28. Fio da vida

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POV's Bianca.

Acordar cedo não fazia parte da minha rotina em dias normais, mas quando acordei, Rafaella ainda dormia tranquilamente ao meu lado. Passei alguns minutos a observando, e tendo minha memória invadida por várias lembranças nossas.

Um mês, esse foi o tempo necessário para minha vida dar um giro de 180 graus, e apesar de todos os momentos de pânico que eu tive durante os dias que passei no Rio, uma coisa eu não podia negar, entender minha ligação com Rafaella fez com que um sentimento explodisse dentro de mim.

Me levantei e fui diretamente ao banheiro, estava escovando os dentes quando vi o reflexo de Rafaella no espelho. Não demorou ao se aproximar e abraçar o meu corpo, deixando um beijo em meu pescoço. O contato do seu corpo nu contra o meu me fez suspirar.

– Senti falta do seu corpo na cama, acabei acordando – ela falou sorrindo e logo me soltou para escovar os dentes.

Quando acabei minha higiene dei um beijo em seu ombro, e avisei que a iria esperar no quarto. Eu estava deitada, olhando as redes sociais que ferviam com comentários sobre nós duas, enquanto ria do desespero de alguns fãs da Rafaella.

– O que é tão engraçado? – ela perguntou saindo do banheiro e andando em direção a cama.

Minha intenção claramente era responder a sua pergunta, mas meus olhos passavam por todo o seu corpo, e aquilo tirava toda a minha concentração para criar qualquer resposta. Apenas quando ela deitou na cama, eu consegui desviar os olhos e enfim falar.

– Estava olhando os comentários dos seus fãs sobre nós duas – falei e ouvi sua risada – aparentemente virou o assunto mais comentado de toda a internet.

– Eles estão surpresos com isso – ela falou – quer comer tomar café agora?

– Não estou com fome – respondi e finalmente tive coragem de olhar para ela – e você?

– Também não – ela sorriu – será que agora eu posso ganhar um beijo de bom dia?

Um sorriso surgiu em meus lábios, mas morreu nos lábios de Rafaella, que não esperou muito para pedir passagem com a língua. Beijar ela sempre me trazia uma sensação diferente, era como se fosse uma nova descoberta a cada novo contato. Um gemido escapou de sua boca quando chupei sua língua, e logo senti sua pegada forte em meu cabelo. Eu encerrei o beijo deixando alguns selinhos em seus lábios, e ela tinha um pequeno sorriso quando me afastei.

– Bom dia – ela falou baixinho.

– Bom dia – deixei outro selinho e comecei a passar minha mão por seu corpo.

Ela tinha algumas cicatrizes distribuídas por seu corpo, mas a que mais se destacava era a que eu tinha causado na lateral do seu corpo. Levei minha mão até o local, e tracei a pele cicatrizada com a ponta do dedo.

– É estranho pensar que eu causei isso há um mês – falei ainda olhando a cicatriz.

– Você não devia pensar nisso – ela disse fazendo um carinho em meu rosto – nós tínhamos nossas desavenças, não sabíamos de nada.

– Eu sei, é só que, eu sinto tantas coisas boas por você agora – eu disse e comecei a subir o meu dedo até chegar no outro ponto, uma cicatriz um pouco mais discreta, mas que também tinha sido culpa minha – parece que cada segundo ao teu lado, isso só aumenta, eu não tenho controle nenhum sobre isso.

– Eu sei, eu também me exatamente sinto assim – olhei para ela, que tinha os olhos fechados – eu nunca pensei que pudesse existir um sentimento tão intenso em tão pouco tempo.

Filha da AnarquiaOnde histórias criam vida. Descubra agora