Sweet Red Life 🍒[sope/yoonseok]

4. Dois homens juntos

A casa do Sr. Min era grande, os cômodos contavam com poucos móveis, em sua maioria brancos, com detalhes em madeira escura. O mais trabalhoso era limpar os vidros das portas e janelas e deixar as superfícies de inox da cozinha brilhando como um espelho.

Conclui a limpeza do primeiro piso, a tempo de preparar o almoço. Eu preferi limpar a cozinha mais cedo porque à tarde, eu poderia terminar mais rápido os quartos e banheiros do segundo andar.

Comecei a retirar os ingredientes da geladeira e precisei me curvar para baixo para pegar as cebolas armazenadas na gaveta das verduras. Senti meus quadris serem puxados para trás. Sorvi meu fôlego e expirei forte, parecido com um barulho de mar.

Olhei para trás e vi Jimin hyung sorrindo adoravelmente. Pelo menos ele não estava com cara de tarado, mas mesmo assim, de esguelha, lancei-lhe uma olhada de reprovação. Ele recolheu as mãos imediatamente e as enfiou nos bolsos.

-- Desculpe o atrevimento, mas eu gosto de você e acabo perdendo o controle - disse com as sobrancelhas erguidas.

-- Você acabou de me conhecer! Eu imagino que gostar de alguém vá além da atração física.

"Você deveria se sentir ofendido com as bobagens ultrajantes de Jimin"

Eu entendi as palavras do patrão. Se eu não me mostrasse ofendido, Jimin acharia que poderia ir cada vez mais longe comigo. Eu levantei e o encarei, sério.

-- Estou ofendido - falei com firmeza.

Acho que fui um pouco duro com ele, mas foi necessário para que ele não pensasse que sou complacente com esse tipo de atitude. No entanto, talvez eu tivesse sido complacente quando estive nos braços do patrão e a dúvida me deixou angustiado. Tentei me convencer que aquilo foi um incidente, nenhum dos dois poderia prever que eu iria acabar indo tão longe com o puxão pelo cinto, que nem foi tão brusco.

--São duas coisas diferentes! Totalmente diferentes - sussurrei inaudível, de olhos fechados, agitando as mãos perto da cabeça.

-- O que você disse? Pode me xingar em voz alta, eu mereço.

-- Nada! Estava contando até dez...

Jimin se aproximou com cara de criança que precisava desesperadamente de perdão por ter aprontado.

-- Eu não preciso te conhecer direito para sentir com todo o meu coração que você é bom.

Eu baixei a guarda e apenas lhe supliquei:

-- Gostaria que você se controlasse, pois posso perder meu emprego.

-- Eu vou, mas não é pelo Suga e sim, porque eu gosto mesmo de você.

-- Por que o chama pelo nome?

-- Ah... isso? é que...

A portaria nos interrompeu, acusando a entrega das refeições de Rose. Jimin foi buscar e quando voltou, ficou ocupado alimentando o bebê, trocando fraldas e a colocando para dormir. E eu me distraí preparando a única comida que sabia fazer: arroz, ovos cremosos com molho picante e cebolas fritas.

Ao meio-dia o patrão desceu e não gostou nada de ver que a mesa ainda não estava posta.