🌹In a part of us, death is the only option🌹

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(Em uma parte de nós, a morte é a única opção)

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— É o que? — Eu pergunto sem reação encarando os três

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— É o que? — Eu pergunto sem reação encarando os três. — Você me contou desde que eu me lembro por gente, que esse homem à minha frente tinha abandonado você com dois filhos... — Eu digo começando a ter um sentimento: raiva.

— Eu nem sabia da sua existência. — Diz o meu pai me fazendo surtar de raiva. Minha cabeça já estava quente.

Mãe! Me conta agora! AGORA! — Eu digo gritando olhando para ela. Ela estava pálida e em crise de choro com medo de se aproximar de mim.

— Se senta querida. — Ela diz tentando me acalmar.

— Não quero sentar! Quero que você me conte a verdade! Para de ter medo de contar, para evitar a minha raiva, pois eu já estou com raiva! Joga a droga da bomba logo! — Eu berro fazendo ela se assustar um pouco.

— Se acalma também Beatriz. Não é pra tanto também. — Diz Michael ao lado da minha mãe.

— Cala a boca! Eu estou falando com a minha mãe, não com o garoto que não tem responsabilidade nenhuma, mas é o preferido da mamãe. — Eu digo deixando ele assustado. Eu estava cheia de raiva, ainda mais que ela estava enrolando para falar a verdade.

— Tá bem. Irei contar. — Ela diz respirando fundo. — Seu pai não sabia que eu estava grávida de você. Quando tive o Michael com ele, foi péssimo. Ele não era presente por causa da sua carreira musical e mal via ele. E quando eu fiquei grávida dele novamente, eu não quis contar. Me mudei com os meus pais para outra cidade e viemos para cá. Ele apareceu algum tempo depois, querendo ter contato com o Michael. Eu permiti, mas não contei sobre a sua existência. — Ela diz me deixando boquiaberta.

— E você acha que você está certa? — Eu pergunto totalmente alterada.

— Eu fiz pelo seu bem querida... Não queria que sofresse igual ao Michael. Eu quis te livrar desse sofrimento. — Ela diz tentando se aproximar, mas eu dou um passo atrás.

— Pelo meu bem? Sério? Mesmo ele sendo ausente, não era para você esconder que eu tinha um pai! Tadinho do Michael que sofreu com isso? Tadinha de mim que cresci sem um! Independente do que fosse! Para de tomar decisões sérias achando que é para o meu bem. Por isso você estava estranha hoje. — Eu digo finalmente entrando em prantos. — E você sabia Michael? Mesmo eu inúmeras vezes ter sofrido com essa situação? Parabéns. — Eu digo me virando para ele decepcionada.

— Querida, eu realmente não era um pai presente na época que o Michael nasceu, mas eu parei a minha carreira musical e agora sou dono de uma gravadora em Los Angeles, para tentar recuperar o tempo perdido. Eu errei e assumo com toda certeza. Mas eu quero tentar agora. E eu juro que se eu soubesse que tinha uma filha com a Maribeth, eu iria te procurar imediatamente. — Diz o meu pai se aproximando de mim, segurando as minhas mãos. Eu via sinceridade no olhar dele.

— Como soube que minha mãe tinha uma filha com você? — Eu pergunto sem entender.

— Eu vi uma foto de vocês três no Instagram no perfil do Lemonade. Foi aí que eu decidi tentar entender o motivo da mãe me proibir de vir em sua casa, e agora eu descobri. Eu marquei com o Michael mais cedo, e quando ele foi embora, eu o segui aqui. Agora eu sei o motivo do desespero da sua mãe. Eu soube de tudo nesse exato momento. — Ele diz e eu concordo com a cabeça.

Após ouvir ele falar, eu estava me sentindo idiota de achar que minha mãe havia mudado... Pois não havia. E Michael era cúmplice, a pessoa que eu brigo o tempo todo, mas que achei que podia contar.

— Eu sei que é rápido... Mas se quiser morar comigo por um tempo, conhecer a minha esposa Janet; tudo bem. — Ele diz me deixando assustada com a proposta.

— Eu posso pensar por uns dias? — Eu pergunto me sentindo cansada... Mentalmente.

— Claro que pode. Agora eu vou embora e deixar você absorver tudo. Mas pensa bem. Adeus minha filha. — Ele diz indo em direção a porta, sem se despedir da minha mãe ou de Michael.

— Adeus... — Eu digo ofegante, vendo ele indo embora. Eu estava perdida, sem rumo, sem apoio. Justo quando eu achei que era o melhor momento da minha vida. Mas era o pior.

— Vai morar com um homem que nem te conhece? — Pergunta minha mãe furiosa indo em minha direção.

— Não conheço graças a você! Até porque você deu toda a atenção do meu pai para o seu filho favorito! Parabéns, cadê o grammy para a melhor mãe do mundo? — Eu digo batendo palmas bem alta. Eu estava irritada num nível inexplicável.

— Você pode me perdoar querida? Eu fiz isso no desespero, pensando em você... Por favor, nós duas estávamos nos dando super bem. — Ela tenta se aproximar e eu me esquivo.

— Não vou te perdoar de um dia para o outro, isso se eu te perdoar. Agora eu vou subir para o meu quarto, e não quero ninguém indo lá. Eu quero ficar sozinha, e não quero ouvir a voz de nenhum de vocês dois! Não me dirigem a palavra por um bom tempo! — Eu digo com fúria em minha voz, subindo as escadas batendo os pés no chão.

— Beatriz! — Grita Michael subindo as escadas atrás de mim. Estávamos parados no meio da escada, enquanto minha mãe estava sentada no sofá, abatida com tudo.

— Você é surdo? Acabei de falar que não quero ouvir e nem ver vocês! — Eu digo com a garganta arranhada.

— Olha a nossa mãe! Você sabe que ela fez isso para o nosso bem. Acorda! — Diz Michael me fazendo rir de nervoso.

— Bem? Acorda você. Ela sempre me pressionou todos esses anos a ser a melhor sem necessidade, enquanto você só tirava notas medianas e ela aplaudia! Agora até um pai ela privou de mim! Eu estou cansada disso. Eu não aguento mais passar por essas situações! Agora me deixa em paaaaaaaaz! — Eu digo dando um grito ensurdecedor e volto a subir as escadas.

Quando chego no meu quarto, eu entro e bato a porta com toda a minha força, fazendo outro barulho ensurdecedor. Tranco a porta, e vou escorrendo as minhas costas na porta, até me sentar no chão. Eu estava em crise de choro, eu estava perdida, eu não sabia mais o que fazer. Nem a minha família é um porto seguro. Pelo visto, eu teria que ser o meu próprio porto seguro. E isso vai acontecer, com toda certeza! Eu estava irritada e apenas pensando em vingança. Eu precisava descansar para esses pensamentos irem embora. Além de estar cansada mentalmente, com a minha cabeça latejando, eu tinha começado a ficar cansada fisicamente. Mas eu iria chorar, mas não iria parar por causa de ninguém. Não dessa vez!

Antes de dormir, eu tento me concentrar em mim mesma. Me sento, ligando o notebook para escrever algum capítulo, mas nada vinha a minha mente no momento. Quem eu queria enganar? Nem o melhor escritor do mundo iria conseguir escrever nesse momento.

Meu celular vibra, e eu vejo que havia mensagens de Cristal. Não sei o que me levou a fazer isso, ou o motivo, mas me deu vontade de pesquisar o suicídio da irmã dela. Ela nunca me contava os detalhes, e eu precisava pesquisar sobre. Digito rapidamente, antes de me arrepender. E lá aparece toda a história de Valentina Perroni, a irmã de Cristal Perroni. Mas a versão detalhada era bem diferente do que Cristal havia me contado. Pelo visto não era apenas a minha família que mentia para mim! E sim a minha melhor amiga. Eu tinha que descobrir isso justamente agora? Eu tinha me cansado de tudo literalmente. Iriam me respeitar quando me perdessem. Por isso eu iria aceitar a proposta do meu pai! Isso eu tinha certeza.

Depois de tomar a minha decisão, desligo o notebook, apago as luzes e descanso. Eu precisava urgentemente. Amanhã seria um novo dia. Uma nova mudança.

E chegamos ao final da parte 2

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O Florescer  (Finalizado) (2019)Onde histórias criam vida. Descubra agora