16. Passado

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POV's Bianca.

Já estávamos a caminha do acampamento, e confesso que o pequeno trajeto não estava sendo nada agradável, já que Petrix e Leonardo parecem estar competindo para ver quem consegue chamar mais a atenção de Rafaella. Decidi ignorar a presença dos três e me entregar a alguns pensamentos sobre a conversa que tive com Mariana ontem.

                                                                              ~ flashback on ~

– Amiga, o que está acontecendo com você? – Mari perguntou me encarando – às vezes eu acho que algo está acontecendo e você não está me contando.

– É complicado, Mari – falei suspirando – parece que ultimamente eu ando perdendo a certeza a respeito de muitos assuntos, e eu odeio isso.

– Me dá um exemplo – ela pediu.

– Essa batalha, por exemplo, em outro momento eu apenas estaria focada em treinar, e óbvio em vencer independente de qualquer coisa – eu falei enquanto a olhava – mas não, eu estou aqui preocupada com outras coisas ao mesmo tempo.

– Preocupada com outras coisas ou preocupada com uma pessoa? – ela perguntou.

– Lá vem você com essa história de novo – falei revirando os olhos.

– Sim, vou vir com essa história até você abrir essa sua cabeça – Mari falava séria – Bianca, eu sinceramente não ia te dizer isso, mas acho que é necessário – ela suspirou e continuou – eu realmente sinto que tem algo entre você e a Rafaella, e é por isso que eu insisto nesse assunto, eu sou filha da deusa do amor, e por mais que todo mundo ache que eu sou burra, lerda ou tanto faz, eu sei o que falo quando se trata de amor.

– Mariana, isso não faz o mínimo sentido – eu falei irritada – eu e Rafaella somos totalmente opostas. No começo a gente não se suportava, agora que as coisas estão melhorando – minha mente era invadida por vários pensamentos ao mesmo tempo – nós somos totalmente incompatíveis em várias coisas. Eu sou impulsiva e ela é totalmente metódica. A maior parte do tempo ela é a personificação da calma, enquanto eu sou o próprio caos na terra. Ela acredita em comando, em hierarquia, obediência, e eu acredito no contrário. Nossos pais não se gostam, e digo mais, se eu fosse classificar Ares e Atenas, eu diria que Atena é a personificação da obediência, principalmente a Zeus, ela preza pela ordem, enquanto Ares não seria nada disso, ele seria a Anarquia, e eu, a filha dela. Eu e Rafaella somos totalmente diferentes.

– Você se esquece – Mariana rebateu – ou melhor, você não esquece, você se nega a aceitar que a Rafaella não é só filha de Atena, ela é a filha de Afrodite também. Acho que quando você começa a ver esse outro lado dela, isso te assusta, mas você tem que parar de negar, Bianca.

– Como você sabe se estou negando algo? – perguntei em total estado de angústia – nem eu sei, Mariana. Minha mente está um caos, e eu sinceramente não quero e nem posso pensar nisso no momento, não enquanto estamos prestes a entrar em uma batalha.

– Certo, não pense nisso agora – Mari falou – mas também não fique se cegando, porque isso só piora tudo. Comece a abrir sua mente, e na hora certa você vai perceber que talvez possa existir algo aí – ela disse sorrindo fraco – tenho certeza que uma hora ou outra, ela vai fazer algo que te faça enxergar isso.

– Eu espero que não – falei enquanto lembrava do destino de Rafaella.

                                                                      ~ flashback off ~

Filha da AnarquiaOnde histórias criam vida. Descubra agora