9. Acampamento

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POV's Bianca.

Certo, Rafaella era uma deusa. Bom, não sei se ainda posso chama-la assim já que ela abriu mão disso, mas irei chamar. Por mais que isso fosse especulado por muitos antigamente, a maioria das pessoas começaram a acreditar que a filha das duas deusas tinha nascido mortal, assim como o seu irmão gerado por Atena e Hefesto, pois sempre que um novo deus surgia, todos os semideuses eram informados. Mas agora tudo fazia sentido.

Eu estava em meu quarto me trocando, pois em breve iniciaríamos os treinos, e repassava toda a conversa que eu tinha tido a pouco com Rafaella. Deve ser terrível você nascer uma deusa, e precisar abrir mão de tudo isso para viver o destino que as parcas decidiram que deveria ser seu, ainda mais quando esse destino se tratava de viver um amor. Imagina se você precisa passar o resto da vida ao lado de alguém que é completamente irritante, que implica com você por tudo, por Zeus, espero que Décima esteja ocupada demais com o fio da vida dos outros e não se dedique a complicar o meu tanto assim.

– Amiga? – Mari entrou no quarto chamando minha atenção.

– Oi, meu amor – eu falo sorrindo para a semideusa que estava sentando na cama.

– Certo, a senhorita já pode começar a me contar tudo – ela falou animada.

– Contar tudo o quê? – pergunto arqueando a sobrancelha.

– Você passou o dia de ontem ignorando a Rafa o tempo todo, de repente, ela te chama para conversar, e na volta vocês estão cheias de segredo, rindo uma para a outra como se tivessem uma ligação fortíssima – ela fala me olhando desconfiada.

– Eu apenas estou conhecendo uma parte da Rafaella que eu não conhecia – falei dando de ombros – e essa parte não é tão ruim.

– Você está interessada na minha irmã, Bianca Andrade? – ela perguntou chocada.

– O quê? – perguntei rapidamente – não, não é nada disso, eu só disse que estava conhecendo um outro lado dela, o que é até bom, porque a gente vai liderar uma batalha juntas e você sabe – eu falei rapidamente quase atropelando as palavras.

– Calma amiga, não precisa ficar tão nervosa – ela falou rindo – eu gostei de saber que estão conversando melhor, pelo menos não estão querendo se matar.

– Bom, não posso prometer isso por muito tempo – falei rindo também – um lado dela ainda provoca bastante desafeto do meu lado de Ares.

– Eu sei, mas veja bem, seu lado filha de Ares gosta cinquenta por cento dela, e seu lado mortal pode gostar cem por cento dela, ou seja, apenas vinte e cinco por cento de você não gosta dela – ela me com um sorriso enorme.

– Certo, quem te falou isso? – eu perguntei arqueando a sobrancelha.

– O que? Você não acha que eu poderia raciocinar algo assim sozinha? – ela perguntou indignada e eu apenas arqueei ainda mais a sobrancelha – tá bom, foi a Manu – ela disse de forma derrotada.

– Eu não acredito que você e a Manoela estão conversando sobre o percentual de raiva que eu sinto da Rafaella – falei gargalhando – vocês deveriam se preocupar com a batalha, isso sim.

– E a gente se preocupa, lindinha – Mariana falou debochada – mas temos tempo para criar algumas teorias sobre você e a Rafinha também.

– Saí daqui com essas conversas – falei enquanto fazia um coque no cabelo – sei bem como funciona essas suas conversas de filha de Afrodite, não pode ver duas pessoas conversando que já está pensando em casal.

Filha da AnarquiaOnde histórias criam vida. Descubra agora