Posso sentir sua aura

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"It's like I've been awakened
Every rule I had you breaking
It's the risk that I'm taking..."
— Halo - Beyoncé

Part I – Olivia Fox POV

Sinto a brisa bater em meu rosto enquanto corro rumo abaixo sem me preocupar com nada, o vento faz um pequeno barulhinho em meus ouvidos mas não me incomoda, tenho um sorriso divertido nos lábios e na mente flashes de minha conversa tão sincera com Justin.

Então ele era um cara sociável, mas de poucos amigos, o que é compreensível por sua profissão tão cautelosa. Bieber era obviamente louco pela mãe e não gostava muito de seu pai, um ponto sensível, talvez o mais complicado dele se abrir comigo, mas tinha um afeto imensurável pelos quatro irmãos paternos. A primeira vez que Justin flertou comigo pensei que o detetive era assim com todas as garotas, afinal de contas era só olhar da cabeça aos pés para o seu estilo James Dean tatuado e tirar essa conclusão, também imaginei que fosse um cafajeste de marca maior mas acabei me enganando, ainda bem. Ele nunca havia namorado, segundo o garoto por falta de tempo, outra coisa bem plausível devido a sua carreira.

Confesso que estou feliz por termos tido esse momento, me sinto muito mais próxima a ele agora, na verdade, a cada minuto sinto um pequeno fio trançar meu pulso junto ao do canadense.

Alcanço o fim da colina levantando uma pequena nuvem de poeira, no momento que puxo o oxigênio para respirar fundo um único pensamento me acerta: estamos indo para Las Vegas, e nossa aventura está em seu fim. Assim como minha viagem com ele, e qualquer coisa que estivéssemos tendo, seja lá o que fosse. Um pequeno frio golpeia minha espinha.

— Não minto quando digo que seu físico é próprio pra policia. – Justin indaga ofegante ao se aproximar de mim, ele tira o boné de sua cabeça e passa a mão pelos fios loiros. Em seguida, sua mão toca minha palma e entrelaça nossos dedos.

Correntes elétricas.

— Quero te mostrar uma coisa. – Ele anuncia com um tom animado me arrancando um olhar confuso e curioso, não tenho opção a não ser acompanhá-lo.

Caminhamos até o estacionamento onde o carro ficou durante toda nossa estadia no Grand Canyon, a noite já estava instaurada no Arizona mesmo em seu início, e a julgar pelo rastro de nuvens iluminadas por uma imensa lua crescente, que mais parecia uma bússola indicando o caminho rumo à Nevada, não choveria tão cedo, o que era bom de qualquer forma. Entramos lado a lado no pátio coberto onde vários veículos estavam estacionados, Justin não soltou minha mão, e não seria eu que quebraria esse contato.

— O que é, está aqui? Fala sério, eu sou curiosa demais, chega de me torturar! – Digo sincera balançando meu braço fazendo com que o dele chacoalhe também, isso arranca de Justin uma risada nasalada.

Corro os olhos pelo lugar a procura de algo, paro ao lado de um carro que está estacionado no longo pátio, é um Ford Mustang Conversível vermelho-escuro com teto solar, parece ter saído direto de um dos filmes estrelados em Vegas.

— Era isso. – O detetive revela apontando a mão direita em direção ao conversível vermelho.

— O quê? – Uma de minhas sobrancelhas está erguida em pura descrença, ele só pode estar tirando uma brincadeira comigo — Você está de palhaçada, não está?

— Não. – Ele dá de ombros e repete o mesmo processo que fiz com ele, balançando meu braço com nossos dedos entrelaçados — Achei que seria um final de viagem legal, sem contar que quase todo mundo em Las Vegas usa um desses, vai ser bom pra gente se camuflar.

— Quase todo mundo que é dono de cassino, né? Olha isso! – Relutante solto sua mão e me aproximo no carro, olhando meu reflexo no retrovisor — Tem certeza que não está zoando com a minha cara? Se eu entrar aí e o dono aparecer eu juro que esfolo você vivo.

Wrong PlaceOnde histórias criam vida. Descubra agora