22. Retorno

3.3K 364 263
                                    


POV's Narrador.

Três dias após Bianca acordar – Madrugada de sexta-feira.

A casa que servia como quartel general para os semideuses, novamente estava um caos, pessoas iam e vinham enquanto organizavam os últimos detalhes antes do início da batalha, que seria daqui a algumas horas.

Dentro do quarto que outrora vivia cheio, agora só restava Manoela e Bianca no local, enquanto a filha de Apolo estava sentada na cama observando a maior, Bianca andava de um lado para o outro, deixando em evidência o seu nervosismo.

– Cinco dias, Manoela – Bianca falava enquanto sua mão passava nervosamente por seu cabelo – cinco dias sem qualquer sinal da Rafaella, sem uma pista do seu paradeiro.

– Bia, você precisa se acalmar – Manoela tentava tranquilizar a amiga já fazia algum tempo, mas não estava obtendo nenhum sucesso.

– Eu sei que preciso, mas eu não consigo – Bianca parou de andar um minuto e encarou a mais nova – eu estou sonhando com ela. É sempre o mesmo sonho, acho que por isso eu estou tão nervosa.

– O que você sonha? – Manu perguntou se arrumando na cama enquanto observava Bianca voltar a andar pelo quarto.

– Nós estamos no submundo – Bianca começa a explicar – e por mais que eu nunca tenha ido lá, eu sei que é lá que estamos, é possível ver a parte de trás do castelo de Hades – a filha de Ares morde o lábio apreensiva – nós estamos paradas no meio de um campo, e Rafaella começa a me falar sobre o local, como se soubesse de tudo ali. Ela diz que estamos nos campos Elísios, e que ali era um bom lugar, era o melhor lugar onde poderíamos estar – Bianca suspira pesadamente – mas eu sempre começo a brigar com ela, falando que não deveríamos estar lá, que era para ela estar comigo aqui, não lá, e ai eu acordo.

– Eu sei que os sonhos tem um significado importante para os semideuses, mas não pensa nesse agora – Manoela falou enquanto levantava e fazia a filha de Ares parar de andar – ela vai voltar em breve, você vai ver.

– Ela precisa voltar, eu preciso dela aqui – Bianca confessou em voz baixa – eu descobri que estou destinada a ela desde que eu nasci, Manu – a carioca confidencia por não aguentar mais guardar aquilo só para ela – pelos deuses, eu sou a pessoa por quem Rafaella espera a anos, e ela é a pessoa que eu nem sabia que esperava, mas que está destinada a viver um grande amor comigo – ela fala tudo rapidamente – e agora que eu descobri isso, ela some, e eu preciso dela aqui porque, meu Zeus, Manu, eu sinto tanto a falta dela.

– Vocês estão mesmo destinadas? – Manu perguntou surpresa – ela já tinha me contado superficialmente sobre ter alguém destinado para ela, mas não sabia quem era – a baixinha ainda refletia sobre isso – isso é tão lindo, vocês são tão lindas quando não estão se matando. Eu sempre percebi um clima diferente entre vocês.

– Eu nunca pensei que isso seria possível – Bianca acabou sorrindo um pouco – eu só espero que ela volte logo.

A conversa foi interrompida por Marcela, que bateu na porta e entrou sem esperar resposta. A loira informou que Pyong esperava por Bianca no andar de baixo.

Imediatamente Bianca desceu e foi em direção ao escritório, sabia que o filho de Hécate estaria lá.

– Bianca, desculpa chegar assim de surpresa, mas é que preciso te informar – o rapaz começou a falar – as tropas inimigas devem estar chegando por aqui em no máximo três horas.

Di immortales – aquilo pegou Bianca de surpresa – eu esperava ter mais tempo.

– Eu também, mas aparentemente mudaram de ideia – ele disse e um pequeno sorriso escapou de seus lábios – e eu suspeito saber o motivo dessa mudança.

Filha da AnarquiaOnde histórias criam vida. Descubra agora