Arquivo 28

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R que antes estava entre F e V no centro da capela, agora corria em direção ao altar cruzando com o rapaz colérico que avançava na direção oposta em direção de V, que avançava para o confronto. O som do primeiro disparo foi escutado pela jovem assim que se pôs encolhida atrás da estrutura que M jazia deitado. Ela se atreveu a olhar para o amigo na esperança de que estivesse bem.

F foi o primeiro a atirar enquanto avançava na direção de sua amiga de infância, o tiro sem êxito mau havia lhe passado de raspão. O garoto pôde ver ela apontando o revólver na direção de seus pés enquanto se aproximava dele, F teve tempo de pular evitando o segundo disparo, tentando no ar recarregar o revólver rapidamente... Não havia tido tempo.

Os dois estavam frente a frente e se chocaram um contra o outro caindo no chão de pedra, que por anos parecia nunca ter presenciado uma briga igual a que de desenrolava. O rapaz se desvencilhou dos braços de V, que tentava desarmá-lo, e se apoiando no joelho para se levantar agora mirava na garota a poucos centímetros de si, e foi surpreendido rapidamente por um chute que fez sua arma voar, deslizando no chão em seguida até a extremidade esquerda do salão.

Estupefata a garota loira observava os acontecimentos se desenrolando, F estava desarmado em frente a V. O que faria agora? Tudo estava perdido.  Ela ainda conseguiu ver a tentativa do rapaz de desarmar a antiga amiga, uma tentativa frustrada por mais um chute da garota na altura do estômago de F, que o empurrou para trás o fazendo ceder.  V agora diante dele mirava o revólver para a testa do rapaz, que ajoelhado, agora chorava com raiva... Havia perdido M, V e G. Não havia conseguido salvar ninguém e nem a si próprio... Agora era o fim.

F ouviu o som de um disparo que fez a atenção de V sair rapidamente dele, era o que ele precisava, com uma banda o garoto surpreendeu sua inimiga a derrubando um barulho surdo no chão. R que segurava um revólver do outro lado do salão, deslizou a arma pelo chão até o rapaz, que corria em sua direção, alcançá-lo.

- Precisamos sair daqui! - disse R ao lado dele.

- Não consigo vencê-la, mas posso ganhar tempo necessário para você sair daqui... Mas por favor leve o M. Eu vou logo em seguida.

A garota concordou e ao ver que agora V se levantava correu até M, usando todas as suas forças para carregar o rapaz. O som de tiros inundou o ambiente. V e F faziam suas balas dançarem enquanto corríam de um lado a outro mantendo certa distância e usando bancos e pilastras como defesa vez ou outra. O rapaz fazia o possível para atrair sua atenção enquanto sua amiga arrastava o corpo de seu namorado até os portões de saída.

R parou abaixada no centro da construção em ruínas, encarando as pinturas na abóbada, ao reparar que os tiros haviam cessado. Ela ouviu passos apressados que se aproximavam, um que vinha entre os bancos pela sua esquerda e outro que ia até a entrada dos portões. R se surpreendeu ao sentir a mão de alguém sobre seu ombro.

- Está tudo bem! - disse F a reconfortando. Enquanto ainda mantinha sua arma erguida.

V passou como uma nuvem negra  correndo ao sair da capela.

- Ficou sem balas! Ainda tenho duas, precisamos chegar até o Z logo. - falou F com uma expressão vazia, parecia sem forças, sem vontade de prosseguir... E R certa forma se identificou com aquele sentimento.

A garota via seu vestido antes branco agora completamente rubro, tingido com o sangue de M, o garoto que agora tinha o corpo suspendido pelos braços entre ela e F, que dividiam o peso. Ironicamente enquanto ambos alcançavam as portas de saída ela se sentia como o próprio Cristo carregando uma enorme cruz. E o pobre garoto segurado daquela forma lhe dava a angustiosa sensação de estar crucificado. F soluçou o caminho todo, não escondendo as lágrimas. R se senta mau, mas o sentimento deu vazão a outro quando eles chegaram a saída.

Eles se separaram com a morte....

O que na verdade era a morte? O que havia depois daquela vida finita confiada a eles? Uma vida trágica! R se fazia todas aquelas perguntas finalmente, se sentia um brinquedo nas mãos de Deus. Deus não era luz... Era uma criança brincalhona. O que estava acontecendo com sua vida?

Na frente da capela não só V, mas aproximadamente dez rapazes apontavam armas em suas direções. Entre eles V sorria se divertindo de tudo aquilo.

- Se ajoelhem! Seria desrespeitoso demais visto o lugar que se encontram! - Disse V autoritária com uma ironia cômica na voz.

F se abaixou com M em seus braços, e R em seguida. A garota que virou o rosto para não encarar a morte que se aproximava sentiu algo se mover no interior da igreja... Um vulto que havia passado rápido no espelho, mas ela não conseguiu identificar.

Em um dos bancos lá dentro agora ela podia ver que alguém ocupava um dos bancos, uma pessoa vestida de preto dos pés a cabeça... Parecia uma viúva...


...Ela começou a virar o rosto....


... lentamente...



R não queria ver, seu coração batia freneticamente em seu peito... Ela não queria ver...de novo não! R se virou encarando as armas. F ao seu lado havia fechado os olhos e não se movia, o corpo inclinado sobre M, parecia ter desistido de lutar.

A menina agora começava a ouvir passos atrás de si, no interior da capela, que se tornavam mais próximos a cada passada, e vinham em sua direção. R lançou um último olhar para trás...



...não havia nada, exceto....



...pegadas de sangue até a metade do chão da capela.


De olhos arregalados a jovem voltou a olhar para a frente. Viu F dizer algo em voz baixa com um sorriso e em seguida olhou para ela... Sim! Aquele era o final...

... Talvez a morte não fosse assim tão ruim...

F segurou sua mão e ela a apertou esperando o final.






















































Ahhhhhhh naoooo 😭 Mas que final de capítulo é esse?? Eu fico tão empolgado que pareço até mais um dos leitores do meu livro haha muito obrigado a todos que vão aparecendo, um grande abraço para os futuros leitores que forem chegado. Sintam-se todos bem-vindos. Não esqueçam de curtir os capítulos porque ajuda bastante e comentem bastante para deixarmos nossa tragetoria bem divertida e colorida com suas palavras. Obrigado novamente, espero que estejam gostando!!! Até sextaaaa!

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