12. O plano real

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POV's Rafaella.

Hoje eu fui a primeira a acordar, e logo tratei de tomar um banho, afinal, o dia seria longo. Quando sai do banheiro, me aproximei da cama onde Mari dormia com Bianca, e comecei a sacudir levemente a filha de Ares.

– Pelos deuses, Rafaella – Bianca falou ainda sem abrir os olhos, mas percebi a irritação em sua voz – você não tem medo de morrer?

– Que bom que já acordou de bom humor – falei e ela bufou de raiva – levanta, vamos treinar, esperarei você lá fora.

Não esperei uma resposta, apenas sai do quarto e fui para a área externa da casa. O dia hoje estava mais frio que os anteriores, o céu era de um cinza escuro, e em alguns momentos o som de um trovão ressoava pelo lugar, isso era o sinal claro da ira de Zeus com a aproximação de uma batalha.

Bianca estava começando a demorar, então decidi começar sem ela. Fiz alguns alongamentos, e logo depois comecei a fazer flexões.

– Eu ainda não acredito que você teve a capacidade de me acordar as 05:30 da manhã – ela estava em pé me olhando enquanto eu permanecia ajoelhada no chão.

Assim como eu, Bianca vestia um conjunto de moletom, mas dessa vez na cor verde militar, enquanto o meu era na cor preta. Tinha seus cabelos presos em um coque, e o rosto ainda estava um pouco inchado, um claro sinal de sua recente saída da cama. Eu quase ousei me permitir o pensamento de que ela estava fofa, mas não o fiz.

– Bianca, apenas treina em silêncio – eu disse e voltei a fazer flexões.

Eu não entendia o motivo da minha irritação com a carioca, já que ontem estava tudo bem, apenas sentia, talvez isso seja apenas meu lado de Atena que está aflorado.

Não demorou muito, Bianca estava ao meu lado, fazendo flexões e logo em seguida algumas sequências de abdominais. Na hora de fazer barra fixa, Bianca me olhou e parecia pensar se falar algo ou não.

– Bianca, fala logo – eu disse antes de impulsionar meu corpo para cima da barrada.

– Falar o quê? – ela perguntou e eu finalmente parei o exercício.

– O que você tem para falar – eu disse a encarando – faz alguns minutos que você está com cara de que quer falar algo, e na hora desiste.

– Ah, sobre isso – ela deu uma pequena risada – eu só queria saber como você está com essa situação da Mari e da Gi – falou e eu sabia que ela estava mentindo.

– Estou bem feliz por elas – eu disse dando de ombros – eu sei que a Gi é um pouquinho louca, mas ela é incrível, e mesmo não estando aqui há muito tempo, sei que elas já sentiam um carinho uma pela outra, e fico feliz que isso esteja evoluindo.

– É, eu também gostei – ela disse sorrindo enquanto olhava na direção do campo a nossa frente – a Mari merece ser feliz, e acho que a Gi pode fazer isso.

– Como filha de Afrodite, posso dizer que concordo plenamente – falei rindo.

– Atrapalho? – a voz de Manu surgiu atrás de mim.

– Não, claro que não – eu disse sorrindo – eu e Bianca só estávamos treinando.

– Certo, era só para avisar que vou fazer o café da manhã e perguntar se querem algo especial? – Manu perguntou.

– Assim, já que você ofereceu, eu ficaria super feliz com uma crepioca daquela que você faz – Bianca falou sorrindo.

– Pode deixar, Bia – a mais nova falou também sorrindo – e você, Rafa?

Filha da AnarquiaOnde histórias criam vida. Descubra agora