Capítulo 4 - O Baile (parte 1)

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Edward Narrando

Procurei pelos meus pais pelo castelo e acabei por os encontrar no escritório, um pouco eufóricos enquanto reviam alguns documentos, era como se eles tivessem encontrado o pote de ouro no final do Arco-íris.

- Posso saber qual o motivo de tanta agitação?

- Edward?! Entra e fecha a porta. - o meu pai pediu e assim fiz.

- Sabes aquele problema do qual nos falaste? - perguntou a minha mãe.

- Claro que me lembro. O que tem?

- Acredito que o possamos resolver.

- A sério? - perguntei esperançoso.

- Sim, graças ao Timothée. Ele surgiu com uma ideia brilhante, tudo o que precisávamos era de controlar os preços dos bens tendo em conta o lucro do povo, só agora nos apercebemos que os preços nunca foram proporcionais com as posses da população.

- Então e o que decidiram fazer?

- Bem, inicialmente estamos a pensar estabelecer preços máximos, inferiores aos que estão em vigor para o trigo e para o pão, apenas para ver se a teoria do Timothée se verifica.

- Com que propósito?

- Se o preço do trigo diminuir, o padeiro poderá comprar mais trigo e produzir mais pão, o preço do pão diminui, as pessoas passarão a comprar mais pão e assim, além de salvaguardar-mos os negócios do nosso país também acabamos com a fome do povo.

- Isso é muito bom. - falei sorridente, além de podermos dar uma vida melhor aos nossos súbditos e mantermos os negócios nacionais funcionais, isto significava que o Timothée finalmente tinha provado o seu valor. Estava orgulhoso dele e diria-lho em pessoa assim que tivesse oportunidade. - Eu sempre disse que ele era brilhante.

Timothée Narrando

Muitos dos empregados do palácio estavam a fazer limpeza no salão de baile para o baile de amanhã, iríamos receber a família real da Dinamarca, algo sobre uma aliança qualquer, não sei ao certo do que se trata.

Eu estava encarregue de distribuir panos de limpeza a todos os funcionários e de colocar novas velas nos candelabros, logo eu que tinha medo de alturas.

- Thimothée, posso falar consigo? - perguntou Edward que se encontrava junto à base da escada.

- Claro que sim alteza. - falei começando a descer a escada e um dos meus pés escorregou, felizmente o príncipe me segurou a tempo pela cintura. - Muito obrigado.

- Siga-me por favor. - ele falou, eu sabia perfeitamente o motivo de ele estar a falar assim comigo, havia outros empregados ao nosso redor e eu não queria que eles começassem a inventar boatos apenas por sermos amigos, então decidimos que em frente aos outros iríamos manter uma relação 100% profissional.

Segui o príncipe pelo castelo até aos seus aposentos e quando lá chegámos ele trancou a porta, confesso que estava a ficar um pouco nervoso.

- Está tudo bem?

- Está tudo muito bem, muitos parabéns. - ele falou e num impulso me abraçou, no inicio foi estranho mas logo correspondi ao abraço e confesso que ambos perdemos a noção do tempo ali nos braços um do outro, a falar sem palavras. - Estou orgulhoso de ti.

- Muito obrigado mas não fiz nada de especial.

- Preciso de te fazer uma pergunta.

- Claro, se eu souber responder.

- Não é uma pergunta que envolva conhecimento, pelo menos não diretamente.

- Está bem, então é sobre o quê?

Ele é meuOnde histórias criam vida. Descubra agora