XVIII

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heyoon.

Foi apenas... demais. Uma coisa muito boa. Não uma coisa boa. A melhor coisa. Tão bom que doía. Eu não conseguia lidar com tudo isso de uma vez só. Era como se eu estivesse dormido toda a minha vida e tivesse sido acordada por um tornado de cor e som e sentimentos.

Eu não sabia que era possível sentir isso em todas as células do meu corpo. Eu precisava de um pouco de ar. Eu não aguentava.

Sina olhou para mim e percebi que talvez ela pensasse que eu não a queria.

— Eu só precisava de uma pausa. Quando você faz isso, me faz querer fazer um monte de coisas que eu tenho certeza que nenhuma de nós está pronta para fazer nesse momento em particular. — Eu corri minhas mãos pelo meu cabelo e ela assentiu.

— Eu entendo. Nós não devemos nos deixar levar até que nós duas estejamos prontas... — Ela não terminou a frase.

Algumas semanas atrás, o pensamento de ter relações sexuais com uma garota teria sido algo que eu teria ridicularizado e dito que não estava nem um pouco interessada.

Agora estava na linha da frente da minha mente e eu não conseguia olhar para frente sem pensar nisso.

— O que foi? — Perguntei, a seguindo.
Ela balançou a cabeça e desligou o celular.

— Nada. Só a Sabina querendo saber se eu tinha planos para essa noite. — Ela se sentou no sofá e eu também me sentei, mas mantive bastante espaço entre nós. Se não nenhuma de nós conseguiria manter nossas mãos para nós mesmas.

— Ah. — disse. — Você pode ir, se você quiser. — Ela balançou a cabeça novamente.

— Não, está tudo bem. Eu quero ficar com você. — Meu coração ficou quente e todo mole quando ela disse isso.

— Onde ela acha que você está?

— Em casa, provavelmente. Não tenho certeza. Eu não digo a ela onde estou todas as horas de todos os dias. Onde Hina acha que você está? — Abri a boca e depois a fechei.

— Em casa sozinha, eu acho.

E aí estava o problema. Não importa quanta química nós tivéssemos, não poderíamos ignorar o fato de que estávamos mentindo para todos. Nem mesmo mentindo. Se escondendo. Como se estivéssemos envergonhadas. Eu não estava, definitivamente não era isso. Eu só não tinha ideia do que aconteceria se meus pais entrassem agora e me encontrassem de mãos dadas com a Sina no sofá. E eu não estava pronta para descobrir.

— Está tudo bem, sabe. Mantendo as coisas assim. Eu não quero forçar você a fazer nada. Especialmente porque eu também não estou pronta para contar a ninguém. — ela disse com um suspiro, passando os dedos pelos cabelos.

— Isso vai ficar mais e mais complicado. — disse, e essa era uma das razões pelas quais eu não queria falar sobre isso antes. Mas era inevitável.

— Eu não sou fã de esconder as coisas, mas... — Ela parou. Não havia uma resposta fácil.

— Nós poderíamos começar a nos beijar novamente. Nós somos boas nisso. — disse, e um sorriso iluminou seu rosto. Eu amava esses sorrisos porque eu tinha certeza que não eram muitas as pessoas que os viam regularmente.

Tão linda.

— Hmmm, se fizermos isso, então eu posso não ser capaz de me controlar, — ela disse, se deslizando no sofá na minha direção.

— E se eu não quiser que você se controle? — Sussurrei enquanto ela montava no meu colo. Seus dedos empurraram meu cabelo para trás e ela sorriu.

STYLE - Heyna/SiyoonOnde histórias criam vida. Descubra agora