Águia do mal

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A mesa de mogno estava tão polida que caso alguém se inclinasse poderia ver seu próprio reflexo nela. Sob a mesma haviam duas garrafas de água sem gás e três xícaras de café já pela metade, a julgar pelo momento crucial que era a reta final da operação os nervos de todos os presentes estavam a flor da pele, menos os de Jaden Smith, é claro, o detetive não perdia a cabeça com facilidade.

— O que estou tentando dizer Scooter, é que a mídia está em cima de nós para darmos mais informações sobre o que está acontecendo em Nova York. – Jhon Fisher indaga passando a mão enrugada por seus cabelos grisalhos, raramente algum fio ainda tinha cor — Aqueles dois que se mataram com cianeto deram o que falar, os jornais estão como urubus em carniça com essa notícia.

— O departamento de Relações Públicas achou que seria melhor algum dos senhores dar uma coletiva de imprensa, ao menos para acalmar os ânimos dos civis. – O assistente de Fisher diz com um grunhido por baixo de seus óculos fundo de garrafa.

— Acalmar o ânimo deles e os de Red Bones, não é? – Ryan dispara enquanto abre sua garrafa de água — Mostrar nossos rostos assim tão facilmente é burrice.

— Não podemos fazer isso, Jhon. – Scooter Braun sai em defesa do argumento irritado do detetive Butler — É muito arriscado.

— Entendo que não, Scooter. – Fisher analisa o rosto do garoto com precisão, como se quisesse escaneá-lo para refutar seu argumento — Mas então o que faremos? A que pé estamos nisso tudo? Sou tão cobrado quanto você.

Ryan segurou a risada sarcástica que soltaria ali. Obviamente aquilo não era verdade, ninguém cobrava Jhon Fisher de absolutamente nada, seu escalão era tão alto no FBI que o filha da mãe tocaria o céu se levantasse a ponta dos dedos, o que ele queria mesmo era pressionar Scooter Braun para que ele agisse e finalizasse logo a missão Red Bones, o velho ranzinza queria em suas mãos a glória de derrubar uma máfia tão importante o mais rápido possível, mas é claro que Scooter não se deixaria levar, conduziria sua operação como havia planejado.

— Estamos bem, é claro. – Scooter entrega um sorriso caloroso ao velho — Tive um problema com um de meus agentes mas logo será resolvido.

— Que tipo de problema? – Jhon termina sua xícara de café mas não pede por outra.

— Nada muito sério. – Braun mente, afinal de contas não tinha muita ideia do que havia acontecido com Justin de fato, poderia ser grave e poderia não ser — Mas seguindo em sanar suas curiosidades, o cronograma nos indica que o último movimento será na semana que vem.

— Semana que vem? – Jhon Fisher parece estar fazendo contas mentais em sua cabeça, pensando se a semana que vem era boa o suficiente para sua manchete — Hm... E como você pretende fazer isso?

— Meus detetives irão explicar muito melhor do que eu. – O líder aponta para Ryan e Jaden que estão sentados lado a lado — Rapazes.

— Certo, estou no encargo das docas desde a apreensão dos caminhões – Ryan refresca a memória de Jhon antes de contar as novidades — Conseguimos instalar um rastreador em um dos caminhões que não foram apreendidos por nós propositalmente, observamos o padrão de carga e descarga e temos uma rota de entrega, esses veículos são de uma rede de supermercados da cidade, o que já nos faz derrubar um membro da lavagem de dinheiro.

— Nossa ideia é dividir os quatro e capturar um a um durante esse fim de semana, separados são muito mais fracos do que pensam. – Jaden afirma da maneira mais resumida que consegue, adorava conversar, mas não com Jhon Fisher.

— E depois da captura dos quatro? – O celular de Fisher começa a tocar, ele encara seu assistente que pega o aparelho com cuidado e sai da sala para atende-lo.

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