós também. -ele falou finalmente se apercebendo de onde eu queria chegar.

- Só então poderemos ser felizes de verdade.

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Ele é meuOnde histórias criam vida. Descubra agora