Wrong Place

Imunidade Sigilosa

"Não vá a julgamento se você não vai vencer." — Harvey Specter

Uma semana depois.

Jhon Fisher não havia mentido em sua coletiva de imprensa ao dizer que moveria cada nuvem do céu e toda gota existente no oceano para que o processo de prisão dos políticos que comandavam Red Bones acontecesse na velocidade da luz. Um escândalo como aquele não poderia passar despercebido, e bom, não passou mesmo.

Quando a bomba explodiu, despejando na superfície dos tablóides a notícia que três deputados e um senador estadunidenses comandavam uma máfia de drogas em Nova York, a revolta inundou a cidade como um tsunami que não foi avisado. Os protestos começaram não só na frente do Congresso dos Estados Unidos, mas como também na porta das casas dos quatro homens, as placas de papelão riscadas com tinta preta não conseguiam expressar suficiente o desprezo que o povo sentia com aquela situação. Aqueles homens que deveriam lutar contra o crime estavam enchendo as ruas de drogas, morte e destruição.

Estava um verdadeiro pandemônio em frente ao tribunal.

Hoje era o último e quinto dia de um longo julgamento que se arrastou durante toda a semana. A juíza Meredith Maloney, veio direto de Washington liderar horas e horas de testemunhos de acusações e defesas fajutas. Na segunda-feira, o foco estava no deputado Taylor Barnes, no dia seguinte Roger Campbell, no posterior aquele Arnold Briggs, e no dia anterior foi a vez do senador Dalton Dawson, hoje, estavam os quatro presentes, prontos a escutarem seus veredictos em sequência.

Alvin Parker, Charles Bones, Richard Watson e Tommy Baker confessaram seus crimes, o intuito não era redenção ou uma forma de mostrarem arrependimento, apenas queriam barganhar a redução de suas duas perpétuas cada um. Também aceitaram testemunhar contra seus antigos chefes do topo da pirâmide, era o mais puro exemplo de envolver os braços ao redor do diabo enquanto se queimava no meio do inferno.

Os quatro ex-políticos trataram de contratar advogados que alcançavam o nível de crapuloso deles mesmos, homens que defenderiam qualquer criminoso se lhes pagassem mil dólares por hora. Hoje, o maior deles: Steve Hill, iria defender os quatro. Mas, para a infelicidade daqueles cretinos, a promotoria estava armada com a melhor advogada de acusação que já havia pisado em Nova York, Alicia Keating, e ela estava munida de um arsenal incontestável de provas.

O tribunal contava com poucos presentes. Apenas agentes do FBI que trabalharam no caso, e alguns policiais envolvidos no processo. Na última fileira, Justin Bieber, Ryan Butler e Jaden Smith, se esconderam ao máximo que conseguiram para assistir o testemunho de Tommy Baker.

Sentado na cadeira com os olhos vazios e um rosto parcialmente salpicado de hematomas, Tommy só se movia para aproximar os lábios do microfone e responder as perguntas fatais de Alicia.

— Então, senhor Baker, irei lhe perguntar o mesmo que perguntei de seus três colegas anteriormente. – A mulher disparou tranquilamente — Trabalhava para os quatro réus sentados neste tribunal hoje?

— Sim, senhora.

— E o que fazia, exatamente? Poderia nos dar detalhes de sua função?

— Meu trabalho era liderar junto com Richard, Alvin e Charles o tráfico de drogas da máfia nas ruas. – Respondeu sem nenhuma expressão no rosto — Eu liderava nossa equipe mas quem nos comandava de verdade eram os políticos.

— Protesto! – Steve vociferou rapidamente — É apenas um boato contra meus clientes!

— Não é boato se existem provas em comprovantes de transferências mensais das contas dos réus para as contas dos quatro homens, Meritíssima.