XXVII

741 82 10
                                        

heyoon.

Algo importante estava acontecendo com a Sina. Eu nunca a vi tão assustada. Completamente enlouquecida. Parecia que ela ia ficar doente.

Eu queria saber o que era, porque eu queria ajudá-la, mas ela se fechou e não queria contar. Assim como ela não queria me contar por que ela era uma vadia na frente de todo mundo, mas não comigo.

Sina tinha seus segredos e eu acho que parte de estar com ela era viver com eles. Eu poderia fazer isso, porque eu queria estar com ela, não importava o quê. Era um preço pequeno a pagar para poder beijá-la e rir com ela e segurar a mão dela.

Parecia que ela queria ficar sozinha, então eu a deixei e fui para casa, me sentindo no limite. Meus pais perguntaram qual era o problema durante o jantar e eu cedi e disse a eles. Não contei tudo, mas contei que a Sina estava estranha e eu não sabia o que fazer sobre isso.

— Você acha que alguém talvez tenha dito algo ruim para ela? — Minha mãe perguntou.

Esse também foi meu primeiro pensamento. E meu segundo pensamento foi que alguém talvez a tivesse ameaçado. Quem sabe? Mas eu tinha certeza que ela me contaria algo assim. Não, foi algo diferente. E eu tinha certeza que Sina não teria problema em dizer a pessoa que ela poderia enfiar sua homofobia no próprio rabo.

— Ela só não conversa comigo sobre certas coisas e isso me deixa louca. — disse, colocando minha cabeça em minhas mãos.

Eu suspirei e olhei para cima para encontrar meus pais dando um ao outro um daqueles olhares que os pais usam quando não dizem nada em voz alta, mas você pode dizer que eles estão pensando na mesma coisa. Era estranho.

— Bom, talvez você devesse dar espaço para ela? Um tempo? Ela pode descobrir que vai querer vir e falar com você, se você lhe der um pequeno espaço. — Eu pensei sobre isso e não gostei. Eu não gostei de nada que colocasse mais espaço entre nós do que já existia.

— Eu só não quero que isso termine antes mesmo de começar.

— Ah, querida, tenho certeza que vai dar certo. — minha mãe disse. Eu adorei que ela estava agindo como se isso fosse apenas outro relacionamento porque, para ela, era.

— Garotas são duronas.— papai disse e eu comecei a rir.

— Não se torna mais fácil entender uma, sendo uma, eu te digo isso, — disse. De certa forma, achei que seria mais difícil.

Mandei uma mensagem para a Sina uma vez naquela noite, dizendo que estava pensando nela e, se ela quisesse conversar, eu ia estar lá. Ela mandou uma mensagem de boa noite de volta e me agradeceu, mas foi só isso. Eu sabia que iria vê-la na aula de inglês no dia seguinte e não tinha ideia do que ela ia dizer ou o que eu ia dizer ou o que diabos fazer.

Eu cometi o erro de pesquisar online e consegui me confundir e ficar mais ansiosa sobre a coisa toda. Eu parei antes de entrar em um frenesi e tentei dormir, mas não funcionou.

Meu alarme tocou depois de apenas algumas horas de sono e eu queria dizer a minha mãe que eu estava doente e ficar na cama e fazer ela faltar no trabalho e ficar comigo se eu fosse criança novamente. Mas e se a Sina decidisse que ela queria conversar e eu não estivesse lá? Eu não podia arriscar.

Então eu arrastei minha bunda para fora da cama e me vesti e joguei um pouco de corretivo sob os olhos, grata pelos meus óculos distraírem as pessoas do quão ruim minhas olheiras estavam.

Eu queria roer minhas unhas, mas elas ainda estavam com esmalte, o que só me fez pensar na Sina ainda mais.

Para ser justa, quase tudo me fazia pensar nela.

STYLE - Heyna/SiyoonOnde histórias criam vida. Descubra agora