Um pendrive musical

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"Há mais perigo em teus olhos do que em vinte espadas!"
– William Shakespeare

Justin Bieber POV

Minha vigia durou até um pouco mais de sete da manhã, escutei passos se arrastando pelo carpete de forma tão delicada que só podiam ser dela, então, mais do que depressa retirei a mim e ao meu travesseiro de sua porta, não queria assustá-la com minhas paranóias de segurança e voltei até meu quarto, a janela que abri na madrugada deu permissão para que uma boa corrente de vento entrasse ali, levei aquilo como um bom presságio de que o dia seria excelente, tanto quanto o anterior.

O Hotel La Quinta não tinha uma boa avaliação à toa, serviam um café da manhã tão espetacular que por mim, ficaria ali por mais algumas horas, mas depois de comer minha segunda rodada de bacon a recepcionista da noite anterior apareceu do nada e começou a fazer alguns barulhos intuitivos de eu ir encontrá-la próximo ao hall, não demorou para que Olivia começasse a zoar com a minha cara, é claro, achei o momento oportuno para deixarmos Pitisburgo, na Pensilvânia sem vampiros, para trás.

Talvez fosse o clima eminente da primavera que deixasse tudo sempre muito parecido com uma cena de televisão, daquelas de comerciais sobre refrigerante gelado, ao meu ver, o sol forte de rachar os miolos devia ter sido acorrentado por Apolo ou alguém com muita influência lá em cima, quando olhei para o céu naquela manhã não havia um protagonista, o azul, branco, e amarelo estavam todos com a mesma proporção, era bonito de se ver.

— Então, eu estava pensando aqui e... – Olivia realoca sua mala no porta-malas do carro e caminha até mim usando um vestido de praia cor de rosa que vai até os seus tornozelos, posso identificar rosas escuras como constraste, será que ela sabia o quanto lhe caía bem? Eu não falaria, é claro, não queria soar como um maluco. — Tudo bem se você não topar, mas eu poderia dirigir hoje? Estou entediada. – Sugere dramaticamente e eu sorrio fraco.

— Por mim, tudo bem.

— Sério? – A garota se espanta arregalando os olhos, acredito que esperava um sonoro não como resposta.

— É claro que sim, qual seria o problema? – Dou a volta e me jogo no banco do carona já colocando meu cinto e reclinando o banco para trás.

Olivia não perdeu tempo também, assumiu sua missão de motorista e acelerou com pressa para terminar nossa passagem por Pitisburgo, o que me fez pensar se ela também achava que ali era uma cidade cheia de vampiros da pesada, quando olho pela janela do carro, mesmo que por trás das lentes de meus óculos escuros, a sintonia das cores no céu permanece intacta.

Nossa rota era basicamente seguir pela rodovia I-376 até o seu fim, ela era a nossa via mais rápida de acordo com o mapa de Butler, quando passamos sob a Ponte Ft. Pitt dou uma boa olhada para baixo encarando as águas calmas do Rio Monongahela, ele se encontrava com o Rio Ohio e o Rio Allegheny mais a frente, esses três deixavam um bom rastro azul por aí, talvez os trios fizessem sempre um bom trabalho, como As Meninas Superpoderosas, os Jonas Brothers, o Harry Potter com Hermione e Rony, as Panteras, e por último, mas não menos importante, eu, Ryan e Jaden.

— Esse carro é muito bom de dirigir. – Olivia me tira do meu jogo mental, estava tentando contar quantas vezes a estrada mudava de verde para concreto e a marca era de número vinte e dois. — Parece que ele foi feito pra fuga ou é impressão minha?

— Não é impressão. – Dou uma risada pelo nariz, ela ficou em silêncio por um tempo recorde de quase duas horas — Todo mundo na unidade tem um desses justamente pra medidas assim serem tomadas, são confortáveis então podemos dormir neles se quisermos.

Todo mundo na unidade? – Questiona erguendo uma de suas sobrancelhas curiosamente. — O que isso significa? São muitas pessoas lá tipo nos filmes?

Wrong PlaceOnde histórias criam vida. Descubra agora