Filha da Anarquia

3. A profecia

POV's Rafaella.

Acordei com uma sensação de estar sendo observada, e meu celular indicava que ainda faltavam alguns minutos para as cinco horas da manhã. Sentei lentamente na cama e logo fui tomada pelo susto.

– Di immortales – exclamei levando a mão ao peito.

– Eu avisei que deveríamos ter indicado nossa presença antes dela acordar – a voz de uma mulher soou pelo quarto.

– Silencio, corujinha – a outra mulher falou em um tom de tédio.

– Mães? – perguntei meio incerta, não conseguia ver as mulheres, apenas as sombras.

A sombra mais alta se moveu, e pouco tempo depois as luzes do quarto estavam acesas, me permitindo ver Afrodite e Atena em suas formas humanas. Afrodite tinha os longos cabelos negros caindo em cascatas, seus olhos eram iguais aos meus, e vestia uma túnica vermelha com adornos dourados. Atena vestia sua tradicional túnica branca, era mais simples se comparada a de Afrodite, mas ainda assim destacava a beleza da deusa da sabedoria, seus olhos cinzas estavam fixos em mim, enquanto um pequeno sorriso brincava em seus lábios.

– Oi, filha – o sorriso da deusa do amor era doce.

– Por Zeus, aconteceu algo? – perguntei um pouco atordoada.

– Não, nada aconteceu – Atena falou me tranquilizando – apenas queríamos vê-la antes das batalhas.

– Algo me diz que a situação vai se tornar mais grave do que Héstia transmitiu ontem – eu disse encarando os olhos cinzas que demostravam sabedoria.

– A situação do Olimpo no momento é um tanto complexa, mas procuramos lidar com isso da maneira mais efetiva possível – o olhar de Atena cruzou rapidamente com o de Afrodite – mas precisamos muito da sua ajuda aqui.

– Eu fui muito bem treinada para momentos assim – sorri para Atena, e recebi seu sorriso em resposta.

– Mas não só suas habilidades em guerra e estratégia serão necessárias – a deusa do amor falou atraindo minha atenção – agora mais do que nunca precisaremos que seja também uma filha de Afrodite.

– O amor em tempos de guerra se faz necessário – falo sorrindo para a deusa.

– Sábias palavras, me lembrou até a deusa da sabedoria – falou sorrindo irônica – mas isso não se aplica somente aos mortais, Rafaella – seu olhar voltara a ficar sério – é importante que fortaleça seus laços afetivos com os semideuses, com todos eles – seu olhar era intenso.

– Por mim, não precisava ser com todos, se é que me entende – falou séria.

– Palas Atena – Afrodite a repreendeu.

– Do que estão falando? – perguntei um pouco confusa com aquele assunto.

– Logo você vai descobrir – Atena voltou a falar para mim – agora nós precisamos ir.

– Lembre-se, seja sabedoria, mas também seja amor – Afrodite falou.

– Agora, volte a descansar – Atena falou.

Ambas sorriram, e a luz voltou a se apagar. Eu me deitei, e deixei me levar por meus pensamentos, até que o sono me dominasse por completo.

[...]

Quando eu acordei novamente, já era quase duas horas da tarde, e eu fui imediatamente fazer minha higiene. Eu quase nunca acordava tarde, ainda mais quando tinha algo importante no dia.