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☬Capítulo 9☬

Capítulo 9

Jeon

Lalisa pode tentar fingir que está bem com o que aconteceu na empresa, mas eu vi que ela ficou assustada. Ela é forte, mas assim como todo mundo, possui medos e angústias, porém a mesma é blindada demais ao ponto de não demonstrar nenhuma fraqueza.

Eu sempre tive esse sentimento de ser fiel aos meus amigos. Não suporto ver ninguém sofrendo, principalmente se for meu amigo. Posso estar do outro lado do mundo, mas quando Jimin ou Hoseok precisavam de mim, eu estava lá, não importa a ocasião.

Com Lisa não é diferente. Eu e ela sabemos como Min Ho consegue ser asqueroso e manipulador, então nada mais justo que nos ajudarmos. Paguei nossas bebidas e fomos para a Lady. Sim, minha Bulgatti tem nome. Ela foi um sonho que eu realizei com dinheiro suado de 3 anos.

— Jeon, eu já disse! Eu estou bem. -Diz ela.

— Lisa, não me faça mudar de ideia. Nós vamos para a minha casa e vamos conversar sobre isso. - Digo dando ignição em Lady e partindo em direção para casa.

No caminho percebo que Lalisa mexia os pés constantemente. Ela parece estar nervosa ou apreensiva. Chegamos ao condomínio e Jimin me liga.

— Jung Kook, você vai para reunião das 17h00min? - Pergunta.

— Jimin, desmarca tudo. Tenho um problema mais importante. -Digo e desligo quando o mesmo afirma.

— Não precisava, você sabe disso... - Diz ela

— Claro que precisava. Vem, meu apartamento é no décimo andar. - Digo enquanto nos encaminhamos ao elevador. Entramos no apartamento e Lisa fica admirada. Eu gosto muito de arquitetura, então cada pedaço desse apartamento foi pensado muito bem.

— Nossa, que lindo. - Diz ela.

— Café? - Digo deixando minha maleta no sofá e pegando o casaco da mesma, deixando ele na porta-casaco.

— Aceito. - Diz ela.

— Arrisco adivinhar que prefira Expresso, não? -Digo ligando a cafeteira.

— Sim, eu prefiro. - Diz ela sorridente sentando no sofá. Eu sento no outro e tento começar a conversar.

— Lisa, o que acha de conversar? Vai te ajudar. Eu prometo que vou guardar para mim. - Afirmo como uma forma de acalmá-la.

— Eu sempre tive medo de conversar. Muitas vezes tento me fazer de forte sobre esse assunto, mas ele é o único que me aflige. Eu já passei por tanta coisa. Sofri com as piadas pelo fato de ter passado no estágio, vivi preconceito por ser tailandesa, mas nada disso me abala menos esse assunto. - Diz ela com a voz já falhando.

— Eu entendo. Muitas vezes a vida te cobra àquilo que você mais teme, e cabe a nós, seres humanos, viver isso intensamente. - Digo. Aprendi isso com meu avô, um grande sábio.

— Ele... Ele me menosprezou, mesmo estando num cargo maior que o dele. Ele me ameaçou, mesmo eu sendo uma pessoa importante. Ele me tocou, mesmo eu não permitindo. Ele... - Diz ela que foi interrompida pelo próprio choro.

Meu instinto me alerta e meu coração se vê em pedaços. Lalisa estava chorando de medo. Eu tenho que fazer algo... NÃO, eu preciso fazer algo!

— Tá tudo bem, vai ficar tudo bem. - Digo enquanto abraço a mesma de uma forma calorosa, além de oferecer meu ombro amigo.

Ficamos assim por muito tempo. Ela chorou e chorou por 20 minutos seguidos, mas quanto tudo cessou, em instantes ela voltou a ser aquela mulher forte que tão admiro.