Wrong Place

Férias não planejadas

"Não são os grandes planos que dão certo; são os pequenos detalhes."
— Stephen Kanitz

Olivia Fox POV

— Fugir juntos? – Questiono desacreditada daquela proposta, ainda não consegui assimilar que aquilo está de fato acontecendo. Respiro fundo três longas vezes tentando me acalmar.

— Olha, eu sei que parece irreal mas eu posso explicar...

— Não, pera lá você! – O interrompo bruscamente — Você é o quê? Um ator? Foi Kendall que contratou você e aqueles caras no café, não foi? Ela conhece um monte de atores, tenho certeza que isso tem dedo de Kendall e Kylie, elas adoram esse tipo de brincadeira... Ligue pra elas e diga que você já me assustou o bastante e fim de papo.

— Olha, primeiro que eu não sou ator, você viu meu distintivo, não viu? – Ele aponta novamente para a carteira de couro perto da marcha do carro. — Segundo, aqueles caras no café são qualquer coisa menos atores, eu já disse que se eles pegarem a gente vamos virar picadinho, e outra... Não conheço suas amigas, mas elas me parecem ser bem mais loucas que você.

— Eu não sou louca! – Esbravejo chateada fechando minha cara automaticamente.

— Certo, me desculpe... – Ele responde meio envergonhado enquanto coça a nuca, seus dedos passam por cima de uma tatuagem escrita "patience" eu gosto. — Não devia ter chamado você de louca.

— Hm, ok. – Dou de ombros enquanto prendo meu cabelo em um coque.

— De maluca até que vai... – O detetive dá uma risada abobada quebrando o clima rapidamente e vira na rua à esquerda, o problema é que aquela rua não tinha saída.

— Você não faz a menor ideia de onde está indo, né?

— Tá tão na cara assim? – Suas sobrancelhas se arqueiam no momento que é pego. — Nunca andei por essa cidade, não sou daqui, ok? Precisamos de um lugar tranquilo pra que eu possa te explicar toda essa situação complicada e você acreditar de uma vez.

— Eu dirijo, mas quando a gente chegar lá você vai ter que me explicar tim-tim por tim-tim dessa história maluca. – Para minha surpresa ele não hesitou, na verdade parecia aliviado por eu ter me oferecido.

No banco do motorista dei uma olhada no relógio de pulso e vi que eram quase duas da tarde, mesmo sendo sexta minha intuição me dizia que o Rockefeler Center seria o melhor lugar para irmos, afinal de contas, quando chegássemos ao topo haveria apenas tranquilidade, ele estava certo em querer me convencer de toda essa conversa, afinal de contas eu não estava nem um pouco confiante no que estava acontecendo.

Estaciono o carro jogando a chave para o detetive que a segura com a mão esquerda, ou era canhoto ou era ambidestro.

— Cachorro quente! – Exclamo como uma criança de oito anos. — Vou comprar um antes de subirmos, você quer?

— Quero uns três, afinal pode ser uma das minhas últimas refeições. – Responde com uma risadinha dramática.

Após pegarmos a comida e os ingressos seguimos ao elevador, como imaginava, aquela parte da tarde não era muito popular entre os turistas, o que fazia aquilo ficar bem vazio, as vezes eu gostava de ir sozinha até o topo do prédio GE Building, o observatório do Top of the Rock, apenas pra pensar um pouco nas coisas. Quando chegamos ao pico temos uma vista privilegiada do Central Park e também para o Empire State. O garoto dá um longo assobio.

— Isso aqui é bonito pra caramba. – Ele se aproxima mais das bordas de vidro ainda embasbacado — Você não está tão impressionada quanto eu porque tem o privilégio de morar aqui, uhn?