🌹Never say anything in the heat of the moment🌹

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(Nunca diga nada no calor do momento)

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Eu estava totalmente imóvel em minha cama

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Eu estava totalmente imóvel em minha cama. Fazia um tempo que não ia para escola, eu não tinha cabeça para isso. Ficava trancada no meu quarto, longe de tudo e de todos. Saía apenas para ir ao banheiro. Eu nem sequer sentia fome. Comia umas besteiras para enganar o estômago.

Não sei até quando eu irei ficar assim... Mas aquela cena se repetia todo dia em minha cabeça:

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— Posso saber o motivo de você chegar tão tarde em casa senhorita? — Pergunta meu pai de braços cruzados. Eu mal havia entrado em casa.

— Me desculpa. Eu estava com o Alex. Perdi a noção da hora. — Eu digo sem conseguir encarar seu olhar... Que me assustava um pouco.

— Se você estava com ele, tudo bem. Mas que isso não se repita. — Ele diz voltando para o escritório. Como sempre, ele estava estressado e insatisfeito.

Subo as escadas, com meus pensamentos divididos em 2. Um estava em Alex. Aquele encontro foi maravilhoso. Eu estava cada dia mais afim dele, e eu acho que é recíproco. Ele me trata muito bem, e os nossos diálogos eram maravilhosos. Eu tinha medo de dar mais um passo e estragar tudo.

Já o outro, estava com Beatriz. Eu sei, eu e Alex estávamos errados em fingir que não iríamos sair, mas não tinha necessidade daquele escândalo. Como ela era exagerada. Eu e Alex fizemos isso, pois se ela soubesse que iríamos sair, ela iria se meter em tudo, sendo invasiva, e do jeito sem noção que ela é, iria participar do encontro. E se a gente falasse que o encontro era só nós dois, ela iria ficar magoada. Havia apenas uma alternativa, e tomamos ela. Só não imaginávamos que ela estaria lá também com o Nick Fallon. Eu tinha que me desculpar.

Quando subo as escadas, vou em direção ao meu quarto, quando penso que terei uma longa noite de descanso, eu vejo a minha mãe jogando as minhas roupas no chão violentamente:

— EI! O QUE ESTÁ FAZENDO?? — Eu perguntei assustada, ao ver que ela jogava minhas roupas no chão. E somente as pretas.

— Oi filha. Não estou fazendo nada demais. Apenas reconfigurando o seu armário, comprei roupas novas para você. — Ela diz com um sorriso contagiante, achando nada demais a atitude dela.

— Mas eu gosto dessas roupas. — Eu digo imóvel, sem reação. Eu estava com vontade de chorar.

— Não importa. Nunca vai conseguir conquistar o Alex, com essas roupas de menina lésbica. Eu conquistei seu pai com roupas decentes. — Ela diz num tom de professora, como se eu fosse uma aluna dela.

— PRIMEIRAMENTE, NÃO SÃO ROUPAS DE LÉSBICA! E SEGUNDO, SE FOR PARA CONQUISTAR ALGUÉM, QUE SEJA DO MEU JEITO! — Eu digo e fico assustada com o meu tom. Mas eu estava engasgada a muito tempo.

— Filha, você não entende. Deixa com a mamãe! — Ela diz num tom infantil, como se eu tivesse 10 anos.

— Você que não entende! Não quero roupas novas, eu quero essas! — Eu digo indo em direção a ela, tentando tomar as roupas dela.

— Para garota! Estou fazendo isso para o seu bem. — Ela diz tentando puxar a camisa da minha mão.

— Você já perguntou se isso que você faz é bom pra mim? Você faz as coisas por você. VOCÊ É UMA MULHER DE MENTE PEQUENA, E EU NÃO VOU SER IGUAL A VOCÊ! — Eu aumento o tom criando coragem.

— Meghan Cameron, eu acho bom você parar... — Diz minha mãe soltando a camisa.

— NÃO VOU PARAR! VOCÊ É UMA PÉSSIMA MÃE, ENSINANDO A SUA FILHA A SER UM OBJETO DE UM HOMEM! ESTOU CANSADA, VOCÊ É UMA...! — Eu tento terminar, quando eu vejo a mão dela em minha direção. Ela tinha me dado um tapa na cara.

— Você é minha filha e tem que me obedecer a todo custo! Você cala a boca e ouve. E já que pensa desse jeito sobre a minha pessoa, eu irei te dar os motivos agora. — Ela diz indo em direção a minha escrivaninha, enquanto eu ainda reagia ao tapa que ela havia me dado, com minhas mão em meu rosto esquerdo.

— O que você vai fazer? — Eu pergunto vendo ela com uma tesoura na mão.

— Você vai ver. — Ela diz indo em direção às minhas roupas, cortando todas elas violentamente.

— PARA! — Eu digo com a voz fragilizada.

— Terminei! — Ela diz com um sorriso satisfatório no rosto. Ela jogou todos os pedaços numa caixa, e se retirou do meu quarto. Ela era ruim quando queria.

Deito em minha cama horrorizada com a minha mãe. Pego o celular e vejo mensagens de Beatriz, que eu não queria responder nem cedo, e de Alex, que eu também não irei responder. Eu não queria preocupar ele com os meus problemas. Ele já tinha problemas demais. Cabia a mim ter que lidar com essa barra até minha independência. Como sempre, a vida só me dava uma alternativa...

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Eu queria me esquecer desse dia, mas era impossível. Eu me recusei a ir para a escola esses dias, até eu me sentir bem. Meus pais nem se importaram... Como sempre.

Meus pais falaram muito no meu ouvido, graças ao afrontamento da Beatriz com a minha mãe. Como sempre ela sendo invasiva. Eu não pedi para ela me defender, eu só queria um consolo, um ombro amigo. Ela só piorou a minha situação, e eu fiquei com raiva disso.

Meus pais falaram que ela não era uma boa influência para mim, e que não me querem perto dela. Eu estava em dúvida se eles tinham razão ou não. Eu tinha medo de concordar com eles. As atitudes de Beatriz desde que eu, Alex e ela decidimos entrar na Blake, estavam me assustando. Ela parecia insegura com a nossa amizade.

Minha vida tinha se resumido às aventuras no quarto. Nos primeiros dias eu não respondia as mensagens de ninguém até eu me sentir bem. Eu sei que a internet não me ajudaria positivamente. Eu já estava bem para responder, mas não estou afim agora. Eu me distraia desenhando, eu era muito boa nisso, me maquiando, não é porque eu estou triste, signifique que eu tenha que ficar horrorosa. Eu nunca mais iria demonstrar fraqueza emocional para alguém, nunca mais. E por último, eu lia meu livro preferido pela décima vez, chamado Indomável Isabelly. A autora Hanna Linette era totalmente incrível. A Beatriz ama ela também, ela que me indicou o livro dessa mulher maravilhosa.

Mas finalmente nessa manhã, eu finalmente cedo para ver as notificações em meu celular. Pego ele e vejo mensagens de Beatriz, me perguntando como eu estava umas 71738281827 vezes, mensagem do Alex perguntando o mesmo e uma mensagem da Lana Carpenter. Por que ela me mandaria mensagem? E quem deu meu número a ela?

Vejo a de Alex primeiramente, me perguntando como eu estava e disse que não iria ficar insistindo para me dar espaço. A Beatriz poderia aprender com ele. Respondo ele carinhosamente, dizendo que eu estava bem, e que iria para a escola amanhã.

Logo em seguida vejo a mensagem da Lana, super curiosa, pois eu sei que ela não gosta muito de mim, nem de Alex e nem de Beatriz. Fico realmente surpresa com a mensagem; era um convite para uma festa na casa dela. Pelo visto, era uma forma de eu finalmente sair de casa, e retornar para o colégio no outro dia. Eu não posso ficar evitando o inevitável. Eu vou com toda certeza nessa festa.

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O Florescer  (Finalizado) (2019)Onde histórias criam vida. Descubra agora