15. Três dias

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POV's Rafaella.

Comecei a despertar aos poucos, mas quando tentei me mexer, percebi que não conseguia, meu corpo estava preso. Lentamente abri os olhos e percebi que Bianca estava deitada ao meu lado, com uma de suas pernas por cima das minhas, enquanto seu braço repousava sobre meu abdômen.

Eu estava totalmente sem reação, enquanto minha mente pensava em qual seria a melhor coisa a se fazer. Decidi que era melhor sair dali antes que alguém acordasse, então de forma mais cuidadosa possível, peguei o braço de Bianca na tentativa de me desvencilhar do seu corpo.

Foi só então que eu notei o estado do meu corpo, era como se infinitas correntes elétricas passassem por ele devido ao toque de Bianca. Pelos deuses, isso era incrível e ao mesmo tempo assustador.

Eu estava quase conseguindo retirar o braço de Bianca de cima do meu corpo, quando seus olhos se abriram de repente, e meu corpo entrou em estado de alerta devido a feição de choque em seu rosto.

Di immortales – ela exclamou e pulou no colchão se afastando – o que aconteceu?

– Eu acordei e você estava... – eu fiz uma pequena pausa sem saber como continuar – bom, nós estávamos assim, e eu só estava tentando levantar.

– Certo – ela disse desviando do meu olhar, seu rosto estava corado – eu vou tomar banho.

Bianca praticamente saiu correndo em direção ao banheiro, e eu comecei a rir da cena, era a primeira vez que eu tinha visto ela envergonhada. Assim que sentei no colchão, olhei em direção a cama e notei que Mariana e Gizelly não estavam mais por ali.

– Por Zeus, elas viram – pensei alto e me joguei de volta no colchão fechando os olhos.

Depois de um tempo, ouvi o barulho da porta sendo aberta, e logo me levantei indo em direção ao banheiro, sem trocar uma única palavra com Bianca. Assim que terminei de tomar um banho e me arrumar, e em poucos minutos desci para me juntar aos que já estavam reunidos para o café da manhã.

Após cumprimentar todos, procurei um lugar para sentar e notei que o único lugar livre era justamente entre Bianca e Manu, e de frente para Flay, Gizelly e Mari.

– Bom dia, Rafinha – Flay falou com um sorriso enorme – como você está?

– Estou bem, e você? – respondi estranhando o comportamento da filha de Hermes.

– Eu estou ótima – ela falou sorrindo, enquanto eu pegava alguma fruta.

– Você dormiu bem, minha deusinha? – Gizelly perguntou sorrindo.

– A raiva já passou Gizelly? – Bianca perguntou enquanto tomava seu suco.

– Raiva? – Gizelly perguntou confusa – ah, raiva, sim – ela falou rindo – é, não gosto de guardar rancor, sabe como é.

– Sei – respondi olhando para a semideusa.

– O dia hoje está bonito né? – Flay perguntou alternando seu olhar entre eu e Bianca, e Mari e Gizelly – dá até para ver um arco-íris surgindo no horizonte.

As meninas começaram a rir, mas logo mudaram de assunto, eu comia em silêncio enquanto refletia sobre algumas coisas.

– Mariana, quero falar com você – falei assim que terminamos de tomar café – e com você também, Gizelly.

– Estou ocupada – Gi respondeu e eu arqueei a sobrancelha – não posso deixar a louça sem lavar.

– Flay, você pode lavar a louça no lugar da Gi? – perguntei – depois ela compensa lavando duas vezes no seu lugar.

Filha da AnarquiaOnde histórias criam vida. Descubra agora