9. O quarto dele

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Aprendi que o meu silêncio o relaxava. Após terminar a massagem, a fisionomia do patrão parecia bem descansada, sem rugas de tensão no rosto.

-- Obrigado, eu estava precisando - ele se rendeu.

-- Pode pedir sempre que quiser, eu gosto de ser útil.

-- Se eu não pedir, seja gentil e me ofereça.

Assenti com a cabeça, tentando disfarçar um riso de vergonha. Além de não me rejeitar, ainda exigiu que eu me oferecesse novamente. Safadinho.

Min Suga levantou o dedo, como se lembrasse algo importante.

-- O almoço de hoje...

-- Eu vou esforçar! - o interrompi imediatamente, porque a calma não era uma das minhas qualidades. Ele não gostou de ser interrompido, então me encolhi e fiquei caladinho.

-- ... peça para o restaurante entregar.

-- Eu vou aprender a cozinhar, Boss - insisti.

-- Tudo bem, mas não precisa aprender hoje. Agora, vá, você já me atrasou demais.

Fiz uma reverência e saí do escritório me sentindo quente e zonzo. Eu precisava jogar água no rosto, então abri uma porta do lado oposto do corredor, pensando que era o banheiro, mas era o quarto do patrão.

O cômodo luxuoso tinha uma opulenta cama de casal, mas foi o espelho no teto que mais me impressionou e intimidou.

-- Que safado ele... - comentei, tapando minha boca com a mão.

Eu logo iria trocar aquela roupa de cama, então não tinha problema deitar um pouco até passar a tontura que eu estava sentindo. Inquieto, acabei embrulhando os lençóis ao meu redor.

O cheiro bom dele estava impregnado na roupa de cama. A minha imagem no espelho conduziu a minha mente para um lugar perigoso, onde Suga e eu estávamos nus, o meu corpo sob o dele, minha boca entreaberta, meus olhos deslizando para cima, admirando a sua bundinha se movendo...

-- Não!

Sentei na cama, excitado e assustado. Dei uns tapas na minha própria cara, irritado com meus pensamentos.  Corri ao banheiro da suíte e joguei água no rosto. Com a respiração ofegante, sequei o rosto e fechei os olhos, tentando controlar a respiração até me acalmar.

Deixei o banheiro e caminhei devagar até cômoda, onde havia um porta-retrato com a foto da Rose e outro com uma foto de casamento. A jovem na foto era uma linda ocidental de cabelos castanhos ondulados, olhos grandes cor-de-rosa, sardas no rosto e um sorriso encantador igual ao da minha bebê favorita.

Eu tinha esquecido que o patrão teve que fazer sexo com uma mulher para fazer a Senhorita Min, então me senti um idiota por estar atraído por alguém impossível.

"Esqueça esse homem, Jung Hoseok! Ele não gosta de homens e nem de coreanos! Você é só uma criança inconveniente pra ele, apenas um empregado irritante".

Fiz uma bola com as roupas de cama, peguei os contratos e sai rápido dali, mas quando voltasse, iria esfregar com ódio aquele chão até eliminar o mínimo vestígio do seu cheiro no quarto.

***

No meu break após o almoço, coloquei a barra-fixa na porta para me exercitar e aliviar o estresse.

Quando acabei, minha regata suada colava ao corpo. Eu a tirei e me sentei no chão, jogando uma toalha sobre os ombros. Li os contratos atentamente, sublinhando alguns pontos para perguntar depois. Respondi as mensagens do professor Kim, aceitando seu convite para um café antes da aula. Ah, e também enviei mensagens para o Jimin hyung, lhe desejando um bom trabalho e boa aula. Era tão divertido conversar com ele, eu não parava de rir. Iríamos sair para beber hoje à noite.

Sweet Red Life 🍒[sope/yoonseok]Onde histórias criam vida. Descubra agora