F não havia morrido, agora isso era claro para ele, pela primeira vez se sentia com alguma vantagem contra o destino, contra o tempo.
Uma luz de esperança aqueceu seu coração, e ao olhar para todos ao seu redor, ali naquela sala, ele conseguia ver... Eles haviam lembrado também e pensavam da mesma forma que ele, eles não seriam pegos dessa vez. Agora eles precisavam ir até o M. Os olhos amendoados do garoto encontraram o azul penetrante de Z, e dessa vez o azul de seus olhos não pareciam frios como um iceberg, mas, agradavelmente quente, como um céu de verão.
- Me desculpe Z... Por ter dito que não nos salvou. Não sei o que seria de mim se eu não tivesse vocês ao meu lado. - Disse F ao se levantar, se desculpando com todos.
- Farei de tudo para te proteger... - Disse Z ao se levantar apertando a mão de F. Eles haviam criado um vínculo muito forte nesse pouco tempo, mas ouvir aquela frase da boca do amigo aqueceu seu coração.
Os dois abriram um largo sorriso, enquanto os demais começaram a rir animados, todos estavam empolgados. Os demais irromperam em uma comemoração ali dentro... Algo havia começado a mudar aquele dia.
Só não sabiam eles que fora daquela casa havia alguém que impediria o qualquer custo o avanço deles... Alguém que cerrava os punhos com força diante da felicidade deles...
- Vigiem cada passo deles! - disse V para os rapazes que estavam ao seu lado, e ao se afastarem, ela sussurrou para si mesma. - Eu vou cumprir com a minha promessa... - Então segurou seu colar com força e seguiu para a vã.
Naquele mesmo dia F, R e Z haviam saído da casa para ir ao encontro de M. Os três entraram em um ônibus e F se sentou no último banco próximo a janela, vendo as árvores passando ele imaginava como seria encontrar com M novamente, ele esperava que ainda se recordasse de tudo dos dias anteriores, para poder protegê-lo de V. Os pensamentos do jovem rapaz estavam confusos... Por que V sua amiga tão próxima estava tão inclinada a querer tirar a sua vida e a de M assim? O que havia acontecido?
- F, você está bem? - perguntou o amigo como se estivesse lendo sua mente naquele exato momento.
- Sim, estou! Eu só estava tentando entender porque a V está fazendo isso, porque está tão disposta a mudar tudo. E como ela conseguiu fazer tudo isso, como perdemos nossas lembranças, como fizeram os policiais sequestrarem o M...
- Eu acho que ela não tem um poder tão influente para fazer tudo isso. - pontuou R.
- Concordo com R, é capaz dela só ser mais um peão nessa história. Talvez a função dela seja monitorar a gente, isso pode estar acontecendo com várias pessoas na cidade, não só com a gente. - Disse Z sério.
F não sabia se estava começando a se sentir com síndrome de perseguição, mas o tempo inteiro se sentia inquieto e achando que estava sendo observado ou perseguido. Naquele exato momento ele parecia ter visto um homem em pé, no meio do ônibus, que estava parcialmente cheio, e parecia que o homem os observava as vezes. F olhou ao redor dentro daquele ônibus que agora lhe parecia mais estreito, viu uma pequena lente escura intacta que o observava.
- Uma câmera...
- O que? - Disse R confusa.
Z rapidamente olhou para onde F olhava, uma câmera, sempre houve câmera nos ônibus então ele não sabia o que o incomodava no momento. Em alguns momentos pelo reflexo do vidro ao seu lado F achava ver alguém, mas quando olhava não havia nada lá. Entre as pessoas em pé no meio do automóvel ele conseguia ver por uma fresta uma pessoa o observando... Os mesmos olhos da biblioteca... os mesmos olhos negros. F permaneceu estático, ele não conseguia enxergar nada além de um par de olhos negros e frios.
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